Foi realizada uma eletromiografia, que sugeriu a presença de um distúrbio da transmissão neuromuscular. O diagnóstico clínico de botulismo foi presumido e o paciente recebeu tratamento empírico com antitoxina botulínica equina trivalente e terapêutica antimicrobiana. Os abscessos foram cirurgicamente debridados.
Posteriormente, a toxina botulínica foi detectada no soro e o Clostridium botulinum foi cultivado a partir de secreção dos abscessos.
O paciente foi extubado após duas semanas, mas a recuperação neurológica completa demorou vários meses.
A toxina botulínica interrompe irreversivelmente a estimulação induzida pela liberação de acetilcolina nas sinapses colinérgicas periféricas.
A síndrome clínica resultante é normalmente caracterizada por neuropatia craniana bilateral e fraqueza muscular descendente simétrica.
Injeções subcutâneas ou intramusculares de heroína podem estar contaminadas com esporos de C. botulinum, constituindo um importante fator de risco para o desenvolvimento do botulismo da ferida.
Referência: SAM, A. H.; BEYNON, H. L. C. Wound Botulism. Images in Clinical Medicine. N Engl J Med, 363: 2444, 2010. Publicado em dezembro de 2010.