2 de março de 2009

Modelo de Kübler-Ross

Por Raissa Dantas de Sá
Estudante do sexto período do Curso de Medicina / CCM / UFPB
Extensionista do Projeto Continuum (PROBEX / UFPB)
Grupo de Estudos em Semiologia Médica (GESME)
Estudos sobre cuidados paliativos e filosofia em cuidados paliativos estão se tornando cada vez mais incorporados à prática médica, tanto em relação à educação quanto à pesquisa, como demonstram Zimmerman e Wenemberg (2006).
Nesse contexto, o Modelo de Kübler-Ross propõe uma descrição do processo de luto e perda em cinco estágios pelo qual as pessoas passam ao lidar com a morte e o morrer.
O modelo foi proposto por Elisabeth Kübler-Ross em seu livro "Sobre a morte e o morrer", publicado originalmente em 1969 (KÜBLER-ROSS, 1998). Os estágios são conhecidos hoje como "Os Cinco Estágios do Luto" (ou da Dor da Morte, ou da Perspectiva da Morte).
Segundo Kübler-Ross, esses estágios psíquicos também são observados no comportamento do corpo funcional da instituição hospitalar.
Os estágios são: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Nem todos os pacientes passam sequencialmente por todas estas fases.

(1) negação: o doente nega a doença, "amortecendo" o impacto do diagnóstico; (2) revolta: quando não é mais possível negar, a negação é substituída por sentimentos de revolta e ressentimento; (3) barganha: já que a revolta não resolve o problema, tenta-se obter a cura através de barganhas e promessas a Deus; (4) depressão (interiorização): surgem lamentações, queixas, desinteresse e a necessidade de ficar só; e (5) aceitação: não há mais depressão ou raiva, mas uma contemplação do fim próximo com um certo grau de tranqüila expectativa, e a compreensão de que a vida chegou ao fim.

Quando os cinco estágios são compreendidos pelos profissionais da área da saúde, juntamente com o enfrentamento do medo da morte, o tratamento dado ao paciente se torna mais humanizado, assim como as condições de trabalho no hospital (BANNERMAN, 2005).
A influência de Elisabeth Kübler-Ross, uma psiquiatra americana e tanatóloga (especialista em morte como fenômeno e seu impacto na subjetividade humana), chegou muito além de sua área de atuação profissional. Suas palestras, oficinas, apresentações multimédia e livros alcançaram milhões de pessoas ao redor do mundo, abrindo linhas de comunicação sobre a questão da morte e do morrer.
Referências
BANNERMAN, E. On Kübler-Ross: is there a sixth stage of dying? Am J Hosp Palliat Care, 22 (1): 13, 2005 KÜBLER-ROSS, E. Sobre a morte e o morrer. 8.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
DUGAN, D. O. Appreciating the legacy of Kubler-Ross: one clinical ethicist's perspective. Am J Bioeth, 4 (4) 24-28, 2004
ZIMMERMANN, C.; WENNBERG, R. Integrating palliative care: a postmodern perspective. Am J Hosp Palliat Care, 23 (4): 255-258, 2006