William Osler foi o mestre dos clínicos de sua época, e de todas as épocas posteriores à dele. Era incontestavelmente o mais sábio de sua época, o mais arguto clínico; sua habilidade em diagnosticar era legendária.
Em uma época em que não havia recursos terapêuticos eficazes como hoje, Osler se notabilizou como por compreender muito bem as pessoas, além da doença. Ele entendia o sofrimento humano e o respeitava. Seus esforços para compreender o mecanismo e as conseqüências das doenças ia além do físico e do químico para penetrar no espírito das pessoas e partilhar suas aflições.
Ele tinha intrínseco, genuíno otimismo e grande compaixão. Seu elo pessoal com os pacientes adquiria formas de seita, de religião. Ele usava poucas drogas e foi descrito como um miilista no que respeita à terapêutica. Mas era um exímio entendedor da natureza humana. Tinha sempre bom humor com os pacientes e lhes transmitia grande segurança.
Foi um devoto da medicina de beira-de-leito. Suas visitas médicas nas enfermarias chegaram a assumir proporções incômodas tal o número de pessoas que vinham para ouví-lo.
Os pacientes esperavam por ele e aceitavam sua palavra como final, e não era nunca de desencorajamento...
A palavra humanismo tem sido freqüentemente usada para descrever a atuação de Osler. Isso parece apropriado, mas deve-se salientar que humanismo não necessita apenas compaixão e vontade de ajudar. Humanismo é também "uma arte de palavras e de atitudes"; como mestre das palavras, Osler era capaz de se comunicar de maneira clara e profunda com seus pacientes. Assim, despertava fé e transmitia confiança.
Osler considerava que sua mais importante função era ensinar estudantes na enfermaria. Ele chegou a sugerir que no seu epitáfio se inscrevesse simplesmente "Eu ensinei estudantes de medicina nas enfermarias".
Osler tinha idéias claras a respeito do ensino médico nas faculdades de medicina. Acreditava que a educação dos estudantes deveria incluir grande porção de humanidades, ao lado dos conhecimentos técnicos. Ele mesmo era um leitor assíduo de clássicos da literatura como Platão e Shakespeare. Acreditava também que a função do ensino era desenvolver o gosto pelo conhecimento, e não encher a cabeça dos estudantes com meros fatos. Isto contrasta com o que vemos hoje quando estudantes são treinados principalmente para serem técnicos e pouco para cuidar de pessoas.
Escreveu extensamente sobre várias facetas da medicina; deu conferências e aulas em muitos lugares, deu conselhos a estudantes ensinando-lhes não apenas conhecimentos técnicos mas maneiras de agir, princípios de moral e ética médicas, e sobretudo humanismo.
Referências