24 de junho de 2009
História do diagnóstico das doenças do tórax
21 de junho de 2009
O paciente-problema
20 de junho de 2009
A Síndrome de Munchausen
Déjà vu pode ser um sintoma
19 de junho de 2009
Motivações associadas à escolha do Curso de Medicina
Ser médico, para a sociedade atual, já é, por si só, ter sucesso na vida. Os estudantes quando passam no vestibular para medicina são parabenizados em demasia; fazem-se festas, os parentes especulam sobre as especializações futuras: é como se objetivo, e não o meio, tivesse sido alcançado. Nada disso se vê, pelo menos não com a mesma intensidade, para aqueles jovens que ingressam em outros cursos. Vale ressaltar que todo este prestígio social acaba invadindo a cabeça de muitos médicos e estudantes. Eles acham que todas as qualidades referidas ao médico são verdadeiras e passam a agir como se, realmente, tivessem inteligência superior, capacidade infinita e sucesso garantido. Pode-se dizer que há muitos estudantes de medicina que nem têm ao menos uma dessas características. A terceira motivação é a laboral. O mercado de trabalho para o médico ainda é amplo. É difícil ser o melhor, mas há lugar para todos, mesmo para os piores. Hoje em dia, mesmo que menos que antigamente, não falta emprego para médico. Um curso que oferece a possibilidade de emprego certo logo após a formatura recebe uma atenção enorme de todos os estudantes de segundo grau. É uma condição invejável do estudante de medicina não precisar se preocupar se vai ter condições de conseguir emprego ainda na condição de recém-formado.
A maior parte dos estudantes de medicina gosta da profissão, mas não a faria se não houvesse as outras motivações. O que não faltam nos filões das graduações de medicina são indivíduos já formados em outras carreiras, estudantes que adoram física e matemática, alunos com pavor de sangue, pessoas sem habilidade de trabalhar com outras pessoas, em suma: jovens com muito mais motivações para seguir outros cursos e com características incompatíveis com a prática médica. Esses não seguem essas outras carreiras justamente por não contarem com tanto prestígio social ou compensação financeira; nada tem haver com vocação. A medicina parece ser a garantia do sucesso, e isso realmente pode ser melhor do que simplesmente se fazer o que gosta.
Há outras motivações? Sem dúvida, há a influência dos parentes, mesmo que passivamente, o caráter místico e romântico da medicina no meio leigo, a utilidade e a praticidade do conhecimento médico, a história de reconhecimento e prestígio à medicina no desenvolvimento da humanidade, entre muitas outras razões para se optar pelo curso de Medicina. Porém, de certa forma, todas elas se incluem nas motivações citadas, ou ao menos se apequenam perto delas. As razões para a opção pela medicina estão tão desvirtuadas que os cursos de medicina atualmente estão sendo reformulados para implementar no estudante noções de humanização e de responsabilidade social, características que deveriam ser intrínsecas às pessoas que desejam ser médicos.
Crédito da imagem: a figura que ilustra esta postagem foi capturada de http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Revista&id=258
O modo humano de adoecer
11 de junho de 2009
Blog pode ser futuro da publicação científica?
10 de junho de 2009
Iniciação à pesquisa científica
9 de junho de 2009
Experiência na Monitoria de Semiologia Médica
3 de junho de 2009
A Sensação de Queimação nas Plantas dos Pés
A queixa de sensação de queimação nas plantas dos pés, que em um primeiro momento parece simples, pode se tornar uma dificuldade diagnóstica para o clínico que está diante do paciente que questiona: “O que eu tenho doutor? E o que eu vou fazer para melhorar dessa queimação que tanto me incomoda?”
Diversos são os fatores que podem causar esse sintoma. Entram no rol de possibilidades etiológicas até situações psicossomáticas e outras alterações psíquicas que podem se manifestar através deste queimor. Neste caso, representa a projeção, "a tendência a experimentar e comunicar sofrimento somático em resposta a estresse psicossocial e buscar auxílio médico por isso" (LIPOWSKI, 1988). Esta condição pode ser descrita na própria definição de transtorno somatoforme: “presença de sintomas físicos sem base médica constatável, com a persistência nas queixas, apesar de repetidos achados negativos e de confirmação pelos médicos de que elas não têm fundamento clínico”.
Dentro dos causadores considerados “reais” ou orgânicos do sintoma, estão listadas situações as mais diversas, que caminham do extremo de uma neuropatia, com todas suas minúcias e etiopatogenias, até o simples fato de o paciente apresentar desconforto por usar um calçado inadequado para sua pisada ou para a atividade que realiza, ou até mesmo um problema relacionado ao excesso de peso corporal.
As neuropatias causadoras da sensação de queimor nos pés, pois, são as mais diversas, entre as quais citam-se:
Outros fatores associados à queimação plantar são: fasciite plantar; hálux valgo ("esporão do calcâneo"); bursite inferior do calcâneo; neuralgia tibial posterior (pela lesão ou compressão do nervo tibial posterior).
Também podem ser causa da queimação nas plantas dos pés os neuromas, tumores benignos de tecido nervoso, que no início causam apenas dor discreta acompanhada por uma sensação de queimação, acentuando-se quando o indivíduo calça determinados tipos de calçados. O paciente também pode referir que tem a sensação da presença de uma “pedrinha” no interior da superfície plantar do pé.
Cabe não esquecer também ainda da possibilidade de que varizes possam estar provocando essa sensação de queimação.
Logo, ao se deparar com uma situação tão rica em nuances e possibilidades etiológicas, o médico deve ser capaz de “navegar” por todos estes territórios, a fim de descobrir quantos e que detalhes poderão direcionar sua conduta, sempre buscando o propósito maior da cura ou do alívio, provendo a melhor ajuda possível ao seu paciente.
Referências
1. PANIZ, C. et al. Fisiopatologia da deficiência de vitamina B12 e seu diagnóstico laboratorial. J Bras Patol Med Lab, 2005; 41 (5): 323-34.
2. MIGUEL Jr, A. Estudo de Caso: Neuropatia Periférica Axonal. In: Medicina Geriátrica. Disponível em: http://www.medicinageriatrica.com.br/2009/04/14/estudo-de-caso-24/. Acesso em: 30 maio 2009.
3. JUNQUEIRA, F. Pés: é preciso preservá-los. In: CREB:– Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo. Disponível em: http://www.creb.com.br/site/destaques/pes-e-preciso-preserva-los/. Acesso em: 30 maio 2009.
4. LIPOWSKI, Z.J. Somatization: the concept and its clinical application. American Journal of Psychiatry, 1988; 145 (11):1358-68.
5. FELLIPE Jr, J. Deficiência de Vit. B1, B2 e B3, alimentos ricos nestes nutrientes. In: ABMC - Associação Brasileira de Medicina Complementar. Disponível em: http://www.medicinacomplementar.com.br/tema130605.asp. Acesso em: 30 maio 2009.
6. SILVA, M.M. Neuropatia Periférica. In: Neurologia – Diabete.com.br. Disponível em: <> . Acesso em: 30 maio 2009.
7. MERCK. Problemas do Pé. In: Distúrbios dos Ossos, das Articulações e dos Músculos – MANUAL MERCK. Disponível em: http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_05/cap_056.html. Acesso em: 30 maio 2009.
8. SBAVC. Varizes. In: Sociedade Brasileira de Cirurgia Vascular – SBACV. Disponível em: http://www.varizes.org.br/varize_vb.htm. Acesso em: 30 maio 2009.
9. FERNANDO, A.; KODAMA, A.S. et al. Diabetes e Dor. Liga de Estudo e Apoio ao Paciente com Dor – LEAD, Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Disponível em: <> . Acesso em: 30 maio 2009.