Estudante de Graduação em Medicina da UFPB
Resumo Prurido é uma sensação desagradável ao nível da pele que provoca o desejo de coçar, sendo o sintoma muito comum.O diagnóstico depende de anamnese e exame físico detalhados, incluindo exame dermatológico. São principais características semiológicas: localização, duração, intensidade, horário em que aparece ou se intensifica, fatores desencadeantes ou agravantes, fatores de alívio, co-morbidades e uso de medicamentos.
Palavras-chave: Prurido. Anamnese. Dermatologia.
Prurido é uma sensação desagradável na pele que provoca o desejo de coçar (PORTO, 2004); daí a denominação leiga de "coceira". Constitui o sintoma mais referido entre os pacientes que procuram o dermatologista e pode estar associado a uma doença dermatológica específica ou a uma enfermidade sistêmica, podendo comprometer a qualidade de vida do paciente.
Didaticamente, podemos classificar o prurido em seis categorias: 1. Dermatológico (psoríase, eczemas); 2. Sistêmico (neoplasias e doenças metabólicas); 3. Neurogênico/neuropático (distúrbios do sistema nervoso central ou periférico); 4. Psicogênico; 5. Causas mistas; 6. Outras causas. O diagnóstico depende de anamnese e exame físico detalhados, incluindo exame dermatológico completo para elucidação do fator causal. A sensação origina-se em terminações nervosas livres na epiderme ou na camada epitelial correspondente das membranas mucosas transicionais (vulva, uretra, ânus e narinas). A estimulação das terminações nervosas é feita por estímulos químicos, derivados de processos celulares, imunológicos ou de fatores externos, ou mecânicos (VIEIRA, 2003).
As características semiológicas do prurido compreendem:
· Localização;
· Duração;
· Intensidade;
· Horário em que aparece ou se intensifica;
· Fatores que desencadeiam ou agravam;
· Fatores que aliviam;
· Manifestações concomitantes;
· Uso de medicamentos.
(a) Localização
Didaticamente, podemos classificar o prurido em seis categorias: 1. Dermatológico (psoríase, eczemas); 2. Sistêmico (neoplasias e doenças metabólicas); 3. Neurogênico/neuropático (distúrbios do sistema nervoso central ou periférico); 4. Psicogênico; 5. Causas mistas; 6. Outras causas. O diagnóstico depende de anamnese e exame físico detalhados, incluindo exame dermatológico completo para elucidação do fator causal. A sensação origina-se em terminações nervosas livres na epiderme ou na camada epitelial correspondente das membranas mucosas transicionais (vulva, uretra, ânus e narinas). A estimulação das terminações nervosas é feita por estímulos químicos, derivados de processos celulares, imunológicos ou de fatores externos, ou mecânicos (VIEIRA, 2003).
As características semiológicas do prurido compreendem:
· Localização;
· Duração;
· Intensidade;
· Horário em que aparece ou se intensifica;
· Fatores que desencadeiam ou agravam;
· Fatores que aliviam;
· Manifestações concomitantes;
· Uso de medicamentos.
(a) Localização
- Quanto à localização, deve-se diferenciar o prurido localizado do prurido generalizado. No prurido localizado, seja obrigatório ou facultativo, evidenciam-se na pele lesões diretamente provocadas pelo agente causador do sintoma e não pelo ato de coçar,sendo também a queixa restrita ao local.
- No prurido generalizado a pele está aparentemente normal, embora o ato de coçar por si só, vá provocando alterações cutâneas características, denominadas sinais de coçadura. Entre as causas de prurido generalizado destacam-se o prurido senil, freqüente nas estações secas do ano, quando a umidade do ar é baixa, relacionando-se com alterações circulatórias e da pele (pele seca ou xerose cutânea), icterícia obstrutiva causada pela impregnação cutânea de pigmentos biliares, prurido gravídico, prurido diabético, linfomas e leucemias, insuficiência renal.
- Duas áreas de especial interesse na avaliação clínica são o prurido anal e o vulvar. Em crianças, a causa mais comum de prurido anal é a infestação por oxiúrios. Em adultos, além desta causa, destacam-se os microtraumatismos causados pelo uso do papel higiênico, a acidez fecal, a má higiene e as hemorroidas externas. Em alguns pacientes não se consegue detectar uma doença local. Acredita-se que possa haver um prurido anal de causa psicogênica. Mas, antes de rotulá-lo assim, é prudente investigar as possíveis causas localizadas no próprio ânus.
- O prurido vulvar é uma queixa frequente. Tal como no prurido anal, deve-se buscar primeiro uma causa na própria vulva antes de considerá-lo funcional ou psicogênico. Qualquer corrimento vaginal pode provocar prurido, independente de sua etiologia. É importante ressaltar que prurido após a menopausa pode ser devido à deficiência de estrogênios.
- Outros locais de prurido que merecem referencia é o canal auditivo externo, sede freqüente de eczema, os olhos e as narinas. O prurido aí localizado quase sempre é indicativo de contato com substâncias alergênicas.
(b) Duração - Pode ser um quadro agudo ou crônico. Os quadros crônicos podem ter associação com graves doenças sistêmicas, necessitando, às vezes, de investigação detalhada.
(c) Horário e intensidade - O aparecimento do prurido à noite, que chega a acordar o paciente, tem tanta importância clínica que serve como referência para diferenciar os pruridos obrigatórios dos pruridos facultativos. - São causas de prurido obrigatório, aquele que incomoda ou até chega a impedir o sono do paciente, a pediculose, a escabiose, as picadas de inseto, dermatite de contato, urticária, neurodermatite, prurigo, prurido gravídico, doenças hepatobiliares, insuficiência renal, neoplasias malignas, dermatite herpetiforme e líquen plano. - Prurido facultativo é observado na psoríase, dermatite seborreica, pitiríase, piodermites, micoses superficiais, e em algumas casos pode estar relacionado com diabetes. - O quadro pruriginoso pode ser de tamanha intensidade que o paciente pode referir que está “enlouquecendo”, havendo até a possibilidade de ideação suicida.
(d) Manifestações concomitantes e uso de medicamentos - São alterações cutâneas primárias associadas: xerose, dermatite atópica, dermatite de contato, urticária, micoses superficiais, líquen simples crônico, psoríase, escabiose, dentre outras. - São alterações sistêmicas que podem ser a causa do prurido: insuficiência renal crônica, colestase, neoplasias malignas, diabetes e HIV. - Quanto ao prurido induzido por drogas, nunca se deve esquecer de questionar sobre uso de medicamentos, em virtude da possibilidade de associação causal.
(b) Duração - Pode ser um quadro agudo ou crônico. Os quadros crônicos podem ter associação com graves doenças sistêmicas, necessitando, às vezes, de investigação detalhada.
(c) Horário e intensidade - O aparecimento do prurido à noite, que chega a acordar o paciente, tem tanta importância clínica que serve como referência para diferenciar os pruridos obrigatórios dos pruridos facultativos. - São causas de prurido obrigatório, aquele que incomoda ou até chega a impedir o sono do paciente, a pediculose, a escabiose, as picadas de inseto, dermatite de contato, urticária, neurodermatite, prurigo, prurido gravídico, doenças hepatobiliares, insuficiência renal, neoplasias malignas, dermatite herpetiforme e líquen plano. - Prurido facultativo é observado na psoríase, dermatite seborreica, pitiríase, piodermites, micoses superficiais, e em algumas casos pode estar relacionado com diabetes. - O quadro pruriginoso pode ser de tamanha intensidade que o paciente pode referir que está “enlouquecendo”, havendo até a possibilidade de ideação suicida.
(d) Manifestações concomitantes e uso de medicamentos - São alterações cutâneas primárias associadas: xerose, dermatite atópica, dermatite de contato, urticária, micoses superficiais, líquen simples crônico, psoríase, escabiose, dentre outras. - São alterações sistêmicas que podem ser a causa do prurido: insuficiência renal crônica, colestase, neoplasias malignas, diabetes e HIV. - Quanto ao prurido induzido por drogas, nunca se deve esquecer de questionar sobre uso de medicamentos, em virtude da possibilidade de associação causal.
(e) Algoritmo de avaliação do quadro pruriginoso (adaptado de Matsumoto)
Figura 1. Algoritmo de avaliação do quadro pruriginoso (adaptado de Matsumoto)
Referências
AZEVEDO, R. A. de , et al. O Prurido da Colestase. Rev. Neurociências São Paulo, 10 (3): 158-163, 2002.
MARTINS-COSTA, G. M. et al. Prurido: abordagem inicial e manejo clínico. Acta Médica Porto Alegre, 29: 503-512, 2008.
MATSUMOTO, F. Y. Prurido: dos Sintomas ao Diagnóstico e Tratamento. In: Medicina.Net. Disponível em: http://www.medicinanet.com.br. Acesso em: 04 jun. 2010.
MIRANDA, R. N. Territórios multifuncionais em patologia humana. Rev. Assoc. Med. Bras. São Paulo, 44 (4): 1998.
PORTO, C. C. Exame Clínico. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
VIEIRA, R. et al. Prurido: da etiopatogenia às estratégias diagnósticas e terapêuticas. Med Cutan Iber Lat Am, 31 (1): 45-56, 2003.
Fonte da imagem: http://www.impactlab.com