14 de dezembro de 2009

SEMIOLOGIA À BEIRA DO LEITO

Ha 15 anos lecionando na disciplina de Semiologia Médica do curso de Medicina da UFPB, temos cumprido a prática de ensino do exame clínico à beira do leito do doente, com pequenos grupos de alunos a cada aula.
É muito instrutiva a observação cuidadosa do doente orientada por um clínico. Em nossa experiência com visitas à enfermaria, observamos que os alunos gostam de vivenciar junto ao professor a realização e discussão da anamnese e do exame clínico do doente.
Porém, recentemente tem sido enfatizado que, para o ensino-aprendizagem da Semiologia, a prática pedagógica deve incluir não só o ambulatório e não só a enfermaria. Este é um aspecto de interesse e que tem sido tema de discussão na literatura pertinente (SILVA; REZENDE, 2008; AHMED; EL-BAGIR, 2002). Ao ter sua iniciação clínica desenvolvida no ambiente hospitalar, o aluno de Semiologia entra em contato com a atividade médica no nível de atendimento terciário, que se caracteriza historicamente por uma valorização relativamente maior da anatomo-fisio-patologia. Contudo, a importância e as vantagens do ensino médico à beira do leito são incontestáveis nesta fase da formação médica. Embora a atenção básica também seja um cenário de práticas para o aluno iniciante de clínica em muitas escolas, o treinamento inicial de anamneses e exames físicos com pacientes ambulatoriais, por sua inerente transitoriedade, não se adéqua de maneira ideal a essa fase inicial do treinamento (GROSSEMAN; STOLL, 2008). Ao lado da atual diversificação de cenários de aprendizagem, que sem dúvida, é importante na prática pedagógoca em Medicina, observa-se um declínio do ensino à beira do leito, apesar de sua importância no treinamento discente. Afinal, a maior parte da prática clínica do futuro médico será feita em ambulatório. Contudo, esse declínio pode representar um problema tão importante quanto a questão da diversificação dos cenários de aprendizagem. Sabemos que há vantagens e desvantagens do ensino-aprendizagem em cada um desses cenários. A abordagem de condições agudas, com sintomas e sinais distintos, ensino sobre especialidades e maior treinamento em propedêutica e procedimentos são vantagens do ensino hospitalar. Por outro lado, habilidades de comunicação e aprendizagem sobre os aspectos psicossociais são competências que se adquirem principalmente no ambiente ambulatorial. É fundamental atender às necessidades do ensino centrado no aluno e voltado para o paciente, alguns autores propõem adoção de um modelo de aprendizado baseado em casos reais em que a discussão das sessões clínicas ocorra de fato com o paciente à beira do leito, incentivando o contato precoce com o hospital de ensino a partir do primeiro ano da graduação (LUCENA et al., 2009) É preciso salientar que para o ensino de Semiologia, o hospital universitário (HU) é insubstituível. Ali todas as nuances de todas as doenças são encontradas, bem como quase todos os matizes de caracteres que simbolizam o ser humano (com exceção das classes sociais mais altas, cujos membros não procuram os HUs). Como afirmam Santos et a. (2003),
"O ensino da Semiologia é comumente realizado na (s) enfermaria(s) de Clínica Médica dos Hospitais Universitários. O número de leitos disponíveis deverá atender às variadas dimensões de turmas de alunos, de modo a oferecer um leito para cada aluno ou, pelo menos, um leito para cada dois alunos praticarem o treinamento. A eventual falta de leitos disponíveis nas enfermarias poderá ser suprida ou complementada pela utilização dos leitos chamados de “repouso” ou de “observação” dos serviços de Pronto Socorro, desde que isso não resulte em atropelos ao atendimento dos pacientes. As enfermarias de Clínica Pediátrica poderão também ser utilizadas, mas, em geral, o ensino é conduzido nas enfermarias de Clínica Médica, pela possibilidade de propiciar o treinamento na obtenção dos dados de anamnese por intermédio do próprio paciente, a fonte principal e mais fidedigna da história clínica. Por outro lado, os doentes cirúrgicos, em geral, não servem ao exercício da semiotécnica, pelas limitações que oferecem à plena realização de todos os passos do exame físico. Os pacientes de Ambulatório, por sua inerente transitoriedade, não se prestam ao treinamento continuado do aluno, embora possam servir ao professor para eventuais demonstrações em aulas práticas" (SANTOS et al., 2003).
O exame físico é um componente importantíssimo da prática médica. Esta chega a ser uma afirmação desnecessária, de tão redundante. No entanto, estudos mostram que médicos residentes apresentam consideráveis deficiências nas habilidades consideradas importantes para o exame clínico (SCHWIND et al., 2001; MANGIONE et al., 1993). Apesar da identificação dessas deficiências, o ensino de Semiologia Médica junto ao paciente é cada vez menos frequente. Enquanto no início dos anos 1960, 75% do ensino clínico era feito à beira do leito, em 1978, esse número havia caído para 16% (LaCOMBE, 1997). Como resultado, as habilidades de realização do exame físico têm diminuído, e o exame clínico tem sido desvalorizado, no sentido de se diminuir o emprego do exame na prática médica, havendo uma dependência crescente de laboratório e de exames de imagem para a elaboração do diagnóstico. No ensino de Semiologia à beira-do-leito, a interação com o pacientes também permite que o professor sirva de modelo para os aspectos humanísticos da assistência ao paciente e habilidades de relacionamento interpessoal médico-paciente. Muitos professores estão preocupados que os pacientes não aceitam o ensino à beira do leito. No entanto, nós observamos recentemente que não só os pacientes aceitam tais interações com alunos de Medicina, mas também desejam ser participantes em sessões de ensino SOUSA-MUÑOZ et al. 2008).
Por fim, cabe destacar que, seja na enfermaria ou no ambulatório, o essencial é a participação do paciente na pedagogia médica. Como afirma William Osler (apud Santos et al., 2003): “não seria ensino médico sem o paciente, e o melhor ensino é aquele ensinado pelo próprio paciente”.
Referências
AHMED, E; EL-BAGIR, K. What is happening to bedside clinical teaching? Med Educ, 36 (12):1185-8, 2002. GROSSEMAN, S.; STOLL, C. O ensino-aprendizagem da relação médico-paciente: estudo de caso com esudantes do último semestre do curso de medicina. Rev. bras. educ. med., vol. 32, n. 3, p. 301-308, 2008. LUCENA, A. F.; TIBÚRCIO, R. V. ; CAVALCANTE, J. A . Ensino à beira do leito: Relembrar para renovar. Revista Brasileira de Médica, 2009. MANGIONE, S. et al. The teaching and practice of cardiac auscultation during internal medicine and cardiology training. A nationwide survey. Ann Intern Med. 119:47–54, 1993 SANTOS, J. B. et al. Reflexões sobre o ensino da semiologia médica. Rev bras educ med, v. 27, n. 2, p. 147-151, 2003. SCHWIND, C. J. et al. Development of physical examination skills in a third-year surgical clerkship. Am J Surg. 181:338–40, 2001. SILVA, R.; F. L.; REZENDE, N. A. O ensino de semiologia médica sob a visão dos alunos: implicações para a reforma curricular. Rev. bras. educ. med. 32 (1): p. 32-39, 2008. SOUSA-MUÑOZ, R. L. et al. Percepções do paciente internado em um hospital de ensino sobre sua participação no treinamento clínico de estudantes de medicina. In: XI Encontro de Iniciação à Docência. Universidade Federal da Paraíba, 2008, João Pessoa. http://www.prg.ufpb.br/encontroenic/, 2008. Fonte da imagem: wichita.kumc.edu/.../bedside/literature.html

10 de dezembro de 2009

Troféu William Osler



Na reunião de encerramento das atividades do GESME em 2009, serão entregues singelos "troféus" a dois dos alunos participantes do nosso grupo de estudos, representando a constância, compromisso, criatividade e auto-motivação demonstrados por todos os seus componentes neste último ano de trabalho.

9 de dezembro de 2009

Relatório do Seminário I de MCO2 em 2009.2

Neste período 2009.2, em MCO2, segue-se à fase de aulas de Bioestatística e à avaliação subsequente, a etapa de seminários do módulo. O primeiro foi realizado na segunda-feira passada (07/12/09), com 96% da turma (49 alunos).
O resultado geral do seminário foi bom, a despeito do relativo tumulto accarretado pelo grande número de participantes. Foi adotada a técnica de discussão em grupo após a apresentação do artigo, como nos períodos anteriores.

No presente período, porém, a turma é maior, o que, sem dúvida, dificulta muito a discussão em grupo. Entretanto, não há como dividir a turma de 51 alunos, em virtude da existência de um único docente no módulo e da reduzida carga horária (32 horas). Mas 12 alunos tiveram sua participação postergada: enviaram suas contribuições via e-mail após o encerramento do seminário. Estas contribuições a posteriori também foram incluídas neste relatório.

Diferentemente dos períodos anteriores, os demais seminários do módulo ocorrerão após o recesso no calendário da UFPB. Haverá mais tempo para leitura do artigo até a retomada dos seminários mas, em contrapartida, o intervalo entre estes ficará reduzido.

O objetivo da técnica de Seminário para apresentação/discussão de artigos científicos continua o mesmo: Criar condições para o desenvolvimento da leitura crítica de artigos pelos alunos de Medicina.

Nesse exercício, os alunos precisam perceber que a leitura de um artigo científico deve ser eminentemente crítica. Por outro lado, é preciso apreender também a noção de que não há artigos perfeitos; há artigos mais ou menos imperfeitos, pois sempre se encontram falhas mediante uma leitura cuidadosa.

O objetivo desse exercício é, portanto, encontrar as falhas e aprender com elas. Além disso, buscamos qualidades e os pontos positivos para também aprender com eles. Todos nós buscamos aprender, professora e alunos.

Diversamente dos relatórios dos períodos anteriores, optamos desta vez por não identificar o artigo sob análise.

O artigo estudado descreveu uma pesquisa de modelo transversal e de base populacional. Segue, abaixo, um resumo (por subtítulo do artigo) dos aspectos discutidos durante o seminário.

1- Sobre o Título
- O título foi vago, amplo demais. O título não foi suficientemente informativo nem especifíco, não trouxe informações sobre local do desenvolvimento da pesquisa.
- Sugeriu-se que, se tivesse sido incluído no título o local do estudo antecedido pela menção de que se tratava de estudo de base populacional, a conotação geral do mesmo seria bastante reduzida, sem que houvesse grande aumento na sua extensão.

2- Sobre a Introdução

- A pergunta da pesquisa, que está implícita, é verificar a prevalência de uso de antibióticos pela população e se este uso está relacionado com variáveis demográficas e sociais. A questão é: Eles não estudaram variáveis sociais, apenas renda, que é uma variável econômica. Então, só poderiam saber a prevalência e a sua relação com variáveis demográficas. Respondeu sim, à sua pergunta, quanto a esses últimos aspectos.
- Segundo um dos alunos participantes:
"Quanto à introdução, se apresenta bem estruturada, abrangendo as diversas recomendações sobre sua construção, como respaldar informações na literatura de referência, destacar a relevância do tema abordado e porque o estudo se faz útil. No entanto, no decorrer da leitura do artigo observa-se que pouco do que foi referido na introdução é abordado no restante do artigo. Há, portanto, um excesso na descrição da importância do tema, e toda a literatura referida na inrodução refere-se a antimicrobianos versus novas cepas e resistência. O ponto é importantíssimo para a discussão, é fundamental que se exponha a relevância do tema, entretanto, houve pouco espaço (um parágrafo) reservado a que o estudo realmente se destina: a prevalência dos antimicrobianos em uma população urbana."

3- Sobre Métodos

- Nada se mencionou acerca dos aspectos éticos ou sobre o fato de o projeto de pesquisa ter passsado pela avaliação de um comitê de ética em pesquisa, o que deve ser feito em todas as pesquisas realizadas a partir de 1996.
- A elaboração do questionário e o treinamento dos avaliadores são aspectos que deveriam ter sido acrescentados à metodologia. A forma de estruturação dos questionários não representa um viés, como questionaram alguns alunos, pois questionários estruturados não introduzem vieses por si só. Mas não se teve acesso, na publicação, ao modelo do questionário aplicado.
- Em relação aos questionários, diz-se, na metodologia, que foram usados questionários estruturados com questões fechadas e abertas. Mas o questionário estruturado tem apenas questões fechadas. Quando há questões abertas e fechadas, denomina-se semi-estruturado. Assim, erraram ao denominar de questionários estruturados no texto do artigo. Sendo assim, semi-estruturados, as questões abertas não podem ser pré-codificadas, têm que ser codificadas depois, pois não se sabe que respostas os entrevistados vão dar. Aí, está certo.
- O período em que o estudo foi realizado pode representar um viés de seleção. Um ponto relativo às atividades de campo que pode ter repercussão nos dados coletados é a sazonalidade dos problemas de saúde. Qualquer estudo transversal padece dessa limitação, uma vez que realiza a coleta de informações em determinado período do ano. O uso de amostra mestra e coleta contínua poderiam minimizar esse problema.
- O plano amostral foi adequado. O método empregado é bastante usado em pesquisas de base populacional. Mas não foi o ideal em termos estritamente metodológicos. Por uma questão de custo e de disponibilidade de listagem da população, a amostragem por conglomerado foi apropriada. A amostragem aleatória simples seria a ideal, mas seu alto custo e baixa praticidade inviabilizariam a operacionalização da pesquisa.
- A implicação no resultado de uma amostragem aleatória simples sobre o resultado da pesquisa seria haver maior homogeneidade amostral, menos varìância, menor intervalo de confiança e portanto, maior precisão. A razão de se adotar a estratégia de amostragem por conglomerado é a necessidade de redução de custos, assim como o fato de não se dispor de um cadastro da população.
- Ao utilizar amostragem por conglomerados, o que acaba sendo inevitável em inquéritos populacionais, há perda de eficiência devida ao desenho: o efeito de conglomeração. Isto decorre do fato de os conglomerados usados serem dados pela forma de organização da população (setores, escolas e turmas, etc.) e serem muito homogêneos. Assim, acabam sendo entrevistadas em cada conglomerado muitas pessoas parecidas, ou seja, obtém-se informação semelhante em quantidade maior do que seria o desejável.
- Sobre esse aspecto, referem Szwarcwald e Damacena (2008) que

"a inferência estatística, em sua abordagem clássica, fundamenta-se na amostra aleatória simples, método que requer que cada membro da população tenha uma chance igual e independente de ser selecionado. Entretanto, a maioria dos inquéritos nacionais de saúde não usa amostragem aleatória simples, em parte por restrições orçamentárias, em parte por limites de tempo associados à coleta de uma grande quantidade de informações ao longo de um território geográfico grande. Em decorrência disso, outros métodos probabilísticos são geralmente utilizados nos inquéritos de base populacional, como a amostragem estratificada e a amostragem por conglomerados em múltiplos estágios com probabilidades desiguais de seleção, para prover uma amostra representativa da população em tempo hábil e de acordo com o orçamento previsto"
- Ainda conforme os referidos autores, os diferentes tipos de amostragem utilizados em inquéritos populacionais baseiam-se nas informações de setores censitários elaboradas pelo IBGE por ocasião do Censo Demográfico. A não-atualização da listagem de domicílios, principalmente em períodos afastados da realização do último censo, se reflete no aumento de domicílios vagos ou inexistentes (demolidos, transformados em não-residenciais etc.). O esquema de amostragem inversa contorna esses problemas reduzindo as perdas porque é possível substituir o domicílio sorteado. - Houve cálculo amostral e o tamanho da amostra foi suficiente em vista do problema de pesquisa.
- Destacou-se a importância de se utilizar questionários padronizados previamente validados, garantindo por um lado a aplicação de instrumentos já testados e com desempenho aprovado e, por outro, permitindo a realização de estudos comparativos, cada vez mais valorizados tanto no estudo de determinantes de saúde quanto na avaliação de programas e políticas de saúde.

- A exclusão de pessoas que estavam impossibilitadas de responder ao questionário por problemas de ordem física ou mental pode introduzir um viés de seleção se o número de indivíduos na população for grande ou tiver características sócio-demográficas diferentes da amostra selecionada. Mas incluir esses pacientes implicaria em ter informações de terceiros, familiares ou cuidadores, e isso, por sua vez, poderia introduzir um viés de informação.

4- Sobre Resultados
- Na Tabela 1, deveria haver a legenda de todos os termos, no caso, “IC 95%” e “p”.
- Repetições na tabela 4 e no texto não foram exatamente redundantes, como mencionou um participante do seminário, porque sempre que se coloca o valor relativo numa tabela, é importante considerar o seu valor absoluto também. E no texto se mencionou a porcentagem apenas para enunciar o dado a ser apresentado na tabela.
- As tabelas estão bem elaboradas, mas os seus títulos ficaram incompletos, pois não se mencionaram o local da pesquisa nem o tamanho da amostra: Prevalência de uso de antibióticos no último mês pela população urbana da cidade tal, estado tal (n=xxx).
- Não se especificaram os motivos das perdas ou recusas; essas ocorrências devem ser descritas. A perda de 5% dos indivíduos entrevistados pode decorrer de vários fatores: não se ter encontrado o indivíduo em casa ou a constatação de questionários respondidos de forma incompleta. Não se mencionou no artigo as razões das perdas, o que deveria ter sido feito.
- No estudo mencionado pelos autores, no México, encontrou-se uma elevada frequência de uso de antibióticos para diarréia. Já no presente estudo, o uso para esta condição teve uma prevalência praticamente nula. Todo resultado inesperado impõe a necessidade de o pesquisador explicar o porquê do ocorrido ou sugerir estudos posteriores para sua averiguação.
- A variável renda familiar mensal mensurada não poderia ter sido avaliada através do teste qui-quadrado, pois se trata de uma variável intervalar, já que os autores não mencionam um ponto de corte para esta variável em dicotômica e assim, poder ser analisada através do exame qui-quadrado.

4- Sobre a Discussão
- Não foi adequado generalizar o uso de um mês para uma projeção de um ano, considerando o fator sazonal. Pode-se fazer essa projeção matematicamente usando-se a fórmula da binomial, mas faltam dados para fazermos os cálculos: Se 5,8% das pessoas acima de 60 anos usaram antibiótico em um mês, qual a probabilidade de uso em 1 ano (12 meses)? Mas, se não há trabalhos sobre o uso de antibióticos pela população nos meses de inverno, como avaliar essa projeção com base apenas em suposições?
- O fato observado de que apenas 15% dos entrevistados terem apresentado a prescrição médica não significa necessariamente auto-medicação. Os entrevistados podem não portar a prescrição no momento da entrevista porque esta foi extraviada. Mas também não se relatou essa diferença no trabalho.- Outros vieses supostamente presentes na pesquisa são de informação (falta de receita médica, diagnóstico da infecção que motivou o uso do antibiótico, avaliação do uso de antibióticos em uma fase do ano em que se supões que a incidência de infecções respiratórias, a mais comum, é menor), de mensuração (Os entrevistadores foram treinados? Não se sabe ao ler o artigo...).
- Os autores não fazem alguma sugestão sobre a possibilidade de o estudo ser utilizado em estudos no futuro. É interessante explicitar a importância do trabalho não só para a prática clínica, políticas de saúde pública ou informações de teor biológico, como ocorreu nesse artigo, mas também sua utilidade no meio de pesquisa científica. Os autores fazem questão de, ao definir as limitações do estudo, apresentar como uma dificuldade no aprofundamento do tema a escassez de estudos anteriores (assim justificando as referências antigas); apresentando na introdução a importância de estudos nesta área, é de se esperar que alguma contribuição tenha sido feita.
- Destaca-se que a discussão deve ser encerrada com o registro de inferências, que correspondem seja a deduções, seja a generalizações indutivas, originadas a partir da análise e interpretação dos resultados. Satisfeitas as exigências quanto à validação interna dos procedimentos efetuados, admite-se a generalização para a amostra estudada; pode-se, então, discutir a validade externa do estudo, o que implicaria a possibilidade de se generalizarem os resultados da amostra estudada para outras amostras, além dela.
- Reproduzindo a argumentação de um de nossos alunos,

"Diante do alto custo relacionado aos antimicrobianos e do fato de a pesquisa levar em conta variáveis socieconômicas, faz-se útil associar a prevalência ao acesso. O texto o faz, inclusive exprime conclusões sobre o fato: "mesmo as famílias de baixa renda os compram, certamente em detrimento de outros itens do orçamento doméstico". No entanto não fez explicitamente, com dados, esta relação, o que dá margem a seguinte dúvida: será que levaram em consideração quantas dessas pessoas o obtiveram gratuitamente num posto de saúde? Que faixa de renda predomina nas prescrições pelo PSF? Ou não há relação? Obviamente não é objetivo da pesquisa se ater a este ponto especificamente e até se discute se as comparações são adequadas, porém, faltou cautela à afirmativa (ou, no mínimo, fundamentação suficiente)."

- Os autores não explicaram a diferença encontrada na prevalência de uso de antibióticos em relação ao estado civil. Poderiam e deveriam tê-lo feito, visto que a associação entre melhor estado de saúde nos homens casados é conhecida e bastante referida na literatura.

5- Sobre a Conclusão
- O artigo não apresentou a Conclusão, apesar de o tópico ainda constar no resumo.
- A Conclusão deveria ocupar ao menos o último parágrafo da Discussão, o que também não ocorreu.
- Não houve prejuízo real no entendimento do artigo, pois pela discussão deduz-se a conclusão e o resumo tem conclusão. Mas, para fechar o texto do artigo, é importante referir a conclusão, mesmo que no último parágrafo da Discussão. Além disso, o conteúdo do texto do artigo deve refletir o resumo e vice-versa.
- O leitor, antes de criticar a inclusão ou não das Conclusões na Discussão, deve verificar se os autores se limitaram a cumprir as regras editoriais que lhes foram impostas. No entanto, que os princípios de clareza da escrita científica são favorecidos pela existência de uma seção de Conclusões independente para os artigos de investigação original, embora não precise haver em artigos de relato de casos e casuísticas breves. É, sim, fundamental, que as conclusões apresentadas respondam claramente às questões colocadas no enunciado dos Objetivos, seja de forma positiva, negativa ou dubitativa.

6- Referências

- Algumas referências são antigas, havendo artigos de até 1987. Porém, é preciso considerar que a literatura acerca do tema é exígua e sendo poucas as fontes mais antigas.
- Quanto à necessidade de atualidade ou não das referências bibliográficas, depende do problema que está sendo considerado. Mas, de modo geral, é importante ter a maioria das referências com menos de cinco anos de publicação. O leitor deve valorizar a inclusão de referências primárias (artigos originais), recentes (menor que 5 anos), mas podem ser incluídas referêrencias seminais (as primeiras publicações sobre o tema abordado) apenas como dado histórico.

7- Palavras-chave

- Os descritores ou palavras-chaves devem ser cuidadosamente escolhidos. Deve-se consultar o DeCS sobre a existência dos termos.
- As regras de publicação de diferentes revistas médicas não são consensuais acerca da independência desta seção dos artigos científicos.

8- Comentários gerais

- Alguns artigos apresentam Anexos com informação complementar. Outros beneficiariam com a sua apresentação. O conteúdo mais frequentemente encontrado como Anexo é a inclusão de um formulário, inquérito ou protocolo usado ou validado no estudo. A inclusão deste tipo de documentos pode ser valorizada muito positivamente, pois permite uma leitura mais completa do estudo e, eventualmente, a sua utilização por outrem na confirmação dos achados ou mesmo a sua aplicação prática. Isto é particularmente importante quando se apresenta a validação de instrumentos de intervenção, diagnóstico ou prognóstico.
- A diferença encontrada entre os resultados da pesquisa e os dos diversos estudos de referência pode ter sido devida ao tempo utilizado como parâmetro, de 30 dias, ao invés de 15.

Referências
SZWARCWALD, C. L.; DAMACENA, G. N. Amostras complexas em inquéritos populacionais: planejamento e implicações na análise estatística dos dados. Rev. bras. epidemiol. 11 (suppl.1): 38-45, 2008.
WALDMAN, E. A. et al. Inquéritos populacionais: aspectos metodológicos, operacionais e éticos. Rev. bras. epidemiol. 11 (supp 1): 168-179, 2008.

Premiação no XVII Encontro de Iniciação Científica da UFPB


Graduandos de Medicina Daniel Macedo Severo de Lucena, George Caldas Dantas e Daniel Espíndola Ronconi: Participantes do trabalho de pesquisa "Coorte observacional pós-hospitalização de idosos com multimorbidade: Fatores preditivos de reinternamento e óbito" premiado no XVII Encontro de Iniciação Científica (ENIC) da UFPB.
O trabalho de pesquisa teve apresentação oral no ENIC. 

Nota

O Semioblog noticia e notifica a premiação no XVII Encontro de Iniciação Científica da UFPB (XVII ENIC) do trabalho de pesquisa desenvolvido no GESME e vinculado ao Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) sob título"Coorte observacional pós-hospitalização de idosos com multimorbidade: Fatores preditivos de reinternamento e óbito" apresentado pelo graduando em Medicina Daniel Macedo Severo de Lucena (aluno PIBIC) e Daniel Espíndola Ronconi (aluno PIVIC) no dia 23 de outubro de 2009 no ENIC, sob a forma oral.

Infelizmente, em virtude de um equívoco ocorrido na ponderação dos  fatores que compõem o processo para indicação da premiação, o  referido trabalho não foi incluído na lista final dos diversos indicados pelos avaliadores para confrontação das demais avaliações e assim, se chegar à listagem dos trabalhos laureados. Diante das indicações de premiação ocorridas no ENIC, devem ser confrontadas suas avaliações no  relatório final (Comitê Local e Comitê do CNPq) e a apresentação no ENIC.


A Coordenação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da UFPB é atribuição da Coordenação Geral de Pesquisa, Ciência e Tecnologia da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, conjuntamente com o Comitê Local do PIBIC.


O desenvolvimento de um projeto de pesquisa nesse Programa passa por um processo de avaliação que compreende três etapas: a primeira é do relatório parcial, a segunda a do relatório final, e por último, a referente à apresentação do trabalho no Encontro de Iniciação Científica.

Após um um ano de vigência da bolsa, é realizado o ENIC para a avaliação pública do desempenho dos bolsista através da apresentação dos seus trabalhos. No ENIC o Comitê Local, juntamente com os membros convidados do Comitê Assessor do CNPq, fazem a avaliação dos resumos dos trabalhos e da apresentação dos mesmos, bem como dos relatórios técnico-científicos anuais.


O aluno PIBIC Daniel Lucena, que não recebeu o prêmio na solenidade de hoje, pelo fato de ainda não ter sido
feita a devida revisão das pontuações dos trabalhos premiados na área de Saúde, solicitada por nós, receberá o prêmio posteriormente, o que noticiaremos nesta página.

Parabenizamos Daniel Lucena (PIVIC), Daniel Ronconi e George Caldas Dantas (aluno PIVIC e voluntário não-PIVIC) pelo esforço demonstrado durante o desenvolvimento e apresentação do trabalho.

Por fim, destacamos a transparência e correção com que foi feita a revisão do equívoco pela Coordenação de Pesquisa da PRPG da UFPB.

6 de dezembro de 2009

XII ENID e XI ENEX da UFPB: Trabalhos do GESME em Pôsteres

ENID - Ana Paula Freitas da Silva: "PROJETO 'MAPA CLÍNICO': METODOLOGIA PARA APRIMORAR O PLANEJAMENTO DIDÁTICO DA DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA MÉDICA"

ENEX - Bruno Melo Fernandes: "EXERCÍCIO DE HABILIDADES CLÍNICAS NO ATENDIMENTO AO DIABÉTICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA AMBULATORIAL EXTENSIONISTA NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY/UFPB"

ENID - Camila de Oliveira Ramalho: "TRABALHOS ACADÊMICOS SOBRE ENSINO DE MEDICINA NO BRASIL: TEMAS DO 460 CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO MÉDICA"

ENEX - Chârlane Marinho Almeida: "APOIO SOCIAL DOS PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS ATENDIDOS NO PROJETO DE EXTENSÃO CONTINUUM DE INTEGRAÇÃO ENFERMARIA-AMBULATÓRIO DE CLÍNICA MÉDICA DO HULW/UFPB"

ENID - Fernando Roberto Gondim Cabral de Vasconcelos: "ENTENDIMENTO QUE O PACIENTE INTERNADO EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE ENSINO TEM SOBRE SUA PROBLEMÁTICA DE SAÚDE E SEU TRATAMENTO MÉDICO"

ENID - Gabriel Clemente de Brito Pereira: "AVALIAÇÃO DE ENFERMARIAS DE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO COMO AMBIENTE DE ENSINO EM SEMIOLOGIA MÉDICA"

ENID- Guilherme Augusto Teodoro de Athayde: "EMPREGO DO MAPA DE PROBLEMAS PARA DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO CLÍNICO DE ESTUDANTES DE MEDICINA"

ENID - João Guilherme Pinto Vinagre: "ARTICULAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA NA MONITORIA ACADÊMICA EM SEMIOLOGIA MÉDICA DA UFPB"

ENID - Joyce Freire Gonçalves de Melo: "DETECÇÃO DE SÍNDROMES GERIÁTRICAS EM ANAMNESES ELABORADAS POR INTERNOS E RESIDENTES DE UM HOSPITAL DE ENSINO"

ENEX - Natália de Andrade Costa: "VISITA DOMICILIAR EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM ESTUDO DE CASO DO PROJETO CONTINUUM DE EXTENSÃO/PROBEX/UFPB"

ENEX - Raissa Dantas de Sá: "ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL AO PACIENTE COM DOENÇA RENAL CRÔNICA NO PROJETO DE EXTENSÃO CONTINUUM / PROBEX / UFPB"

ENEX - Rodolfo Augusto Bacelar de Athayde: "ATIVIDADES DO PROJETO DE EXTENSÃO CONTINUUM/PROBEX/UFPB PARA DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS CLÍNICAS NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE COM DOENÇA CRÔNICA"

 Monitoria 2008 e 2009 de Semiologia Médica da UFPB Campus I - Hall da Reitoria da UFPB, 03/12/09

5 de dezembro de 2009

Xantomas Cutâneos

Figura 1- Xantelasmas

Figura 2: Xantomas

Figura 3- Xantomas e xantelasmas

Figura 4- Xantomas tuberosos

Figura 5- Extensos xantelasmas nas quatro pálpebras (Fonte: PEREIRA et al., 2008)

Por Raissa Dantas de Sá
Estudante de Graduação em Medicina da UFPB; Extensionista do Projeto de Extensão Continuum / PROBEX /UFPB

Os xantomas e xantelasmas são depósitos de colesterol (principalmente na forma esterificada)
ou triglicérides na pele.

Os xantomas, em geral, estão associados a um espectro variado de condições, sendo as mais importantes aquelas decorrentes de defeitos específicos do metabolismo lipoprotéico. Portanto, os xantomas cutâneos não são patognomônicos de dislipidemias, além de ocorrerem sem que haja nenhuma enfermidade subjacente identificável (FALUDI et al., 2000)

Contudo, do ponto de vista semiológico, a observação de xantomas ou xantelasmas pode servir de alerta para doenças ocultas como hiperlipidemia e dislipoproteinemia familiar. Essa correlação etiológica ainda é um pouco controversa. Alguns autores referem não haver relação com hipercolesterolemia e se tratar de uma manifestação idiopática, enquanto outros recomendam solicitar o perfil lipídico do paciente em virtude do diagnóstico de hiperlipidemia acometer cerca de metade dos pacientes com essas manifestações dermatológicas (PEREIRA et al., 2008; BERGMAN, 1994).

Xantomas
São protuberâncias gordurosas localizadas sob a superfície cutânea, caracterizadas por infiltração e acúmulo de lipídeos na derme e nos tendões. Essas protuberâncias (nódulos) são planos, macios ao toque, de cor amarela e com bordas bem definidas.

São mais comuns em adultos mais idosos e muitas vezes há coexistência de um processo de aterosclerose da íntima vascular. Constituem lesões indolores e benignos mas, como indicado acima, podem indicar a existência de distúrbios subjacentes, como dislipidemia familiar ou enfermidades associadas a hiperlipidemia secundária (por exemplo, diabetes mellitus, cirrose biliar primária).

O diagnóstico é feito principalmente com base na aparência dos nódulos cutâneos, em especial se houver história de algum distúrbio subjacente. Uma biópsia da lesão pode revelar um depósito de gordura.

Os xantomas podem ser classificados em eruptivos, tuberosos e tendinosos (LOPES, 2006). Os xantomas eruptivos têm formato de pequenos nódulos subcutâneos de cerca de 1 a 4 mm de diâmetro,coloração amarelada e predominam nas coxas, nádegas e face interna dos braços. Os nódulos dos xantomas eruptivos são constituídos principalmente por triglicerídeos. Os xantomas tuberosos são nódulos amarelados de desenvolvimento lento com localização preferencial nos cotovelos e calcanhar de pacientes portadores de hipercolesterolemia e disbetalipoproteinemia familiares. Os xantomas tendinosos são nódulos firmes de vários tamanhos que se acumulam sob a pele que recobre os tendões extensores das mãos, cotovelos e tendão de Aquiles. São comuns em portadores de hipercolesterolemia familiar com história de tendinites repetidas.

Outro aspecto a destacar é que essas lesões podem provocar alterações indesejáveis de ordem estética e sua principal complicação é o desgaste psicológico.

Xantelasmas
A palavra xantelasma origina-se do grego e significa "lâmina amarelada". Caracteriza-se por acúmulos focais na derme de tecido conectivo fibroproliferativo associado a histiócitos repletos de lipídios. A lesão tipicamente se apresenta como placas amareladas e amolecidas na porção medial das pálpebras, com o diagnóstico estabelecido através do exame clínico isoladamente (PEREIRA et al., 2008).

O xantoma palpebral, ou simplesmente xantelasma, é o tipo mais comum de xantoma cutâneo que ocorre nas pálpebras. São lesões em placas amareladas, mais comumente localizadas nas pálpebras superiores e próximo ao canto interno dos olhos, frequentemente simétricas, permanentes, progressivas, múltiplas e com tendência a coalescer. São mais comuns em mulheres e a prevalência aumenta com a idade (BAGATIN et al., 2000).

As lesões xantomatosas localizadas que envolvem as pálpebras incluem o xantelasma e o histiocitoma fibroso. Histologicamente, o xantelasma constitui lesão reacional localizada composta de histiócitos espumosos ou “foam histiocytes” (MIRANDA et al., 2001).

O xantelasma ou xantoma plano é um tumor benigno, de origem conjuntival, indolor, de evolução muito lenta, resultante da infiltração na derme e no corpo papilar de células xantomatomatosas (MIRANDA et al., 2001). O significado clínico e a patogênese do xantelasma têm sido discutidos na literatura. Sabe-se que de 25% a 70% (média 50%) dos pacientes são normolipêmicos (com níveis séricos normais de colesterol e triglicérides) e que neles não se encontra nenhuma causa sistêmica associada, representando fenômeno cutâneo localizado (BAGATIN et al., 2000).

Referências
BAGATIN, E. et al. Xantelasma: Relato de um caso. An bras Dermatol, Rio de Janeiro, 75 (6): 705-713, 2000.

BERGMAN, R. The pathogenesis and clinical significance of xanthelasma palpebrarum. J Am Acad Dermatol. 30 (2 Pt 1): 236-42, 1994.
LOPES, A.C. Tratado de Clínica Médica, vol 1, Rio de Janeiro: Ed ROCA, 2006, p. 396.
MIRANDA, A.; YAMASHITA, L.; MANTOANELLI, L. Xantelasma: relato de um caso. Radiol Bras 34(2):117-118, 2001.
FALUDI, A.; BERTOLAMI, M. C.; ALDRIGHI, J. M. Diagnóstico das dislipidemias na mulher. Revista Brasileira de Cardiologia 2 (4), 2000.
PEREIRA, F. J. et al. Blefaroplastia associada a enxertia de pele autóloga para xantelasmas extensos: relato de caso. Arq. Bras. Oftalmol. 71 (4): 592-594, 2008.

Fonte das imagens:
Figura 1: www.uvbr/es/derma;
Figura 2: www.amtpharma.com;
Figura 3: dermatology.cdlib.org;
Figura 5: PEREIRA, F. J. et al. Blefaroplastia associada a enxertia de pele autóloga para xantelasmas extensos: relato de caso. Arq. Bras. Oftalmol. 71 (4): 592-594, 2008.

4 de dezembro de 2009

Imagem semiológica: Luxação esternoclavicular

Paciente de 83 anos, masculino, foi admitido no pronto-socorro após ter sofrido uma queda acidental em sua casa. À admissão, apresentava-se confuso e agitado. O exame físico revelou edema com equimose em articulação esternoclavicular direita (Figura A) e equimose periorbitária. Nos antecedentes sociais não havia dados sugestivos de violência doméstica ou maus tratos. A radiografia do tórax (Figura B) mostrou luxação esternoclavicular direita. Uma luxação esternoclavicular anterior pode resultar de uma força indireta no ombro, girando-o posteriormente.
O médico deve sempre considerar a possibilidade de abuso (violência) causando esse tipo de lesão.
Referência
TASLAQ, S.; NORDSTROM, R. C. Anterior Sternal Dislocation. The New England Journal of Medicine, 361 (23): 53, 2009.

3 de dezembro de 2009

Trabalhos do GESME no XII ENID e XI ENEX

XII Encontro de Iniciação à Docência (ENID) e XII Encontro de Extensão da UFPB - Comunicação Oral Dia 04/12/09 - Central de aulas e Hall da Reitoria da UFPB
(1) Título: AMBULATÓRIO DE EGRESSOS DE INTERNAÇÃO DA CLÍNICA MÉDICA DO HULW/UFPB: CONTINUIDADE DA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE COM DOENÇA CRÔNICA Antônio Edilton Rolim Filho (1), Samuel Gouveia da Costa Duarte (1), Rodolfo Augusto Bacelar de Athayde (2), Natália de Andrade Costa (2), Bruno Melo Fernandes (2), Raissa Dantas de Sá (2), Charlâne Marinho Almeida (2), Isabel Barroso Augusto Silva (4), Ângela Siqueira de Figueiredo (4), Maria do Amparo Mota Ferreira (5), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz (3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/PROBEX RESUMO Introdução: As ações extensionistas deste projeto consistiram no desenvolvimento de processos assistenciais e metodologias de trabalho para reavaliar periodicamente os pacientes egressos de internações clínicas do HULW, visando à redução de novas internações, assim como à adequação do seu controle terapêutico.
Objetivo: Desenvolver processos assistenciais e metodologias de trabalho para reavaliar pacientes com doenças crônicas de forma integrada a um processo educativo, melhorando a qualidade dos cuidados prestados ao paciente egresso de internação nas enfermarias de clínica médica do HULW.
Descrição metodológica: As atividades de extensão deste projeto foram desenvolvidas através de seguimento clínico pós-hospitalização no ambulatório de egressos das enfermarias de clínica médica do HULW e educação em saúde dos pacientes acompanhados. No atendimento ambulatorial, os principais objetivos operacionais do ponto de vista assistencial foram a estratificação do risco cardiovascular, a avaliação da terapêutica não-medicamentosa (dieta, exercícios físicos, controle de peso, combate ao tabagismo e ao consumo alcoólico), a orientação educativa e controle da adesão ao tratamento.
Resultados: Dos 32 pacientes encaminhados para atendimento no projeto após a alta hospitalar nas enfermarias de clínica médica do HULW/UFPB, 24 retornaram para acompanhamento ambulatorial. Na enfermaria, uma estudante de Serviço Social realizou a primeira intervenção educativa explicando ao paciente a necessidade da continuidade da atenção pela equipe de saúde. Os estudantes extensionistas de Medicina realizaram orientação educativa individual aos 24 pacientes no ambulatório, com periodicidade mensal, enfocando os cuidados necessários para manter sua doença controlada. Ao final da vigência do projeto em 2008, verificou-se adesão completa por 19 (79,2%) dos pacientes, parcial por três (12,5%) e ausência de adesão por dois (8,3%), além de haver melhora do conhecimento destes em relação aos medicamentos em uso.
Conclusões: Os benefícios assistenciais originados por meio da implantação do projeto foram, em curto prazo, uma melhora da educação dos pacientes e das condições de assistência. Em médio prazo, espera-se obter um melhor controle dos pacientes com controle adequado da pressão arterial e bom controle metabólico e da progressão da doença renal, assim como uma redução das reinternações. Palavras-chave: Continuidade da assistência ao paciente. Doença crônica. Ambulatório hospitalar. (1) Extensionista Bolsista PROBEX/UFPB, (2) Extensionista Voluntário, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador; (5) Técnico-administrativo.
(2) Título:
AÇÕES DE ACOLHIMENTO E ESCUTA SOLIDÁRIA AO PACIENTE COM DOENÇA CRÔNICA ATENDIDO NO PROJETO DE EXTENSÃO CONTINUUM / PROBEX / UFPB
Gabriel Braz Garcia (1), Natália de Andrade Costa (1), Raissa Dantas de Sá (2), Bruno Melo Fernandes (2), Antônio Edilton Rolim Filho (2), Leni Teixeira Lins B. de Melo (5), Isabel Barroso Augusto Silva (4), Ângela Siqueira de Figueiredo (4), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz (3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/PROBEX
RESUMO Introdução: O Projeto Continuum de extensão visa à melhoria do acompanhamento ambulatorial ao portador de doenças crônicas egresso de internação no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW)/UFPB. Assumir uma postura mais humanizada para com esse paciente é elemento de grande relevância na prática do seu acolhimento, mas apesar do benefício que este pode trazer para o atendimento em saúde, ainda é um recurso pouco utilizado nos hospitais universitários. Assim, atos de acolhimento passaram a fazer parte sistemática do projeto Continuum em 2009, consistindo na escuta clínica solidária do paciente atendido, na valorização de sua subjetividade e na transformação de suas queixas psicossociais em objeto das ações do projeto. Objetivos: Relatar a experiência das ações de acolhimento e escuta integradas ao projeto Continuum de extensão do PROBEX/UFPB no setor ambulatorial do HULW durante a vigência de junho a dezembro de 2009. Descrição Metodológica: Trata-se de um relato de experiência de cunho descritivo e interpretativo sobre a vinculação de atividades dos estudantes de Medicina participantes do referido projeto com as ações de acolhimento aos pacientes atendidos no Projeto Continuum. Estes foram acompanhados pelos extensionistas sob orientação de supervisão em Psicologia e Medicina na realização de entrevistas semi-dirigidas individuais. Nestas, foram feitas questões abertas norteadoras, versando sobre a vida do paciente, como se sente após o adoecimento, o que acha que este acarretou, como se sente como doente, como encara o futuro, como é o relacionamento familiar, quais são as vivências que lhe trazem satisfação, se há dúvida sobre sua doença, entre outras questões. Resultados: De junho a outubro de 2009, foram atendidos 24 pacientes no Projeto. Durante a escuta dos pacientes, os estudantes extensionistas buscaram fazer acolhimento e avaliação psicológica. Nas observações, verificou-se presença de angústia, episódios de choro e reações de negação, revolta, ganho secundário, sinais de humor deprimido e perda de autonomia frente à doença e ao tratamento. Conclusões: A prática do acolhimento como imperativo na humanização do atendimento aos pacientes do Projeto Continuum tem permitido aos pacientes expressarem suas reações ao processo de adoecimento, permitindo a identificação de fatores relevantes para a condução de seu tratamento e melhoria de sua qualidade de vida, assim como possibilitando ao aluno extensionista aplicar os preceitos desse modelo assistencial integrador em sua prática clínica de treinamento em serviço. Palavras-chave: Continuidade da assistência ao paciente. Acolhimento. Ambulatório hospitalar. (1) Extensionista Bolsista PROBEX/UFPB, (2) Extensionista Voluntário, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador; (4) Técnico/Especialista.
(3) Título:
PERMUTA DE GENÉRICOS POR SIMILARES NA AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS POR PACIENTES ATENDIDOS NO PROJETO CONTINUUM DE EXTENSÃO
Natália de Andrade Costa (1), Gabriel Braz Garcia (1), Bruno Melo Fernandes (2), Antônio Edilton Rolim Filho (2), Raissa Dantas de Sá (2), Isabel Barroso Augusto Silva (4), Ângela Siqueira de Figueiredo (4), Leni Teixeira Lins B. de Melo (5), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz (3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/PROBEX
RESUMO Introdução: O Projeto Continuum propõe-se a realizar uma contínua assistência ao paciente portador de doença crônica. Em se tratando do tratamento destinado a esses pacientes, a terapêutica medicamentosa de uso contínuo assume considerável importância. Todo medicamento genérico ou similar é intercambiável com o medicamento de referência, mas não há informações sobre a intercambiabilidade de um genérico por outro genérico ou por um similar. Entretanto, na prática clínica parece ser comum o fato de os pacientes substituírem medicamentos de referência ou genéricos por similares. Objetivos: Avaliar a intercambiabilidade entre diferentes medicamentos similares pelo medicamento prescrito (genérico ou de marca), sobretudo genéricos por similares, por parte dos pacientes atendidos no Projeto Continuum, além de verificar em que local eles obtêm os medicamentos usados. Descrição Metodológica: Trata-se de um estudo observacional e transversal, com análise dos tipos de medicações utilizadas pelos pacientes acompanhados pelo Projeto Continuum no período de agosto a novembro de 2009. Os dados foram colhidos através da observação direta dos medicamentos utilizados pelos pacientes, com posterior questionamento direto ao paciente sobre seus locais de aquisição e registro dos dados em formulário elaborado pelos extensionistas. Resultados: Foram identificados 43 medicamentos em uso, dentre os quais, trinta e quatro (79%) eram similares, sete (16,2%) eram genéricos e dois (4,65%) medicamentos de marca. Quanto ao local onde foram adquiridos os similares, constatou-se que 28 (82,3%) foram adquiridos nos postos de saúde, cinco (14,7%) foram obtidos em farmácias comuns e um (2,94%) em farmácias com selo de farmácia popular. Conclusões: A permuta de medicamentos prescritos a pacientes do Projeto Continuum, sejam originais ou genéricos, por similares, de eficácia e segurança não comprovads, foi verificada como uma prática bastante evidente, inclusive, sendo fornecidos nos postos de saúde. Medicamentos similares acabam substituindo os genéricos ou originais prescritos, em desrespeito ao prescritor, ao paciente e às normas regulatórias vigentes. Palavras-chave: Continuidade da assistência ao paciente. Medicamentos. Ambulatório hospitalar. (1) Extensionista Bolsista PROBEX/UFPB, (2) Extensionista Voluntário, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador; (5) Técnico/Especialista.
(4) Título:
AÇÕES MULTIDISCIPLINARES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO PROJETO CONTINUUM DE EXTENSÃO: ADESÃO DO PACIENTE COM DOENÇA CRÔNICA NO HULW/UFPB
Samuel Gouveia da Costa Duarte (1), Antônio Edilton Rolim Filho (1), Rodolfo Augusto Bacelar de Athayde (2), Natália de Andrade Costa (2), Raissa Dantas de Sá (2), Charlâne Marinho Almeida (2), Isabel Barroso Augusto Silva (4), Ângela Siqueira de Figueiredo (4), Maria do Amparo Mota Ferreira (5), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz (3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/PROBEX
RESUMO Introdução: A continuidade de cuidados em saúde permite melhor conhecimento dos doentes, condicionando aumento de sua adesão terapêutica. Este é um dos principais objetivos do projeto de extensão Continuum do PROBEX/UFPB no ambulatório de egressos de internação da Clínica Médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW). A possibilidade de complicações tardias incapacitantes e o fato de a doença crônica exigir grande parcela de auto-cuidado pelos pacientes tornam necessária uma abordagem educativa que facilite o lidar cotidiano com a doença. Objetivos: Delinear as ações de educação em saúde no Projeto Continuum de extensão e seu impacto sobre a adesão dos pacientes com doenças crônicas atendidos no referido projeto entre junho e dezembro de 2008 no HULW/UFPB . Descrição Metodológica: Trata-se de um relato de experiência em extensão sobre educação em saúde para pacientes portadores de doenças crônicas. Através da abordagem inicial dos pacientes internados por estudante de Serviço Social, foi feito encaminhamento para o ambulatório de egressos de internação. Na continuidade do cuidado ambulatorial, foram fornecidas informações sobre sua doença cada visita do paciente. Os extensionistas de Medicina realizaram orientação educativa sistemática tanto sobre terapêutica não-medicamentosa (dieta, exercícios, peso, combate ao tabagismo e etilismo) quanto da terapêutica medicamentosa. No início e final do acompanhamento foram realizadas entrevistas com os pacientes, avaliando-se sua adesão e o entendimento sobre sua doença e tratamento Resultados: Dos 32 pacientes encaminhados para atendimento após a alta hospitalar, 24 retornaram para acompanhamento ambulatorial. Na enfermaria, uma estudante de Serviço Social realizou a primeira intervenção educativa explicando ao paciente a necessidade da continuidade da atenção pela equipe de saúde. Os extensionistas de Medicina realizaram orientação educativa individual aos 24 pacientes no ambulatório, com periodicidade mensal, enfocando os cuidados necessários para manter sua doença controlada. Ao final da vigência do projeto em 2008, verificou-se adesão completa por 19 (79,2%) dos pacientes, parcial por três (12,5%) e ausência de adesão por dois (8,3%), além de haver melhora do conhecimento destes em relação aos medicamentos em uso. Conclusões: A adesão terapêutica representa objetivo difícil de ser alcançado em portadores de doenças crônicas, mas a continuidade de intervenções de educação em saúde pode ser um meio efetivo para a conscientização do paciente e melhor controle de sua doença. Palavras-chave: Continuidade da assistência ao paciente. Doença crônica. Ambulatório hospitalar. (1) Extensionista Bolsista PROBEX/UFPB, (2) Extensionista Voluntário, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador, (5) Técnico/Especialista.
(5) Título: ANÁLISE QUANTITATIVA DO MÉRITO CIENTÍFICO DAS PUBLICAÇÕES DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA
Gilson Mauro Costa Fernandes Filho (1), Tâmata Tarcila Soares de Sousa (2), Danilo Rodrigues Cavalcante Leite (2), Rayssa Silva Leal (2), Alaíde Pinto Bessa (2), Guilherme Augusto Teodoro Athayde (2), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz (3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/MONITORIA
RESUMO Introdução: Publicada há mais de 30 anos, a Revista Brasileira de Educação Médica (RBEM) tem nível Qualis Nacional A. Sua missão é a de publicar debates, análises e resultados de pesquisas sobre temas relevantes para a Educação Médica. Interroga-se qual seria sua dimensão como periódico de publicações científicas, considerando-se que o número médio ideal de artigos para a área da saúde é em média de 15 por fascículo, 60 por ano e que artigos originais e/ou de revisão sistemática devem corresponder a, no mínimo, 50% dos trabalhos. A hipótese testada foi de que artigos científicos originais têm pouca representatividade entre as publicações recentes da RBEM. Objetivos: Avaliar o número e os tipos de artigos publicados pela RBEM no período de 2000 a 2008, no contexto das atividades didáticas práticas do módulo complementar obrigatório de Pesquisa Aplicada à Medicina. Descrição Metodológica: Pesquisa documental com revisão dos artigos publicados pela RBEM no referido período. Considerou-se como artigo original a publicação com resultados primários de pesquisa científica. Resultados: Entre janeiro de 2000 e dezembro de 2009, publicaram-se 330 artigos em 30 fascículos (média de 11 por edição). O número de artigos por ano variou de 28 a 61, com média de 36,7. Artigos originais representaram 15,7% das publicações. Os artigos mais frequentes foram revisões narrativas com 84 (25,4%), seguidas por relatos de experiência (55/ 16,7%), resumos de teses (39/11,8%), estudos descritivos (36/10,9%), revisões sistemáticas (17/5,1%), pesquisa-ação (5/1,5%), relato de caso (4/1,9%), estudo de coorte (3/0,9%), estudos caso-controle (3/0,9%), meta-análise (1/ 0,3%) e experimental (1/0,3%). Conclusões: De acordo com os critérios adotados, a RBEM apresentou nos últimos oito anos uma produção científica menor que a considerada ideal para periódicos de alta qualidade. A hipótese testada, de que artigos científicos originais têm pouca representatividade entre as publicações da RBEM, foi corroborada. Considera-se que estudos com maior aprofundamento devem ser realizados levando em consideração mérito científico. Pesquisas dessa natureza são relevantes por possibilitarem o desenvolvimento da área e indicar lacunas, contribuindo assim para a disseminação e a qualidade do conhecimento em educação médica no Brasil. Palavras-chave: Educação médica. Indicadores de produção científica. Bioestatística. (1) Monitor Bolsista de Pesquisa Aplicada à Medicina, (2) Monitor Voluntário/Colaborador, (3) Prof. Orientador/Coordenador.
(6) Título: WEBLOG EDUCATIVO DA MONITORIA DE SEMIOLOGIA MÉDICA DA UFPB: UM ESPAÇO INOVADOR DE APOIO AO APRENDIZADO CLÍNICO
Daniel Espíndola Ronconi (1), Camila de Oliveira Ramalho (2), Guilherme Augusto Teodoro de Athayde (2), Bruno Melo Fernandes (2), Gabriel Clemente de Brito Pereira (2), Ana Paula Freitas da Silva (2), João Guilherme Pinto Vinagre (2), José Luiz Simões Maroja (4), Isabel Barroso Augusto Silva (4), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz (3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/MONITORIA
RESUMO Introdução: Os weblogs são um recurso da Internet que vem ganhando gradativamente mais espaço como ferramenta pedagógica na universidade, incluindo a área de Medicina. Nesse sentido, o “Semioblog” tem representando um cenário de aprendizagem alternativo de iniciação ao exame clínico e um recurso de apoio à monitoria de Semiologia Médica da UFPB, considerando-se que cenário de aprendizagem diz respeito não apenas ao local onde se realizam as práticas, mas também aos sujeitos nela envolvidos, à natureza e ao conteúdo do que se faz. Objetivos: Relatar a experiência de produção do “Semioblog”, um weblog educativo da monitoria e do Grupo de Estudos em Semiologia Médica (GESME)/UFPB. Descrição Metodológica: O Semioblog foi criado em março de 2008 para estimular a comunicação entre os alunos de Semiologia, valorizar a produção textual desses alunos através da publicação de seus escritos na Internet, fomentar um apoio eletrônico para a disciplina de Semiologia da UFPB e criar um espaço de organização da produção dos alunos, monitores e professores de Semiologia Médica. Resultados: Os objetivos acima têm sido alcançados, com publicação de textos de aulas, exercícios de fixação de Semiologia, relato das atividades dos estudantes de Medicina que participam do GESME, divulgação de textos produzidos por monitores e alunos de Semiologia Médica da UFPB e de textos de apoio para aulas dessa disciplina e do GESME. Usando o weblog como ambiente de aprendizagem, os estudantes e professores de Semiologia Médica têm empregado a Internet como uma tecnologia enriquecedora de sua vivência acadêmica, possibilitando um espaço para a emergência da autoria e que se manifesta quando os alunos produzem seus próprios textos, exercendo o pensamento crítico e retomando e reinterpretando conceitos e práticas. No Semiblog produziram-se textos, reflexões, relatórios de seminários, resenhas, exposições, resultados de discussões em grupo e palestras, que passaram a constituir um saber compartilhado, ativo e útil no âmbito da educação médica. Conclusão: O Semioblog tem sido uma experiência pedagógica positiva em Semiologia Médica, possibilitando aos alunos publicarem seus textos e interagirem, tornando-se construtores do conhecimento de forma colaborativa. Associar o weblog a atividades acadêmicas do GESME pode contribuir para o estímulo do discente na sua habilidade de escrever, comunicar e interagir em um espaço aberto entre universitários da área de saúde, com ampla abrangência informativa e interativa. Palavras-chave: Educação de Graduação em Medicina. Materiais de ensino. Tecnologia da informação. (1) Monitor Bolsista de Semiologia Médica, (2) Monitor Voluntário/Colaborador, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador.

(7) Título: APOIO SOCIAL DOS PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS ATENDIDOS NO PROJETO DE EXTENSÃO CONTINUUM DE INTEGRAÇÃO ENFERMARIA-AMBULATÓRIO DE CLÍNICA MÉDICA DO HULW/UFPB Charlâne Marinho Almeida (2), Antônio Edilton Rolim Filho (1), Raissa Dantas de Sá (2), Natália de Andrade Costa (2), Samuel Gouveia da Costa Duarte (1), Bruno Melo Fernandes (2), Rodolfo Augusto Bacelar de Athayde (2), Isabel Barroso Augusto Silva (4), Ângela Siqueira de Figueiredo (4), Maria do Amparo Mota Ferreira (5), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz (3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/PROBEX RESUMO Introdução: Investigações mostram que a pobreza de relações sociais constitui fator de risco à saúde comparável a outros fatores comprovadamente nocivos, como fumo, hipertensão arterial e obesidade. Apoio social, ou suporte social, é o apoio recebido ou a interação entre as pessoas (familiares, amigos, vizinhos, membros de organizações sociais) com a finalidade de dar e receber ajuda de diversos tipos, basicamente apoio espiritual, emocional, instrumental e informativo. Objetivos: Avaliar o apoio social e familiar recebido pelos pacientes do Projeto Continuum de Extensão (PROBEX/UFPB) na vigência junho-dezembro de 2008, executado no setor de enfermaria de clínica médica e do ambulatório de egressos de internação do Hospital Universitário Lauro Wanderley. Descrição Metodológica: Relato de experiência de projeto de extensão cujo objetivo é acompanhar ambulatorialmente pacientes com doenças crônicas. Os alunos extensionistas aplicaram um questionário elaborado no projeto aos pacientes atendidos no período de junho a dezembro de 2008. Buscou-se identificar o apoio social e familiar recebido pelos pacientes, a adesão e a participação ativa do paciente no controle de sua doença. Resultados: A análise do perfil demográfico dos pacientes atendidos no Projeto Continuum (n=24) mostrou predominância de pacientes masculinos, casados, residentes em João Pessoa-PB. O perfil econômico revelou que a renda dos pacientes era inferior a um salário mínimo e proveniente do próprio paciente. A avaliação do apoio social revelou presença de envolvimento familiar no tratamento da doença, mas inexistência de grupos de apoio na comunidade. Conclusões: A maioria dos pacientes tem um perfil sócio-econômico desfavorável e sustenta a família. Contudo, esta representou o único elemento de apoio social desses pacientes, além do presente projeto de extensão. Há necessidade de se criarem redes de apoio social, como associação comunitária de portadores de doenças crônicas para prover ajuda a esses pacientes. Os alunos extensionistas desse projeto tiveram a oportunidade de conhecer o conceito de apoio social e refletir que a doença crônica não pode ser tratada de forma isolada. Palavras-chave: Apoio social.Continuidade da assistência ao paciente. Ambulatório hospitalar. (1) Extensinosta Bolsista PROBEX/UFPB, (2) Extensionista Voluntário/Colaborador, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador; (5) Técnico-administrativo.
(8) Título: VISITAÇÃO DOMICILIAR EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM ESTUDO DE CASO DO PROJETO CONTINUUM DE EXTENSÃO/PROBEX/UFPB
Natália de Andrade Costa(2), Raissa Dantas de Sá(2), Bruno Melo Fernandes(2), Rodolfo Augusto Bacelar de Athayde(2), Antônio Edilton Rolim Filho(1), Samuel Gouveia da Costa Duarte(1), Charlâne Marinho Almeida(2), Isabel Barroso Augusto Silva(4), Ângela Siqueira de Figueiredo(4), Maria do Amparo Mota Ferreira(5), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz(3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/PROBEX
RESUMO Introdução: Existem muitos benefícios na atenção domiciliar em saúde para portadores de doenças crônicas, como a diminuição de hospitalizações e um atendimento mais humanizado ao paciente, sobretudo em pacientes com diabetes mellitus e comorbidades. Objetivos: Expor a experiência de uma visita domiciliar no contexto de um projeto de extensão (PROBEX/UFPB) de atendimento a pacientes com doenças crônicas e discutir seus benefícios para a assistência do paciente e o aprendizado dos alunos extensionistas. Descrição Metodológica: Relato de experiência de prática acadêmica domiciliar de um projeto de extensão com estudo de caso. Selecionou-se uma paciente atendida no ambulatório de egressos de internação da clínica médica do hospital da UFPB. Resultados: A paciente visitada foi uma mulher diabética, 61 anos, com mau controle metabólico, hipertensa, baixa adesão terapêutica, polifamácia, ansiosa, portadora de risco cardiovascular alto e desfavorável condição econômica. A equipe visitadora foi formada por uma médica e dois estudantes extensionistas. Os objetivos da visita foram conhecer o domicílio da paciente, seu apoio familiar, o seguimento da prescrição, as condições de estocagem dos medicamentos, de administração de insulina, medição da pressão arterial e auto-monitorização da glicemia. Com consentimento prévio para a visita, comunicou-se o objetivo desta, aplicou-se um questionário elaborado para este fim com os itens referidos acima, realizou-se intervenção educativa e conversou-se com familiares. Os objetivos da visita à paciente foram alcançados; constatou-se que a família proporcionava apoio à paciente, a terapêutica estava sendo seguida, mas a paciente apresentava sintomas depressivos; esta se mostrou receptiva à visita, cooperativa e recebeu as orientações, ao contrário do que ocorreu no ambulatório. Conclusões: A visita domiciliar permitiu verificar a existência do componente depressivo da paciente e melhorou a relação desta com a equipe do projeto. A atenção domiciliar sob a forma de visitação tem importância para o acompanhamento do portador de doença crônica, além de permitir ao aluno extensionista a visualização do paciente no contexto domiciliar. Palavras-chave: Continuidade da assistência ao paciente. Diabetes mellitus. Visita domiciliar em saúde. (1) Bolsista PROBEX/UFPB, (2) Extensionista Voluntário, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador; (5) Técnico-admionistrativo.
(9) Título: ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL AO PACIENTE COM DOENÇA RENAL CRÔNICA NO PROJETO DE EXTENSÃO CONTINUUM / PROBEX / UFPB
Raissa Dantas de Sá (2), Natália de Andrade Costa (2), Samuel Gouveia da Costa Duarte (1), Bruno Melo Fernandes (2), Rodolfo Augusto Bacelar de Athayde (2), Antônio Edilton Rolim Filho (1), Charlâne Marinho Almeida (2), Isabel Barroso Augusto Silva (4), Ângela Siqueira de Figueiredo (4), Maria do Amparo Mota Ferreira (5), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz (3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/PROBEX
RESUMO Introdução: No projeto de extensão Continuum buscou-se associar ensino e extensão no acompanhamento ao portador de doenças crônicas egressos de hospitalização do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW). Nesse sentido, pretendeu-se que a aprendizagem do aluno extensionista de Medicina se vinculasse à prática do atendimento ambulatorial ao paciente com doença renal crônica (DRC) com vistas à obtenção de benefícios pelas duas clientelas-alvo: pacientes e estudantes. Objetivos: Apresentar e avaliar as ações assistenciais ao paciente com doença renal crônica no projeto de extensão Continuum/PROBEX/UFPB na vigência junho-dezembro de 2008 no setor ambulatorial do HULW. Descrição Metodológica: Trata-se de um relato de experiência de cunho descritivo e interpretativo da vinculação de atividades dos estudantes de Medicina participantes do referido projeto com as ações assistenciais aos pacientes com DRC. Estes foram acompanhados pelos alunos extensionistas sob orientação de docentes especialistas em Nefrologia, Endocrinologia e Clínica Médica, seguindo-se um protocolo de atendimento elaborado com base nas Diretrizes Brasileiras de DRC. Resultados: No primeiro semestre do Projeto (junho a dezembro de 2008), foram atendidos mensalmente 11 pacientes com DRC. O diagnóstico prevalente foi síndrome nefrótica e/ou nefrítica (5/45,4%), todos em fase pré-dialítica. As principais comorbidades associadas à DRC foram diabetes mellitus (27,3%) e hipertensão arterial sistêmica (63,6%). Houve adesão terapêutica em 10 pacientes (90,9%). As atividades de ensino foram discussões dos problemas dos pacientes e revisões teóricas semanais sobre as ocorrências dessa prática ambulatorial. Paralelamente, foram realizados seminários para discussão dos protocolos clínicos elaborados pelo grupo. Conclusões: O acompanhamento ambulatorial ao paciente portador de DRC alcançou seus objetivos em curto prazo, mantendo o paciente compensado clinicamente. Houve associação bem sucedida dessa atividade com o ensino. Na compreensão da condição crônica do nefropata, os alunos passaram a ter novas responsabilidades que exigiram diferentes habilidades e conhecimentos. Foi possível integrar as ações desenvolvidas pelos estudantes extensionistas do projeto no manejo dos problemas dos pacientes com DRC com a sua própria formação acadêmica. Palavras-chave: Continuidade da assistência ao paciente. Doença renal crônica. Ambulatório hospitalar. (1) Bolsista PROBEX/UFPB, (2) Extensionista Voluntário, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador; (5) Técnico-administrativo.
(10) Título: ATIVIDADES DO PROJETO CONTINUUM DE EXTENSÃO / PROBEX / UFPB PARA DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS CLÍNICAS NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE COM DOENÇA CRÔNICA Rodolfo Augusto Bacelar de Athayde (2), Antônio Edilton Rolim Filho (1), Samuel Gouveia da Costa Duarte (1), Raissa Dantas de Sá (2), Bruno Melo Fernandes (2), Natália de Andrade Costa (2), Rodolfo Charlâne Marinho Almeida (2), Isabel Barroso Augusto Silva (4), Ângela Siqueira de Figueiredo (4), Maria do Amparo Mota Ferreira (5), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz (3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/PROBEX
RESUMO Introdução: Em concordância com o novo Projeto Pedagógico do Curso de Medicina da UFPB, o trabalho relacionado ao ensino do projeto de extensão denominado Continuum buscou possibilitar ao aluno extensionista o desenvolvimento de competências clínicas práticas de assistência ao paciente com doença crônica, sobretudo hipertensão arterial, diabetes mellitus e doença renal crônica. Objetivos: Descrever e avaliar as atividades didático-pedagógicas do projeto de extensão Continuum, cuja principal ação é a assistência ambulatorial contínua aos pacientes portadores de doenças crônicas. Descrição Metodológica: Trata-se de um relato de experiência descritivo e reflexivo focalizando as atividades de ensino para estudantes de Medicina participantes do Projeto de extensão Continuum, assim como seu processo de auto-avaliação e avaliação do projeto. Ao final da vigência do trabalho em 2008, os estudantes preencheram um questionário de avaliação. Resultados: As atividades de ensino consistiram em discussões de problemas clínicos trazidos pelos pacientes e revisões teóricas semanais sobre os temas vivenciados na prática ambulatorial. Paralelamente, foram realizados seminários para apresentação e discussão dos protocolos clínicos elaborados pelo grupo. A análise da avaliação dos estudantes demonstra que eles consideraram que os objetivos do projeto foram alcançados, entendendo que os pacientes atendidos foram beneficiados e que o projeto atingiu o seu público. Seis (85,7%) extensionistas afirmaram que o projeto contribuiu para seu desenvolvimento acadêmico. Todos afirmaram que se sentiram estimulados a formar juízo crítico e 5 (71,4%) consideraram que houve articulação do projeto com seu aprendizado. Através das ações extensionistas deste projeto, no plano experiencial, a aprendizagem do aluno vinculou-se à prática e ao cotidiano, evidenciando que aprender e fazer são dinâmicas que se complementam. Conclusões: Tendo como campo de estudo o atendimento real de pacientes com doenças crônicas, o Projeto Continuum tem oferecido aos alunos extensionistas a oportunidade de desenvolver habilidades através da vivência clínica e da educação aos pacientes com essas enfermidades. Portanto, esse projeto configura-se como mais um espaço de aprendizagem relacionado à integralidade obtenção de novos conhecimentos ao articular a formação acadêmica com a prática ambulatorial. Palavras-chave: Ensino médico. Continuidade da assistência ao paciente. Ambulatório hospitalar. (1) Bolsista PROBEX/UFPB, (2) Extensionista Voluntário, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador; (5) Técnico-administrativo.
(11) Título: EXERCÍCIO DE HABILIDADES CLÍNICAS NO ATENDIMENTO AO DIABÉTICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA AMBULATORIAL EXTENSIONISTA NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY/UFPB
Bruno Melo Fernandes (2), Antônio Edilton Rolim Filho (1), Samuel Gouveia da Costa Duarte (1), Raissa Dantas de Sá (2), Natália de Andrade Costa (2), Rodolfo Augusto Bacelar de Athayde (2), Charlâne Marinho Almeida (2), Isabel Barroso Augusto Silva (4), Ângela Siqueira de Figueiredo (4), Maria do Amparo Mota Ferreira (5), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz (3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/PROBEX
RESUMO Introdução: A execução do Projeto Continuum de extensão (PROBEX/UFPB) buscou superar a ausência da continuidade de assistência ao paciente portador de doença crônica egresso da internação das enfermarias de clínica médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW)/UFPB, assim como promover o desenvolvimento de habilidades por graduandos de Medicina no reconhecimento das necessidades desses pacientes e na realização de sua orientação educativa. Objetivos: Descrever o perfil clínico dos diabéticos egressos de internação atendidos ambulatorialmente e o acompanhamento feito pelos alunos participantes do Projeto Continuum de extensão no HULW, assim como o exercício clínico realizado por eles no atendimento dos pacientes. Descrição Metodológica: Trata-se de um relato de experiência enfocando a observação clínica e orientação educativa dos pacientes diabéticos egressos de internação no HULW. Os pacientes foram atendidos no Projeto Continuum (junho/dezembro de 2008) por extensionistas de Medicina supervisionados por docentes. Foi seguido um protocolo de atendimento para o diabético previamente elaborado no projeto. Resultados: Foram atendidos oito diabéticos no referido período. Descompensação metabólica da doença foi diagnóstico principal da hospitalização em 37,5% dos casos. HAS foi comorbidade em sete (87,5%) pacientes. Quatro (50%) apresentavam concomitância de DM e DRC. Apenas um paciente não aderiu completamente ao tratamento. A abordagem educativa foi feita desde a fase de internação nas enfermarias até a fase ambulatorial pelos alunos extensionistas. Estes tiveram a oportunidade de desenvolver a habilidade incipiente para seu futuro papel de agentes ativos através de vivência clínica e educação aos diabéticos atendidos. Conclusão: Os usuários diabéticos do Projeto Continuum de extensão apresentaram alta coexistência de HAS e DRC, indicando sua alta morbidade, necessidade de cuidados de alta complexidade e acompanhamento contínuo. Este parece ter sido alcançado no sentido de que a adesão terapêutica dos pacientes foi satisfatória. Nesta vivência clínica, os alunos extensionistas tiveram oportunidade de reconhecer o DM como um problema de saúde importante no contexto das doenças crônicas, ampliando sua compreensão sobre a atenção clínica ao diabético. Palavras-chave: Continuidade da assistência ao paciente. Ambulatório hospitalar. Diabetes mellitus. (1) Bolsista PROBEX/UFPB, (2) Extensionista Voluntário, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador; (4) Técnico-administrativo.
(12) Título: PROJETO “MAPA CLÍNICO”: METODOLOGIA PARA APRIMORAR O PLANEJAMENTO DIDÁTICO DA DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA MÉDICA
Ana Paula Freitas da Silva (2), Camila de Oliveira Ramalho (2), Guilherme Augusto Teodoro de Athayde (2), Gabriel Clemente de Brito Pereira (2), Daniel Espíndola Ronconi (1), Bruno Melo Fernandes (2), João Guilherme Pinto Vinagre (2), José Luiz Simões Maroja (4), Isabel Barroso Augusto Silva (4), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz (3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/MONITORIACentro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/MONITORIA RESUMO Introdução: Entre as atividades da Monitoria Acadêmica em Semiologia Médica do Curso de Graduação em Medicina da UFPB estão a identificação dos problemas clínicos dos pacientes para o aprendizado dos alunos e a avaliação da participação dos pacientes nas aulas práticas da disciplina. Recentemente uma das atividades dos monitores foi a de otimizar a inclusão apropriada e planejada dos pacientes internados no processo de ensino. Objetivos: Descrever a experiência didática realizada no contexto das atividades da monitoria através da elaboração do mapa clínico das enfermarias como ferramenta didática no planejamento das aulas práticas de Semiologia Médica. Descrição Metodológica: Trata-se de uma experiência realizada na vigência do projeto de Monitoria em Semiologia Médica junto aos pacientes internados nas enfermarias de Clínica Médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley. A coleta de informações é feita através de um formulário de busca dos dados nos prontuários dos pacientes e a realização de exame físico destes pelos monitores da disciplina, para conhecer os achados semiológicos presentes e avaliar o estado clínico do paciente, determinando-se se sua condição permite a participação nas aulas práticas e se esta é de seu consentimento. Após a coleta dos dados, os principais achados semiológicos são transferidos para uma planilha eletrônica (google docs) acessível a todos os professores e monitores da disciplina. A planilha é atualizada a cada 3 dias pelos monitores com os sinais clínicos encontrados. Resultados: A execução desse projeto tem permitido maior praticidade na indicação dos pacientes a serem examinados durante as aulas práticas de Semiologia Médica. Os achados e problemas clínicos dos pacientes têm sido arrolados sistematicamente possibilitando a demonstração e ilustração das aulas práticas. Os professores da disciplina sabem com antecedência que pacientes aceitam participar de aulas práticas, facilitando o trabalho de planejamento didático e minimizando o desconforto dos pacientes. Conclusões: O projeto em execução no âmbito da monitoria de Semiologia se constitui em uma iniciativa relevante no seio do ensino médico de graduação, pela oportunidade de ampliação de experiências que contribuem para a formação de estudantes, na participação dos pacientes no processo de ensino e no desenvolvimento dos monitores, pela diversidade de atividades a serem desenvolvidas cotidianamente em diversos aspectos da disciplina. Palavras-chave: Educação de Graduação em Medicina. Exame físico. Serviço hospitalar de educação. (1) Monitor Bolsista de Semiologia Médica, (2) Monitor Voluntário/Colaborador, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador
(13) Título: PRODUÇÃO DE VÍDEO DIDÁTICO EM PROPEDÊUTICA CARDIOVASCULAR POR MONITORES DE SEMIOLOGIA MÉDICA DA UFPB: EXPERIÊNCIA E PERSPECTIVAS
Bruno Melo Fernandes (2), Daniel Espíndola Ronconi (1), Gabriel Clemente de Brito Pereira (2), João Guilherme Pinto Vinagre (2), Ana Paula Pontes da Silva (2), Guilherme Augusto Teodoro de Athayde (2), Camila de Oliveira Ramalho (2), Ana Paula Freitas Silva (2), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz (3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/MONITORIA RESUMO Introdução: A disciplina de Semiologia Médica tem como objetivo principal treinar os alunos nas técnicas de exame clínico, entre as quais o exame cardiovascular tem importância fundamental para a formação do futuro médico. Nesse contexto, a linguagem visual geralmente proporciona bons resultados sobre a assimilação dos estudantes. O ensino da Medicina sempre fez uso da imagem em diversas disciplinas, com apresentação de fotos e ilustrações nas aulas. Contudo, o potencial desse recurso didático ainda é pouco explorado no ensino médico. Comprometidos com a melhoria da formação semiotécnica dos estudantes do curso de graduação na sua iniciação ao exame clínico, os monitores de Semiologia Médica propõem a inclusão desse recurso na programação da disciplina. Objetivos: Relatar a experiência de produção de um vídeo didático sobre exame cardiovascular pelos monitores de Semiologia Médica / Departamento de Medicina Interna / UFPB. Descrição Metodológica: O presente trabalho é um relato de experiência da Monitoria de Semiologia Médica na produção de um vídeo didático. Esta foi realizada com uma linguagem audiovisual experimental, resultante da discussão no grupo de monitores que constituíram a equipe de produção e realização do vídeo. Resultados: A produção foi dividida nas seguintes etapas: definição do tema a ser abordado; confecção do roteiro, preparação do texto narrado, pré-definição de planos e objetivos a serem filmados; captura de imagens com uma câmera digital; filmagem na sala de aula de Semiologia no HULW; escolha de sons e efeitos sonoros. Os monitores desenvolveram as atividades propostas em conjunto e conseguiram produzir o vídeo com criatividade. A produção de vídeo propiciou aos monitores a visualização do exame clínico cardiovascular realizado pelo próprio grupo. O produto final obtido foi visualizado em reunião do Grupo de Estudos em Semiologia Médica, através de pré-teste com alunos de Medicina de iniciação à pesquisa e extensionistas. Conclusões: O vídeo didático em exame cardiovascular constituiu uma experiência inventiva no contexto da disciplina de Semiologia Médica. O produto final obtido pode ser um instrumento complementar de aprendizado clínico para os alunos de Semiologia e também divulgado pela Internet, tornando-se acessível aos estudantes de outras escolas médicas. Esta experiência ensejou a idéia de criação de uma videoteca de Semiologia Médica na UFPB pelos monitores. Palavras-chave: Exame físico. Material didático. Educação Médica. (1) Monitor Bolsista de Semiologia Médica, (2) Monitor Voluntário/Colaborador, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador
(14) Título: TRABALHOS ACADÊMICOS SOBRE ENSINO DE MEDICINA NO BRASIL: TEMAS DO 460 CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO MÉDICA
Camila de Oliveira Ramalho(2), Ana Paula Freitas da Silva(2), Guilherme Augusto Teodoro de Athayde(2), Ana Paula Freitas da Silva(2), Bruno Melo Fernandes(2), João Guilherme Pinto Vinagre(2), Gabriel Clemente de Brito Pereira(2), Daniel Espíndola Ronconi(1), José Luiz Simões Maroja(4), Isabel Barroso Augusto Silva(4), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz(3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/MONITORIA RESUMO Introdução: O Congresso Brasileiro de Educação Médica (COBEM), realizado anualmente há 43 anos, é o maior evento nessa área do conhecimento realizado no Brasil, constituindo o principal fórum para apresentação de trabalhos sobre investigação em ensino de Medicina no país. A apresentação de temas livres durante o COBEM representa importante fonte de informação sobre o desenvolvimento de pesquisas na área de educação médica no país. Objetivos: Analisar quantitativa e qualitativamente as temáticas dos trabalhos apresentados no 460 COBEM, em 2008. Descrição Metodológica: Estudo observacional e transversal, com revisão documental dos Anais do 460 COBEM realizado em 2008 e participação presencial no evento. Resultados: Foram apresentados 815 trabalhos científicos no COBEM 2008, dentro de 19 eixos temáticos. As temáticas com maior número de trabalhos foram: (1) Os cenários de prática e integração à rede de serviços de saúde; e (2) Currículo e metodologias de ensino. Depois destes, as áreas (3) Extensão Universitária, (4) Humanização e Ética, (5) Apoio psico-pedagógico ao estudante e (6) Saúde coletiva na graduação foram eixos com alto número de trabalhos. Esses temas indicam que currículo e cenários de aprendizagem prática parecem exigir mais atenção dos pesquisadores no campo da educação médica neste momento de implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais. A tendência atual de integração da formação médica com a atenção primária parece ser corroborada também pelo enfoque destacado em extensão universitária no congresso. O destaque de temas humanísticos no evento também indica a atual necessidade de resgate da humanização na prática clínica contemporânea. Conclusões: A simples análise quantitativa das temáticas apresentadas no COBEM 2008 não permite conclusões explicativas, contudo é indicativo da tendência temática na produção de trabalhos na área de educação médica no Brasil atualmente. As mudanças curriculares, a aprendizagem prática na comunidade e a formação humanística do estudante de medicina constituíram os temas mais focalizados nesse congresso, o que parece refletir o reconhecimento dos elementos faltantes da formação médica contemporânea. Palavras-chave: Educação de Graduação em Medicina. Informes Anuais como Tema. Revisão por pares. (1) Monitor Bolsista de Semiologia Médica, (2) Monitor Voluntário/Colaborador, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador
(15) Título: ENTENDIMENTO DO PACIENTE INTERNADO EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE ENSINO TEM SOBRE SUA PROBLEMÁTICA DE SAÚDE E SEU TRATAMENTO MÉDICO
Fernando Roberto Gondim Cabral de Vasconcelos (2), Bruno Melo Fernandes (2), Jailson de Sousa Oliveira (2), Joyce Freire Gonçalves de Melo (2), Charles Saraiva Gadelha (1), Rafael de Sousa Andrade (2), Guilherme Augusto Teodoro de Athayde (2), José Luiz Simões Maroja (4), Isabel Barroso Augusto Silva (4), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz (3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/MONITORIA RESUMO Introdução: O entendimento que o paciente tem sobre sua problemática de saúde e seu tratamento médico é um fator fundamental para a manutenção de sua compensação clínica e para o sucesso terapêutico. O problema desta pesquisa consistiu em levantar os seguintes questionamentos: até que ponto o paciente internado em um hospital público de ensino, como o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), é informado sobre seu diagnóstico, tratamento e seguimento após a alta? Objetivos: Avaliar os conhecimentos retidos pelo paciente sobre sua doença e tratamento durante uma internação no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW); Descrição Metodológica: O estudo foi prospectivo e transversal, a partir de entrevistas com pacientes internados nas enfermarias de clínica médica, clínica cirúrgica e de Doenças Infecto-Contagiosas (DIC) do HULW/UFPB. Foram incluídos no estudo 100 pacientes de ambos os sexos, acima de 14 anos de idade. Para coleta dos dados, foi elaborado um formulário semi-estruturado, testado previamente, e aplicado através de entrevistas individuais realizadas nas enfermarias, no dia da alta hospitalar do paciente, focalizando aspectos da informação retida pelo paciente. Resultados: Observou-se que 74% dos pacientes tinham conhecimento do nome de sua doença (89% destes eram concordantes com o prontuário); apenas 30% sabiam a possível causa de sua doença. Conhecimento sobre o tratamento medicamentoso: o nome dos medicamentos usados foi referido por 42% dos pacientes; observou-se, no entanto, que 63% referiram saber a posologia dos medicamentos. Conhecimento sobre o modo de ação (como agiam os medicamentos que estavam recebendo) foi reportado por 42%. Contudo, apenas 9,2% conheciam os eventuais efeitos colaterais destes medicamentos. Verificou-se que 48% tiveram retorno clínico marcado; 55% receberam algum tipo de orientação médica sobre medidas preventivas secundárias para serem seguidas após a alta hospitalar. Conclusões: Os conhecimentos dos pacientes hospitalizados no HULW/UFPB sobre seu tratamento e seguimento são insuficientes, sobretudo quanto aos efeitos colaterais. Para melhorar o conhecimento do doente do HULW sobre seu tratamento, poderia ser promovida a educação do paciente nesse contexto, para aumentar, assim, suas possibilidades de seguir meios de prevenção terciária após a terapêutica hospitalar. Palavras-chave: Relações médico-paciente. Sistemas de comunicação no hospital. Participação do paciente. (1) Monitor Bolsista de Semiologia Médica, (2) Monitor Voluntário/Colaborador, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador
(16) Título: AVALIAÇÃO DE ENFERMARIAS DE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO COMO AMBIENTE DE ENSINO EM SEMIOLOGIA MÉDICA
Gabriel Clemente de Brito Pereira(2), Ana Paula Freitas Silva(2), Daniel Espíndola Ronconi(1), Bruno Melo Fernandes(2), Camila de Oliveira Ramalho(2), Ana Paula Freitas da Silva(2), Guilherme Augusto Teodoro de Athayde(2), João Guilherme Pinto Vinagre(2), José Luiz Simões Maroja(4), Isabel Barroso Augusto Silva(4), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz(3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/MONITORIA RESUMO Introdução: A formação médica deve ter no ensino hospitalar parte da integralidade da sua ação pedagógica. Nesse sentido, a Medicina evolui e altera o perfil das doenças prevalentes. Por isso, estudos de morbidade hospitalar em serviços universitários são relevantes não somente por fornecerem dados sobre as doenças prevalentes na clientela atendida, mas também porque permitem avaliar cenários de aprendizagem para estudantes da área de Saúde. Objetivos: Avaliar o perfil da clientela adulta hospitalizada nas enfermarias de clínica médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) e o potencial do serviço como cenário prático de aprendizagem para estudantes de Semiologia Médica. Descrição Metodológica: Estudo descritivo, com amostra constituída pelos pacientes maiores de 18 anos internados nas enfermarias de Clínica Médica do HULW. A coleta de dados foi feita por revisão dos prontuários e exame clínico dos pacientes pelos monitores de Semiologia, através de formulário elaborado para verificação das variáveis clínicas (sintomas, diagnósticos, permanência hospitalar, consentimento e condição clínica de participação dos pacientes nas aulas). Resultados: Avaliaram-se 34 pacientes de 18 a 78 anos (43,8 ± 16,6), internados por 27,3 dias em média. Os diagnósticos prevalentes foram insuficiência cardíaca congestiva e lupus eritematoso sistêmico. Os diagnósticos foram definitivos em 24 (71%). A média de sintomas no interrogatório dirigido foi de nove. Os achados do exame físico predominantes foram em abdome (n=15), sistema respiratório (n=10) e cardiovascular (n=10). Concordaram em participar de aulas 28 pacientes (82,4%) e estes tinham condições clínicas para participação. Conclusões: Idade, doenças prevalentes, permanência hospitalar e diagnósticos definitivos são compatíveis com um perfil de doenças crônicas e de alta complexidade. Os achados semiológicos mais frequentes correspondem aos exames fundamentais ao aprendizado da semiologia médica geral. A maioria dos pacientes foi receptiva e tinha condições de participar de aulas práticas. Embora o ensino da semiologia não se restrinja à semiotécnica, esta contribui decisivamente para a formação médica e, portanto, existe um cenário favorável ao aprendizado de estudantes de Semiologia nas enfermarias do HULW para o desenvolvimento de habilidades psicomotoras. Palavras-chave: Educação de Graduação em Medicina. Exame físico. Serviço hospitalar de educação. (1) Monitor Bolsista de Semiologia Médica, (2) Monitor Voluntário/Colaborador, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador
(17) Título: EMPREGO DO MAPA DE PROBLEMAS PARA DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO CLÍNICO DE ESTUDANTES DE MEDICINA
Guilherme Augusto Teodoro de Athayde(2), João Guilherme Pinto Vinagre(2), Bruno Melo Fernandes(2), Gabriel Clemente de Brito Pereira(2), Ana Paula Freitas da Silva(2), Daniel Espíndola Ronconi(1), Camila de Oliveira Ramalho(2), José Luiz Simões Maroja(4), Isabel Barroso Augusto Silva(4), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz(3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/MONITORIA RESUMO Introdução: Entre as metodologias ativas de aprendizagem, é frequente o estudo de casos clínicos para ensinar técnicas de solução de problemas e raciocínio crítico. Nesse sentido, o “Mapa de Problemas” representa uma transposição para a pedagogia em Medicina de um método de representação gráfica para o raciocínio usado em outras áreas do conhecimento. Essa técnica resulta da associação do Modelo de Problemas de Weed e do Mental-Map. Propõe-se o emprego desse instrumento de apoio à estruturação do conhecimento sobre o doente através de um exercício dinâmico aplicado à didática médica. Objetivos: Relatar a experiência didática de um curso prático extracurricular para desenvolvimento do raciocínio clínico de alunos de graduação em Medicina através do exercício do Mapa de Problemas. Descrição Metodológica: Realizou-se um curso prático em uma experiência-piloto tendo como clientela estudantes de Medicina do 50 período do currículo tradicional, logo após o término da disciplina de Semiologia Médica, com o objetivo de aprimorar o raciocínio clínico. Com duração de quatro meses, o curso foi ministrado de forma extracurricular, com estudo de casos clínicos. As observações clínicas foram elaboradas pelas alunas participantes nas enfermarias de clínica médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley/UFPB. As histórias e exames físicos dos pacientes foram estruturados em uma representação sintética por escrito, elaborando-se mapas de problemas, com tópicos ligados por linhas com um tópico central, tendo cada sub-tópico seus próprios subitens, o que resultou em uma organização hierárquica de dados clínicos e epidemiológicos. Resultados: Na representação em diagrama, os mapas de problemas mostraram as idéias organizadas em torno de um foco, contribuindo para potencializar o aprendizado. Através do Mapa de Problemas conseguiram-se visualizar correlações dos sinais e sintomas e o peso diagnóstico de determinadas manifestações, estabelecendo-se associações com dados sócio-demográficos. As hipóteses convergiram para diagnósticos sindrômicos e etiológicos, facilitando a análise de informações. A listagem de problemas levou à orientação de hipóteses por raciocínio hipotético-dedutivo, colocando-se em prática o conhecimento teórico assimilado na disciplina de Semiologia Médica. Conclusões: Utilizando o Mapa de Problemas como suporte de registro clínico, visualizaram-se melhor os problemas e sua correlação. Trata-se de uma aprendizagem por associação, útil para ensinar alunos de medicina a pensar sistematicamente e desenvolver o raciocínio clínico. Palavras-chave: Educação de Graduação em Medicina. Aprendizagem baseada em problemas. Sinais e sintomas. (1) Monitor Bolsista de Semiologia Médica, (2) Monitor Voluntário/Colaborador, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador
(18) Título: ARTICULAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA NA MONITORIA ACADÊMICA EM SEMIOLOGIA MÉDICA DA UFPB
João Guilherme Pinto Vinagre(2), Gabriel Clemente de Brito Pereira(2), Ana Paula Pontes da Silva(2), Guilherme Augusto Teodoro de Athayde(2), Camila de Oliveira Ramalho(2), Ana Paula Freitas Silva(2), Bruno Melo Fernandes(2), Daniel Espíndola Ronconi(1), José Luiz Simões Maroja(4), Isabel Barroso Augusto Silva(4), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz(3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/MONITORIA RESUMO Introdução: A Monitoria Acadêmica é um programa consolidado da maior importância para o ensino na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Em Medicina e Semiologia Médica, o plano de trabalho dos monitores tem o objetivo de proporcionar a ampliação do seu conhecimento em exame clínico, despertando o interesse para a docência e desenvolvendo aptidões acadêmicas. Além das atividades didáticas, deve haver incentivo do interesse pela pesquisa e pensamento científico na programação do monitor. Objetivos: Descrever as atividades de ensino e pesquisa desenvolvidas pelos monitores de Semiologia Médica da UFPB entre 2006 e 2009. Descrição Metodológica: Trata-se de um relato de experiência no âmbito da Monitoria de Semiologia Médica da UFPB. Os dados foram coletados através de revisão das atividades dos monitores, entrevistas com professores da Disciplina e análise documental, considerando as atividades cumpridas nos anos de 2006, 2007 e 2008. Resultados: As atividades dos monitores nesse período foram: preparação de pacientes internados nas enfermarias para aulas práticas; atividades com os alunos à beira do leito em plantões de revisão; participação do Grupo de Estudos de Semiologia Médica; apresentação de casos clínicos para os alunos da disciplina; desenvolvimento de atividades de pesquisa no tema de ensino-aprendizagem em Semiologia; apresentação de 23 trabalhos de pesquisa em eventos científicos: eventos internacionais (6), nacionais (5), locais (12); publicação de um livro didático sobre técnicas de exame clínico; elaboração de artigos científicos. Conclusões: Além de essencial para a inserção do estudante de Medicina na observação clínica em contexto hospitalar e desenvolvimento de habilidades didáticas, a Monitoria de Semiologia tem assumido também o objetivo de articular atividades de ensino e pesquisa, contribuindo para a formação acadêmica do monitor. O envolvimento dos monitores em atividades de pesquisa também tem grande potencial didático-pedagógico, cultivando habilidades que lhes serão úteis em sua futura vida profissional. Palavras-chave: Educação de Graduação em Medicina. Capacitação em serviço. Apoio à pesquisa. (1) Monitor Bolsista de Semiologia Médica, (2) Monitor Voluntário/Colaborador, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador
(19) Título: MÉTODO DO ARCO PARA ENSINO DE SÍNDROMES DIGESTÓRIAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA MONITORIA DE SEMIOLOGIA
Jailson de Sousa Oliveira(2), Guilherme Augusto Teodoro de Athayde(2), Rafael de Sousa Andrade(2), Bruno Melo Fernandes(2), Joyce Freire Gonçalves de Melo(2), Fernando Roberto Gondim Cabral de Vasconcelos (2), Charles Saraiva Gadelha(1), José Luiz Simões Maroja(4), Isabel Barroso Augusto Silva(4), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz(3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/MONITORIA RESUMO Introdução: No atual processo de implantação do Projeto Pedagógico do Curso de Medicina da UFPB, é necessário buscar estratégias pedagógicas inovadoras que favoreçam a auto-aprendizagem, motivando os estudantes na busca ativa do conhecimento. Com o presente projeto didático-pedagógico, desenvolvido por monitores de Semiologia Médica, busca-se aperfeiçoar o material instrucional da disciplina com fundamentação em método de problematização aplicada ao módulo de Semiologia Digestória. Objetivos: Com este projeto, pretende-se contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias na disciplina de Semiologia Médica, capacitando os monitores para a tomada de decisões nas suas atividades de orientação dos alunos da disciplina e facilitando a aquisição de competências técnicas específicas no campo da Semiologia Digestória. Descrição Metodológica: Por meio da observação clínica de três pacientes internados em enfermarias de clínica médica e pesquisa bibliográfica, os monitores, sob orientação dos professores de Semiologia Médica, elaboraram esquemas didáticos para auxiliar no estudo das principais síndromes digestórias. Preparou-se um roteiro que auxiliará nas aulas práticas do módulo digestório da disciplina. São apresentadas explicações e ilustrações didáticas relacionadas, empregando-se o "Método do Arco" proposto por Charles Maguerez para nortear a escolha e aplicação das atividades de ensino-aprendizagem de Semiologia Digestória. Resultados: De acordo com orientação problematizadora, desenvolveram-se as atividades iniciais com a identificação da estrutura dos problemas dos pacientes avaliados, portadores de síndromes de abdome agudo, insuficiência hepática e hemorragia digestiva alta. Através das duas primeiras fases, "observação da realidade" e "pontos-chave", foram catalogados os sintomas e sinais encontrados, identificando-se mecanismos de produção e os agrupamentos de sinais clínicos. Na fase de "teorização", os pontos-chave foram discutidos à luz da teoria semiológica. Nessa etapa, a coleta de dados e as hipóteses diagnósticas foram as fases mais discutidas. Na fase de "hipóteses de solução", foram elaboradas propostas de reformulação da prática de aulas de Semiologia Digestória. Conclusões: Com esse trabalho, tanto os monitores participantes do projeto, como os estudantes da disciplina, serão provavelmente beneficiados, pela ampliação da fonte de recursos didáticos e pela utilização de material de fácil compreensão. Face aos aspectos pedagógicos detectados, propõe-se a utilização do Método de Resolução de Problemas de Maguerez como estratégia pedagógica para possibilitar transformações na prática de aprendizagem de Semiologia Digestória. Palavras-chave: Sintomas clínicos. Materiais de ensino.Sistema digestório. (1) Monitor Bolsista de Semiologia Médica, (2) Monitor Voluntário/Colaborador, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador
(20) Título: DETECÇÃO DE SÍNDROMES GERIÁTRICAS EM ANAMNESES ELABORADAS POR INTERNOS E RESIDENTES DE UM HOSPITAL DE ENSINO
Joyce Freire Gonçalves de Melo(2), Fernando Roberto Gondim Cabral de Vasconcelos (2), Charles Saraiva Gadelha(1), Rafael de Sousa Andrade(2), Guilherme Augusto Teodoro de Athayde(2), Bruno Melo Fernandes(2), Jailson de Sousa Oliveira(2), José Luiz Simões Maroja(4), Isabel Barroso Augusto Silva(4), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz(3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/MONITORIA RESUMO Introdução: As bases tradicionais da anamnese devem ser devidamente adaptadas às características do paciente idoso. Pesquisas com essa temática são muito úteis na viabilização de programas de treinamento médico para o atendimento geriátrico no Brasil. A hipótese desta pesquisa é de que internos e médicos residentes generalistas não realizam regularmente uma anamnese diferenciada dos idosos. Objetivos: Verificar se problemas geriátricos típicos são detectados pelos internos e médicos residentes generalistas através das anamneses de idosos internados nas enfermarias de clínica médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW/UFPB) e avaliar a acurácia da anamnese tradicional em detectar síndromes geriátricas. Descrição Metodológica: Estudo observacional e transversal, com revisão de 100 anamneses de idosos internados nas enfermarias de clínica do HULW, com posterior confrontação dessas informações colhidas à admissão por internos e médicos residentes com os dados obtidos em entrevistas diretas feitas pelos pesquisadores com os pacientes enfocando 12 problemas geriátricos comuns segundo Cançado (2005). Estes dados foram obtidos pelo auto-relato dos pacientes, através da aplicação de um formulário semi-estruturado enfocando os problemas geriátricos. A probabilidade para detecção destes problemas nas anamneses foi expressa em razão de verossimilhança positiva (RV) a 5%. Resultados: O número médio de itens registrados nas anamneses foi de 2,1; em 14% não havia registro de nenhum dos 12 itens pesquisados; 4 a 6 itens foram registrados em 16%, e em apenas 3% foram mencionados mais de 6. Verificou-se que a anamnese foi acurada em apenas 33% dos itens: uso múltiplo de medicamentos (RV 5.0; P=0.02), antecedente de quedas (RV 5,1; P=0.02), limitações motoras (RV 5,0; P=0.02) e falta de apoio social (RV 4,6; P=0.04). Os dados mostram que muitos problemas típicos do idoso deixam de ser detectados através da anamnese na clínica médica do HULW, comprometendo a contribuição diagnóstica da observação clínica no paciente geriátrico. Conclusões: O presente trabalho demonstra que problemas geriátricos comuns não estão presentes na rotina de avaliação do interno e residente clínico generalista do HULW. Esse resultado é relevante para a prática porque serão estes médicos que atenderão a maioria dos idosos na comunidade e no âmbito hospitalar. Estes dados são compatíveis com a Teoria da Morbidade Oculta, que se refere à presença de condições clínicas particulares da semiologia médica do idoso que passam despercebidas no atendimento clínico geral, porém tal problema deve estar relacionado à própria educação médica durante a graduação. Palavras-chave: Anamnese. Internato e residência. Saúde do idoso. (1) Monitor Bolsista de Semiologia Médica, (2) Monitor Voluntário/Colaborador, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador
(21) Título: PRÁTICA REFLEXIVA VOLTADA PARA A NARRATIVA DO DOENTE: EXPERIÊNCIA DIDÁTICA NO ÂMBITO DA MONITORIA DE SEMIOLOGIA MÉDICA
Rafael de Sousa Andrade(2), Bruno Melo Fernandes(2), Joyce Freire Gonçalves de Melo(2), Fernando Roberto Gondim Cabral de Vasconcelos (2), Charles Saraiva Gadelha(1), Guilherme Augusto Teodoro de Athayde(2), Jailson de Sousa Oliveira(2), José Luiz Simões Maroja(4), Isabel Barroso Augusto Silva(4), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz(3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/MONITORIA RESUMO Introdução: Desenvolveu-se uma experiência didática no âmbito da monitoria de Semiologia Médica voltada para a prática reflexiva voltada para a narrativa do doente. Foi escolhido o tema “tuberculose” como contexto por sua grande importância epidemiológica e cunho eminentemente social. Objetivos: Levar o aluno de Semiologia Médica a fazer inferências sobre a narrativa do doente em face da enfermidade ao final da disciplina. Descrição Metodológica: Um grupo de alunos do final do 40 período do curso de Medicina da Universidade Federal da Paraíba realizou entrevistas com 16 pacientes portadores de tuberculose pulmonar em tratamento ambulatorial no Hospital de Doenças Infecto-Contagiosas Clementino Fraga em João Pessoa. As entrevistas foram gravadas pelos monitores da disciplina e transcritas na íntegra, com posterior leitura dos depoimentos para seleção das unidades de análise através da técnica de Análise de Conteúdo. O referencial teórico foi o enfoque “Comportamento de Doente” (Illness Behavior: a Multidisciplinary Model). Resultados: Na análise pela categoria de percepção dos sintomas, observou-se que a tosse foi a manifestação mais frequente, mas não valorizada. Para os entrevistados, a doença sugeriu inicialmente a possibilidade de uma “gripe”, sendo a hemoptise o sintoma desencadeante da busca de atenção médica. Observou-se uma fase em que os indivíduos passaram a reconhecerem-se doentes e necessitando de assistência médica. Ao receber o diagnóstico, alguns pacientes apresentaram temor pela possibilidade de contagiar familiares. Contudo, ainda que soubessem da natureza contagiosa da doença, para eles as causas primárias desta eram tabagismo, alcoolismo, alimentação deficiente, condições climáticas adversas, tipo de trabalho, problemas emocionais. Foram mencionados poucos efeitos colaterais dos medicamentos, ocorrência entendida pelos alunos como aceitação do papel de doente. Por outro lado, os alunos não desvendaram o fato de que após a conformação ao papel de doente, os pacientes manifestaram necessidade da legitimação de sua doença através de um diagnóstico médico. Conclusões: Os alunos participantes do projeto refletiram sobre o que ocorre com o paciente em suas diversas fases do “comportamento de doente”, que é, em última instância, o papel que a sociedade atribui à pessoa doente. Discutido este aspecto, em contraposição à visão positivista da doença, os alunos perceberam que os termos adoecer e sentir-se doente têm significações diferentes. Foi assimilado o aspecto-chave de que as necessidades do doente transcendem as fronteiras que tradicionalmente o ensino de Semiologia tem apresentado. Palavras-chave: Medicina narrativa.Tuberculose. Materiais de ensino. (1) Monitor Bolsista de Semiologia Médica, (2) Monitor Voluntário/Colaborador, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador
(22) Título: REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISE SOBRE VALIDADE DO DIAGNÓSTICO DE PNEUMONIAS A PARTIR DA OBSERVAÇÃO CLÍNICA
Tâmata Tarcila Soares de Sousa(2), Gilson Mauro Costa Fernandes Filho(1), Geísa Pereira Rufino(2), Isolina Brito Dias(2), Thaís de Carvalho Pontes(2), Rilva Lopes de Sousa-Muñoz(3). Centro de Ciências Médicas/Departamento de Medicina Interna/MONITORIA RESUMO Introdução: Muitas vezes a linha divisória entre quadros de virose respiratória, bronquite catarral e pneumonia é de difícil interpretação na prática médica geral e, habitualmente, o termo anacrônico “começo de pneumonia” evidencia esta situação. Nestes casos, antibióticos são prescritos desnecessariamente, com custos onerosos e potenciais efeitos adversos, invertendo-se a relação custo/benefício. A referência padrão para o diagnóstico de pneumonia é a radiografia de tórax, mas qual seria a acurácia da história do paciente e seu exame físico para diagnosticar ou excluir a doença? Objetivos: Compilar as evidências da literatura indexadas pela MEDLINE acerca da acurácia do exame clínico do tórax para o diagnóstico das pneumonias adquiridas na comunidade (PAC) pelo adulto imunocompetente. Descrição Metodológica: Foi realizada uma busca sistemática na base de dados MEDLINE abrangendo o período de janeiro de 1990 a janeiro de 2009, mediante as seguintes palavras-chave: Pneumonia AND accuracy chest examination, Pneumonia AND auscultation, Pneumonia AND percussion, Pneumonia AND lung sounds. A seleção dos estudos foi feita classificando-se as publicações em níveis 1, 2, ou 3 de acordo com critérios pré-determinados na busca. Os critérios considerados essenciais para inclusão na análise foram: (1) definição clara da população de estudo, (2) definição da manobra do exame físico, (3) utilização da radiografia do tórax como teste-padrão para comparação, e (4) existência de dados de sensibilidade, especificidade e razão de probabilidade. Foram excluídos estudos envolvendo crianças, pacientes hospitalizados e imunodeprimidos. Resultados: Nove estudos de acurácia preencheram os critérios de inclusão, totalizando 5.590 pacientes. Os seguintes achados contribuíram para o diagnóstico de PAC: febre (>38,5), taquiesfigmia (pulso>100) e presença de estertores pulmonares. O diagnóstico clínico apresentou variabilidade nos dados de acurácia, com sensibilidade variando entre 47% e 89%, especificidade entre 58% a 94% e razão de probabilidade positiva entre 1,5 e 4,8. Dois estudos concluíram que os dados de história e exame físico não são suficientes para determinar o diagnóstico de PAC. Conclusões: Verificou-se grande variabilidade nos resultados dos estudos analisados entre as evidências indexadas pela MEDLINE. A ausência de anormalidade nos sinais vitais ou na ausculta pulmonar parece reduzir a probabilidade de PAC, contudo não há achados clínicos individuais, ou combinações de achados, que possam decidir o diagnóstico em pacientes com suspeita de PAC. Palavras-chave: Sinais e sintomas. Pneumonia. Diagnóstico.

(1) Monitor Bolsista de Pesquisa Aplicada à Medicina, (2) Monitor Voluntário/Colaborador, (3) Prof. Orientador/Coordenador, (4) Prof. Colaborador