Assisti recentemente a uma entrevista com Zilda Arns em que lhe perguntaram se ela era a mulher mais famosa do Brasil. Ela respondeu que sabia ser a mais amada. Não poderia ser diferente, seu lema era: "É preciso ajudar as pessoas a ter dignidade".
Médica pediatra e sanitarista brasileira, Zilda Arns lutou para salvar crianças pobres da mortalidade infantil, da desnutrição e da violência em seu contexto familiar e comunitário. Compreendendo que a educação é a melhor forma de combater a maior parte das doenças de fácil prevenção e a marginalidade das crianças, ela desenvolveu uma metodologia própria de multiplicação do conhecimento e da solidariedade entre as famílias mais pobres.
Assim, fundou em 1983 a Pastoral da Criança, órgão ligado à Igreja, para ajudar famílias carentes a criar os filhos em boas condições de higiene e saúde.
Recebeu diversas menções especiais e títulos de cidadã honorária. Da mesma forma, a Pastoral da Criança recebeu diversos prêmios pelo trabalho que vem sendo feito desde a sua fundação, sendo indicada ao Prêmio Nobel da Paz três vezes seguidas e recebeu 19 prêmios entre 1988 e 2002. São exemplos: menção especial pela UNICEF – Brasil como personalidade brasileira de destaque no trabalho em prol da saúde da criança; o Prêmio Internacional OPAS – Organização Pan-americana de Saúde, em Administração Sanitária, em 1994, e o título de Heroína da Saúde Pública das Américas, em 2002.
Todo esse reconhecimento não é por acaso. Ela dedicou sua vida à causa humanitária. O trabalho que liderava envolvia mais de 83 mil voluntários e acompanha mais de 2 milhões de famílias e 3 milhões de crianças menores de 6 anos de idade em 22 mil comunidades pobres de todo o país.
Uma líder que inspirava serenidade, determinação e doçura. Esta última estava patente em sua expressão, dizem que ficava feliz quando via que uma criança havia ganho peso e quando via que nenhuma gestante havia ficado sem reforço alimentar.