Jean-Martin Charcot (Paris, 1825 – Morvan, 1893) foi um médico e cientista francês que alcançou fama no terreno da Psiquiatria na segunda metade do século XIX. Foi um dos maiores clínicos e professores de Medicina da França e juntamente, com Guillaume Duchenne, o fundador da moderna Neurologia. Estudantes vinham de todas as partes do mundo para ter aulas com ele em Paris, inclusive Sigmund Freud em 1885.
Usou a hipnose como ferramenta de diagnóstico em seu estudo da histeria, e infuenciou as opiniões de Freud sobre a origem das neuroses. Charcot fez numerosas descobertas médicas importantes, e há até mesmo uma doença que leva o seu nome (a artropatia neurogência) é também conhecida como "junta de Charcot").
Em um determinado ponto de sua ilustre carreira, Charcou acreditou ter descoberto uma nova doença, que ele chamou de "histero-epilepsia". Os sintomas incluíam "convulsões, contorções, desmaios e falha transitória da consciência." Apresentou a seus alunos vários exemplos da nova doença durante suas passagens pelo Hospital Salpêtrière em Paris.
Tornou-se professor de anatomia patológica na faculdade de medicina da Universidade de Paris (1860). Dois anos mais tarde iniciou seu trabalho com a equipe médica do Hospital Salpêtrière, hospital parisiense criado por Luís XIV (1656) para indigentes e presidiários, famoso pelo estudo das doenças nervosas.
Descreveu a afecção nervosa que chamou de esclerose lateral amiotrófica, hoje conhecida como doença de Charcot. Estabeleceu a diferenciação das lesões que provocam a falta de coordenação de movimentos e distinguiu a esclerose múltipla da paralisia agitante. Suas maiores contribuições para o conhecimento das doenças do cérebro foram o estudo da afasia e a descoberta do aneurisma e seu papel como causador das hemorragias cerebrais.