No pênfigo vulgar, doença bolhosa intraepidérmica que afeta pele e mucosas, a realização de pressão na pele aparentemente normal, próxima à lesão, induz ao descolamento epidérmico (sinal de Nikolsky), que indica atividade da doença.
Como variante do Sinal de Nikolsky, descreve-se o Sinal de Asboe-Hansen. Se a superfície de uma bolha for pressionada no sentido vertical, esta se estende lateralmente (sinal de Nikolsky II ou sinal de Asboe-Hansen).
Estes sinais são importantes para o diagnóstico, o prognóstico e o acompanhamento de pacientes com doenças auto-imunes bolhosas como o pênfigo.
Ao longo da história, houve numerosas modificações na descrição do atual Sinal de Nikolsky, descrito originalmente por Piotr Vasiliyevich Nikolskiy em 1894.
Em 1957, Wilhelm Lutz sugeriu que "ao se pressionar uma bolha, esta amplia-se dentro da epiderme na direção da periferia, devido à pressão mecânica do líquido da bolha na epiderme, que sofreu acantólise.
Lutz também sugeriu como "fenômeno Nikolsky" o que ocorre "se cuidadosamente fricciona-se uma área comprometida da pele", ou seja, quando ao se friccionar a pele lesada, as camadas superficiais movem-se e uma bolha se forma depois de algum tempo.
Assim, o sinal de Nikolsky descrito por Sir Wilhelm Lutz é diferente da descrição original de Nikolsky, que nunca mencionou a formação de uma bolha por raspagem da pele não envolvida.
Em 1960, Gustav Asboe-Hansen descreveu um sinal semelhante, que é referido como sinal da propagação da bolha ou Sinal de Asboe- Hansen. Ele o descreveu como o alargamento das bolhas pela pressão dos dedos em pacientes com pênfigo vulgar e pênfigo foliáceo, o que é semelhante à descrição inicial de Lutz em 1957.
Mais tarde, na segunda metade do século XX, Nikolay Dmitriyevich Sheklakov modificou a descrição clássica de Nikolsky e introduziu o termo "Sinal de Nikolskiy Marginal". Ele sugeriu que a aplicação do lateral de pressão sobre uma lesão pré-existente, usando a ponta de um "cotonete", por exemplo, leva à extensão lateral da bolha. Ele também descreveu o sinal de separação subepidérmica perifocal, que é conhecido como “Sinal de Sheklakov” .
Aumentando ainda mais a confusão, Fassmann e colaboradores descreveram o sinal Nikolsky em duas formas: direta (Sinal de Nikolsky) e indireta (Sinal de Asboe-Hansen).
Referência
JUNEJA, M. Nikolskiy's sign revisited. Journal of Oral Science, 50 (2): 213-214, 2008.
Vídeo: YouTube. Enviado por Rodolfo Augusto Bacelar de Athayde.