Ao "navegar" pela blogosfera encontrei esta charge postada pelo estudante de Medicina Thiago Corona Nunes sobre o paciente hipocondríaco (www.estudantedemedicina.blogger.com.br) em seu blog. Apesar de ser uma imagem bem-humorada - e sabemos que muitas vezes precisamos rir das mazelas da nossa natureza humana -, devemos lembrar que este paciente pode ter uma doença "imaginária", mas seu sofrimento é real.
É muito frequente que o paciente hipocondríaco seja rotulado com algum termo depreciativo, como "poliqueixoso" e que muitas vezes o médico tente se livrar da difícil tarefa de atendê-lo. O próprio título que uso nesta postagem pode incluir uma conotação depreciativa...
Contudo, é essencial que o médico lide com o conflito entre a experiência subjetiva ou vivência do paciente com o seu sofrimento e o diagnóstico objetivo. Esse conflito é uma das muitas forntes de ambiguidades na formação e no exercícios profissionais: refugiar-se em um dos pólos não resolve o conflito e aumenta os mal-entendidos na relação médico-paciente.
É preciso considerar também que o diagnóstico diferencial deste paciente deve incluir uma condição médica geral subjacente, desde estágios iniciais de doenças como e esclerose múltipla, miastenia gravis, doenças da tiréoide, lupus e até condições malignas ocultas.
Apesar de a hipocondria poder coexistir com uma condição médica geral, uma preocupação temporária associada a uma doença não constitui diagnóstico de hipocondria. Além disso, outros diagnósticos diferenciais como ansiedade generalizada, fobias, episódio depressivo maior, transtorno obsessivo compulsivo e transtorno dismórfico corporal também devem ser considerados.
Se este paciente sente-se doente e sofre, ele está doente e precisa de ajuda.