28 de fevereiro de 2009
A vivência hospitalar nos deixa mais insensíveis?
20 de fevereiro de 2009
SEMIOQUIZ: Desafio Semiológico
19 de fevereiro de 2009
Breve Revisão Etiológica sobre Amaurose
Estudante do quarto período do Curso de Medicina / Centro de Ciências Médicas / Universidade Federal da Paraíba
Aspectos do diagnóstico diferencial das perdas de visão por lesões da retina
- A oclusão da artéria central da retina (ou seus ramos) causa perda súbita da visão devido à oclusão por êmbolos ou trombos (pode estar associada a doença da carótida ou doença vascular cardíaca); a oclusão das arteríolas pré-capilares associa-se, por exemplo, a retinopatia diabética, retinopatia hipertensiva, leucemia e AIDS.
- A oclusão da veia central da retina geralmente é unilateral, frequentemente idiopática, mas hipertensão, diabetes e glaucoma são fatores de risco proeminentes; policitemia, trombocitopenia e outros estados de hipercoagulabilidade devem ser corrigidos.
- O deslocamento de retina geralmente ocorre em indivíduos com miopia ou após cirurgia ou trauma no olho; o início pode ser precedido por sintomas como flashes ou fotopsias.
- A degeneração macular relacionada à idade ocorre em idosos (acima de 60 anos), e está associada com metamorfopsias; a fase exsudativa, que corresponde a 10% dos pacientes, causa complicações responsáveis por 90% dos casos de perda de visão grave.
- A neurite óptica causa prejuízo agudo da visão unilateral ou bilateral (simultâneo ou não), e dor aos movimentos oculares pode estar presente; a causa mais comum de neurite unilateral é esclerose múltipla (aproximadamente metade dos pacientes desenvolverá outros sintomas de esclerose múltipla em 5 anos); em geral acomete adultos jovens, tipicamente inicia com escotoma central e tem progressão subaguda, ocorrendo, em geral, uma remissão espontânea em duas a oito semanas, mas com alto índice de recidiva.
- A neuropatia óptica isquêmica anterior ocorre em pessoas acima de 50 anos, sendo a causa mais comum de perda de visão monocular persistente; tem início abrupto e indolor e o outro olho é acometido em aproximadamente um terço dos pacientes, sobretudo naqueles com hipertensão e diabete melito; a forma mais comum é a não-arterítica (angioesclerótica).
- As neuropatias ópticas tóxicas e nutricionais evoluem com perda da visão simultânea, bilateral e lenta com escotomas centrais é causada geralmente por causas tóxicas ou nutricionais; neste último caso, com tratamento precoce, as alterações visuais são reversíveis. - As neuropatias ópticas hereditárias são geralmente bilaterais. - Outras causas de neuropatia do nervo óptico cursam com papiledema de longa duração de qualquer causa pode levar a atrofia do nervo óptico e cegueira.
- Quiasma óptico: a causa mais comum é o adenoma de hipófise.
- Pós-quiasma: as lesões vasculares no território da artéria cerebral posterior são responsáveis por 90% das hemianopsias homônimas isoladas; outras causas são enxaqueca, trauma e tumores primários ou metastáticos.
MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. São Paulo: Atheneu, 2006.
Imagem: a foto desta postagem foi extraída de http://flickr.com/photos/22221054@N00/14870159
18 de fevereiro de 2009
"Mapa clínico" das enfermarias como ferramenta didática de Semiologia Médica
- Art 4, § V: Realizar com proficiência a anamnese e a consequente construção da história clínica, bem como dominar a arte e a técnica do exame físico (Resolução CNE/CES Nº 4, de 7 de novembro de 2001).
É importante ressaltar também que forma mais eficaz de ensinar semiologia aos alunos é através da realização dos exames clínicos nas enfermarias, o que já era preconizado por William Osler, muito tempo atrás, quando ele dizia que não seria ensino médico sem o paciente, e que o melhor ensino é aquele ensinado pelo próprio paciente, enfatizando a importância do ensino da Semiologia à beira do leito.
Justifica-se, portanto, a constante busca de abordagens didáticas que favoreçam o aluno e o paciente na prática pedagógica da Semiologia. E foi desta preocupação que surgiu a idéia de melhor organizar a ação pedagógica cotidiana na nossa disciplina.
Desde o ano de 2003, a monitoria de Semiologia Médica (Medicina / CCM / UFPB) tem-se mostrado essencial na inserção do aluno iniciante na prática didática no contexto hospitalar, porque é a primeira fase em que o aluno vai ter contato direto com o paciente e necessita de alguém que o ajude inicialmente nesta abordagem. Atualmente, também é atribuição dos monitores melhorar a sistemática de inclusão dos pacientes internados nas aulas práticas da disciplina.
Anteriormente, era preciso ir até a enfermaria localizar os pacientes em condições de participar das aulas práticas, o que era feito quase na hora da aula e dava margem a imprevistos. Então tornou-se necessário aperfeiçoar esse procedimento, o que nos fez buscar uma nova forma de organização das aulas práticas e que resultou neste relato de nossa experiência.
O objetivo desta postagem é descrever a experiência didática realizada nas atividades da monitoria de Semiologia, através da elaboração do mapa clínico das enfermarias como ferramenta didática no planejamento das aulas práticas. Trata-se de uma experiência em vigência no projeto de nossa monitoria, realizado junto aos pacientes internados nas enfermarias de clínica médica do nosso hospital-escola.
Essa planilha é atualizada a cada três dias pelos monitores que, após cada visita à enfermaria, acrescenta um dado novo ou exclui algum dado que, por ventura, não exista mais. Aqui está um modelo da planilha, onde na primeira linha de cada coluna está cada parte do exame físico (ectoscopia, cabeça e pescoço, respiratório, cardiovascular e abdome), onde os monitores vão preenchendo com os respectivos achados encontrados pelos monitores. Pressionando sobre cada achado na tela, abre-se uma janela onde aparece a identificação do paciente, o número de seu leito, e a descrição do achado semiológico registrado.
Um outro aspecto positivo foi em relação à maior facilidade do trabalho dos professores da disciplina que, agora, podem saber com antecedência quais os pacientes que aceitam participar das práticas, o que facilitou seu trabalho de demonstração da semiotécnica para os alunos. Além disso, o que é mais importante, aqueles pacientes que não estão em condição clínica ou psicológica, ou que preferem não participar, não são perturbados desnecessariamente.
O presente projeto, que passamos a chamar de “Mapeamento Clínico” tem representado uma iniciativa prática importante do transcorrer da disciplina de Semiologia, oferecendo vários benefícios para o funcionamento didático dela.
Este é um projeto em andamento, e pretendemos aperfeiçoá-lo, a fim de contribuir com o ensino dos alunos de smeiologia e desenvolvimento dos monitores. Assim, a grande quantidade de atividades cotidianas da disciplina, podem ser realizadas com mais eficiência através de medidas simples delegadas aos monitores, no sentido de melhorar a prática de ensino de Semiologia Médica.
15 de fevereiro de 2009
II Seminário Didático de MCO2: Relatório
alguns aspectos desse artigo original foram analisados durante a discussão no seminário de hoje pelos alunos de MCO2 / 2008.2. Os aspectos considerados serão apresentados abaixo.Preâmbulo: O estudo é um trabalho original que aborda tema relevante em Medicina. O trabalho contém introdução que situa adequadamente o leitor em relação ao tema desenvolvido. Trata-se de um estudo caso-controle com estrutura e recursos teóricos e metodológicos adequados. Contudo,
Referência PIEGAS, L. S. et al. Risk factors for myocardial infarction in Brazil. Am Heart J. 146 (2): 331-8, 2003
Nota de esclarecimento: Os artigos analisados nesta e outras postagens deste blog fazem parte da programação prática de nosso Módulo de Pesquisa Aplicada à Medicina. Uma revisão crítica e justa é parte essencial do processo de publicação científica. Nesse sentido, não há implicações éticas nesse ato de publicação de resenhas críticas porque a revisão de trabalhos já publicados por pesquisadores por parte de seus pares deve ser considerada como instrumento pedagógico e de promoção da ética na Pesquisa. É o que ocorre nas seções de "Carta ao Editor", "Comentários de Leitores" de periódicos científicos. A diferença é que neste caso, trata-se de um veículo informal de comunicação. Nesse sentido, entretanto, a literatura científica pode ser traduzida como a parte da comunicação expressa em veículos formais, isto é, livros, artigos de revistas especializadas etc, porém também de veículos informais válidos de comunicação. Tudo agora é passível de exame, de crítica, pois o conhecimento científico se sustenta pelo critério da racionalidade. A própria lógica da pesquisa científica o exige.
13 de fevereiro de 2009
SEMIOQUIZ: Desafio Semiológico
Diversos efeitos colaterais sistêmicos e dermatológicos são atribuídos à amiodarona, tais como a fibrose pulmonar (que tem uma taxa de mortalidade de 10%), alterações da tireóide, hepatite fulminante, ceratite, ansiedade crônica, reação de fotosensibilidade e hiperpigmentação cutânea (2-5% dos usuários do fármaco). A pigmentação é clinicamente caracterizada por progressiva descoloração azul-acinzentada predominantemente nas áreas expostas ao sol. Esta hiperpigmentação está associada com depósitos de lipofuscina na pele. Lipofuscina é um pigmento amarelo-castanho, que se acumula nos lisossomos com o envelhecimento e é um subproduto da degradação celular. A patogênese da hiperpigmentação induzida por amiodarona pode estar relacionada com a ação da droga sobre os lisossomos e efeito fototóxico extra-lisossomal. A pigmentação cutânea lentamente desaparece após a suspensão da terapia, mas pode persistir por meses a anos.