01/10/09 - Esclarecimentos sobre o caso clínico e referência da publicação:
Referência: ATZORI, L. et al. Facial cellulitis associated with Pseudomonas aeruginosa complicating ophthalmic herpes zoster. Dermatol Online J. 10 (2): 20, 2004.
À cultura de esfregaços de pele houve crescimento de numerosos bacilos Gram negativos, identificados como Pseudomonas aeruginosa sensível à ciprofloxacina. Repetidas hemoculturas foram negativas. A investigação da imunidade celular e hiuoral não apresentou defeitos. importantes. Eletrocardiograma e raios-X de tórax foram normais. Exames da cabeça e da órbita com ultrassonografia e tomografia computadorizada confirmaram a presença de uma grande intumescência inflamatória que envolvia os tecidos moles da região periorbitária esquerda, com um conteúdo não-homogêneo e não havia inclusão de gás.
A ausência de osteólise excluiu o comprometimento ósseo subjacente. Uma biópsia profunda foi realizada e o exame histológico revelou um processo inflamatório agudo com um infiltrado difuso misto frouxamente arranjado ao redor dos vasos sanguíneos dilatados em toda a derme. Também havia necrobiose, com fibras de colágeno da fáscia desordenadas por edema e infiltração de neutrófilos. Este caso representa uma condição peculiar e grave que requer tratamento sistêmico imediato e drenagem cirúrgica, a fim de evitar complicações potencialmente fatais. Celulite facial é uma infecção rara, é caracterizada por um processo inflamatório agudo envolvendo a derme e tecido subcutâneo e evolução para a formação de abscessos .
A maioria dos casos primários são causados por organismos Gram-positivos, trauma ou cirurgia (especialmente na região de cabeça e pescoço). São frequentemente polimicrobianos, e alguns casos causados por Pseudomonas aeruginosa têm sido relatados. Este bacilo Gram-negativo ubíquo produz infecções em diversos órgãos, incluindo a pele e tecidos moles; dssas infecções variam de pequenas lesões potencialmente fatais até sepse.
Pseudomonas raramente é capaz de iniciar o processo patológico se não houver um comprometimento local ou geral dos mecanismos de defesa. No que diz respeito à paciente desse caso clínico, ela apresentava lesões de herpes zoster com rompimento da barreira cutânea, apesar do tratamento agressivo antiviral. Uma higiene precária e a coexistência de diabetes mellitus não controlada neste mulher idosa pode ter favorecido esta complicação rara.