Thomas Sydenham (1624-1689), médico inglês, é considerado um dos precursores da epidemiologia. Ele estabeleceu, baseado na metodologia científica para o estudo das doenças: as enfermidades deveriam ser classificadas. Além de classificar, Sydenham procurava traçar para cada doença uma história natural, ou seja, a evolução natural de cada enfermidade. Dados como faixa etária, época do ano em que a doença mais ocorria e o perfil da pessoa deveriam ser valorizados.
Thomas Sydenham foi nomeado o "Hipócrates Inglês", o Hipócrates do seu século, o século XVII. Em seu epitáfio lê-se: medicus em omne aevum nobilis. Não era um erudito nem um escritor prolífico, foi um prático da Medicina.
Assim, Sydenham contribuiu para o conceito e o conhecimento da "história natural das doenças". Era muito bom observador, muito bom médico. A partir de Sydenham, nasceu o conceito de doença como entidade abstrata, mas captada a partir da observação de pacientes reais. Ele descreveu os sintomas clínicos da gota, a partir do qual ele sofreu, e várias outras doenças epidêmicas, assim, varíola, disenteria, sarampo, sífilis e a Coréia da febre reumática, que também leva o seu nome (Coréia de Sydenham).
Assim, sob a orientação do conceito de Sydenham, várias doenças começaram a ser descritas e definiram-se as condições clínicas e seus cursos. Foi, então, que começaram a aparecer monografias sobre várias doenças, como acidente vascular cerebral, tuberculose e raquitismo.
SCLIAR, Moacir. Do mágico ao social: trajetória da saúde pública. São Paulo: Senac, 2002.