Por George Caldas Dantas
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Estudante de Graduação em Medicina da UFPB
Tontura e outras sensações de desequilíbrio estão entre os sintomas mais comuns da clínica médica. O termo tontura é aplicado pelo paciente a um grande número de experiências sensoriais diferentes, como sensação de rodopio, de escurecimento da visão, de rotação, de desmaio, de irrealidade, de borramento visual etc. Portanto é essencial o questionamento a respeito do que o paciente chama de tontura.
Tontura e vertigem confundem-se frequentemente, em virtude da dificuldade de definição dos sintomas. Vertigem pode ser definida como uma sensação de movimento giratório, que pode ser subjetivo ou objetivo. Na objetiva, o paciente tem uma ilusão de que os objetos estão girando em torno de si e na subjetiva, tem a sensação de ele próprio estar girando em torno dos objetos (do meio).
Já na tontura, esta sensação rotatória não é tão marcante, predomina a percepção de instabilidade do equilíbrio e a insegurança durante a marcha. O estudo da vertigem deve começar pela história do paciente. A história clínica é a parte central do exame semiológico, pois pode nos fornecer pistas tanto para a provável etiologia, como também para nos informar a localização do comprometimento.
O médico deve atentar para a idade do paciente e para o sexo, em função de diferenciar a etiologia. A história pessoal, antecedentes familiares e hábitos e costumes são essências para diagnóstico. Um outro ponto relevante, é a investigação de sintomas associados. A vertigem é o sintoma principal das síndromes vestibulares, porém ela pode vir acompanhada por sinais espontâneos (nistagmo, desvio dos braços estendidos, alterações do equilíbrio estático e dinâmico) e sinais provocados (observados nas provas instrumentais). Além disso, zumbidos, hipoacusia e sintomas neurovegetativos, como náuseas e vômitos, também podem estar presentes. O exame físico pode iniciar com uma otoscopia, dependendo da disponibilidade de instrumentais; cerúmen e otites supuradas podem ser causa de tonturas, hipoacusias e zumbidos.
Não se deve esquecer da avaliação dos pares cranianos, pois alterações do outros pares, além do VIII, como o do VII e o V podem ser causados pelo neurinoma do acústico. O exame do equilíbrio é um dos pontos fundamentais da avaliação clínica.
Deve-se pesquisar o equilíbrio estático e dinâmico. O primeiro pode ser avaliado através do Teste de Romberg e Romberg sensibilizado. Já o segundo, através da prova de marcha, Testes de Fukuda e de Unterberger, os quais já nos permitem dizer se a patologia é periférica ou central. Os testes de coordenação (função cerebelar) também devem ser realizados, os quais são: teste de índex-index, de índex-nariz e diadococinesia. Estes também permitem distinguir um envolvimento periférico ou central. Por fim, não se deve esquecer da pesquisa do nistagmo (fisiológico, de direção ou semi-espontâneo), e da propedêutica audiológica, através dos testes de Rinne e Weber.
É preciso lembrar que nas crianças deve-se suspeitar de patologia labiríntica, diante do atraso na deambulação, de baixo aproveitamento escolar, presença de nistagmos ocasionais e cinetose. E que nos adultos, a maioria das patologias labirínticas não são benignas, merecendo, portanto, um diagnóstico correto. Assim sendo, todo doente com vertigens deve ser encaminhado para uma avaliação oto-neurológica.
Referências
NITRINI, R.; BACHESCHI, L. A. A Neurologia que todo médico deve saber. 2a. Ed. São Paulo: Atheneu, 2005.
PORTO, C. C. Semiologia Médica. 5a Ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2005.
MENON, D. et al. Consenso Sobre Vertigem. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. 66 (6): 2000.
Tontura e vertigem confundem-se frequentemente, em virtude da dificuldade de definição dos sintomas. Vertigem pode ser definida como uma sensação de movimento giratório, que pode ser subjetivo ou objetivo. Na objetiva, o paciente tem uma ilusão de que os objetos estão girando em torno de si e na subjetiva, tem a sensação de ele próprio estar girando em torno dos objetos (do meio).
Já na tontura, esta sensação rotatória não é tão marcante, predomina a percepção de instabilidade do equilíbrio e a insegurança durante a marcha. O estudo da vertigem deve começar pela história do paciente. A história clínica é a parte central do exame semiológico, pois pode nos fornecer pistas tanto para a provável etiologia, como também para nos informar a localização do comprometimento.
O médico deve atentar para a idade do paciente e para o sexo, em função de diferenciar a etiologia. A história pessoal, antecedentes familiares e hábitos e costumes são essências para diagnóstico. Um outro ponto relevante, é a investigação de sintomas associados. A vertigem é o sintoma principal das síndromes vestibulares, porém ela pode vir acompanhada por sinais espontâneos (nistagmo, desvio dos braços estendidos, alterações do equilíbrio estático e dinâmico) e sinais provocados (observados nas provas instrumentais). Além disso, zumbidos, hipoacusia e sintomas neurovegetativos, como náuseas e vômitos, também podem estar presentes. O exame físico pode iniciar com uma otoscopia, dependendo da disponibilidade de instrumentais; cerúmen e otites supuradas podem ser causa de tonturas, hipoacusias e zumbidos.
Não se deve esquecer da avaliação dos pares cranianos, pois alterações do outros pares, além do VIII, como o do VII e o V podem ser causados pelo neurinoma do acústico. O exame do equilíbrio é um dos pontos fundamentais da avaliação clínica.
Deve-se pesquisar o equilíbrio estático e dinâmico. O primeiro pode ser avaliado através do Teste de Romberg e Romberg sensibilizado. Já o segundo, através da prova de marcha, Testes de Fukuda e de Unterberger, os quais já nos permitem dizer se a patologia é periférica ou central. Os testes de coordenação (função cerebelar) também devem ser realizados, os quais são: teste de índex-index, de índex-nariz e diadococinesia. Estes também permitem distinguir um envolvimento periférico ou central. Por fim, não se deve esquecer da pesquisa do nistagmo (fisiológico, de direção ou semi-espontâneo), e da propedêutica audiológica, através dos testes de Rinne e Weber.
É preciso lembrar que nas crianças deve-se suspeitar de patologia labiríntica, diante do atraso na deambulação, de baixo aproveitamento escolar, presença de nistagmos ocasionais e cinetose. E que nos adultos, a maioria das patologias labirínticas não são benignas, merecendo, portanto, um diagnóstico correto. Assim sendo, todo doente com vertigens deve ser encaminhado para uma avaliação oto-neurológica.
Referências
NITRINI, R.; BACHESCHI, L. A. A Neurologia que todo médico deve saber. 2a. Ed. São Paulo: Atheneu, 2005.
PORTO, C. C. Semiologia Médica. 5a Ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2005.
MENON, D. et al. Consenso Sobre Vertigem. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. 66 (6): 2000.