Estudante de Graduação em Medicina da UFPB
Resumo
A claudicação intermitente é o sintoma clássico da doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), sendo caracterizada por dor e fadiga nos músculos isquêmicos dos membros inferiores induzidas pelo exercício físico, sendo necessária a interrupção da caminhada a distâncias regulares para a recuperação da isquemia limitante. Há importante limitação funcional, dificultando a execução de atividades da vida diária e prejudicando a qualidade de vida do paciente. A DAOP e claudicação intermitente fazem parte do espectro de acometimento da doença aterosclerótica sistêmica, que possui incidência crescente em todo o mundo, constituindo uma das principais causas de morte no ocidente.
Palavras-chave: Claudicação intermitente. Doenças cardiovasculares. Sinais e sintomas.
Nos pacientes com quadro sintomático, a claudicação intermitente é a apresentação clínica mais comum, chegando a constituir um sintoma patognomônico da DAP (CLEMENT; DEBUYZERE, 2007). Contudo, é freqüente a dificuldade diagnóstica com dor devido à compressão de raízes nervosas lombares ou à insuficiência venosa crônica. Falso-positivos de até 44% podem ocorrer com a anamnese isolada (LAHOZ; MOSTAZA, 2007).
A incidência de doença aterosclerótica sistêmica é crescente em todo o mundo, acometendo cada vez indivíduos mais jovens, sendo uma das principais causas de morte no mundo ocidental (CREAGER, 2001). A doença ateroscletórica é responsável por 85% dos casos de claudicação intermitente dos membros inferiores, 95% das corionariopatias e 75% dos acidentes vasculares cerebrais (MAFFEI; LASTÓRIA, 2000).
A claudicação intermitente é o sintoma clássico da DAOP e resulta da redução do aporte de fluxo sanguíneo para o tecido muscular esquelético dos membros inferiores durante o exercício. A claudicação se caracteriza por dor ou desconforto em panturrilha, coxa ou região glútea, que ocorre durante a caminhada e que desaparece em menos de 10 minutos de repouso. Na população geral, sua prevalência varia de 0,4% a 14,4%, na dependência das características da população avaliada (idade, sexo e região, entre outros fatores) e do método diagnóstico utilizado (MAKDISSE et al., 2007).
A claudicação intermitente é caracterizada por dor e fadiga nos músculos isquêmicos dos membros inferiores induzidas pelo exercício físico, sendo necessária a interrupção da caminhada a distâncias regulares para que haja recuperação da isquemia limitante. A claudicação intermitente é um sintoma análogo à angina, no território vascular cardíaco, e ao acidente isquêmico transitório, no território vascular cerebral, sendo todos estes sintomas manifestações da doença aterosclerótica sistêmica. A claudicação intermitente gera importante limitação funcional, com prejuízo no desempenho da caminhada, dificultando a execução de atividades da vida diária e prejudicando a qualidade de vida (COFFMANN; EBERHARDT, 2003), além de poder levar à necessidade de amputação de membro, em casos de isquemia crítica.
Os principais fatores de risco para DAOP e claudicação intermitente são: idade, sexo (indivíduos do sexo masculino ou mulheres após a menopausa), dislipdemia, tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, obesidade, hiperhomocisteinemia e fatores genéticos ou familiares de doença aterosclerótica (MAFFEI; LASTÓRIA, 2000), dentre os quais merecem especial destaque o diabetes e o tabagismo.
Uma das formas de se avaliar a gravidade da DAOP baseia-se no grau de comprometimento funcional do indivíduo claudicante. A literatura descreve protocolos variados de avaliação, tendo como variável de maior interesse o tempo de início de surgimento da dor e de dor máxima limitante durante deambulação. O teste de caminhada de seis minutos é um teste submáximo de endurance que avalia a distância percorrida em um período de seis minutos (CUNHA-FILHO et al., 2008).
Salienta-se que até 20% dos adultos com idade superior a 55 anos têm a doença arterial periférica detectável das pernas, mas ocorrem sintomas de claudicação intermitente em apenas uma pequena proporção dessas pessoas afetadas (CASSAR, 2011).
É importante ressaltar que uma história clínica clara e detalhada torna-se fundamental diante de quadro sugestivo de uma doença vascular. Devem fazer parte da abordagem inicial toda informação referente ao tempo de início, duração, intensidade, estabilização, melhora ou piora do quadro assim como os efeitos na qualidade de vida. Na grande maioria das afecções vasculares pode se chegar ao diagnóstico através da anamnese e exame físico sem necessidade de exames subsidiários, restringindo-se estes apenas para aqueles casos mais graves.
Uma das formas de se avaliar a gravidade da DAOP baseia-se no grau de comprometimento funcional do indivíduo claudicante. A literatura descreve protocolos variados de avaliação, tendo como variável de maior interesse o tempo de início de surgimento da dor e de dor máxima limitante durante deambulação. O teste de caminhada de seis minutos é um teste submáximo de endurance que avalia a distância percorrida em um período de seis minutos (CUNHA-FILHO et al., 2008).
Salienta-se que até 20% dos adultos com idade superior a 55 anos têm a doença arterial periférica detectável das pernas, mas ocorrem sintomas de claudicação intermitente em apenas uma pequena proporção dessas pessoas afetadas (CASSAR, 2011).
É importante ressaltar que uma história clínica clara e detalhada torna-se fundamental diante de quadro sugestivo de uma doença vascular. Devem fazer parte da abordagem inicial toda informação referente ao tempo de início, duração, intensidade, estabilização, melhora ou piora do quadro assim como os efeitos na qualidade de vida. Na grande maioria das afecções vasculares pode se chegar ao diagnóstico através da anamnese e exame físico sem necessidade de exames subsidiários, restringindo-se estes apenas para aqueles casos mais graves.
Referências
CASSAR, K. Peripheral arterial disease. Clin Evid (Online). 11;2011. pii: 0211, 2011.
CASSADY, S.L. Peripheral arterial disease: a review of epidemiology, clinical presentation, and effectiveness of exercise training. Cardiopulm Phys Ther J. 15:6-12, 2004.
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COFFMAN, J.D., EBERHARDT, R.T. Peripheral arterial disease: diagnosis and treatment. Totowa: Humana Press, 2003.
CREAGER, M.A. Medical management of peripheral arterial disease. Cardiol Rev. 9:238-45, 2001.
CLEMENT, D. L.; DEBUYZERE, M. L. How to treat hypertension in patients with peripheral artery disease. Curr Hypertens Rep 9 (3):190-5., 2007
CRIQUI, M.H. Peripheral arterial disease - epidemiological aspects. Vasc Med. 6(1):3-7, 2001.
CUNHA-FILHO, I. T. et al. Confiabilidade de testes de caminhada em pacientes claudicantes: estudo piloto. J Vasc Bras, 7 (2): 106-111, 2008.
LAHOZ, C.; MOSTAZA, J. M. Atherosclerosis as a systemic disease. Rev Esp Cardiol 60(2):184-95, 2007.
MAKDISSE, M. et al. Versão em português, adaptação transcultural e validação do Questionário de Claudicação de Edimburgo. Arq. Bras. Cardiol. 88 (5): 501-506, 2007.
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MAFFEI, F.H.A.; LASTÓRIA, S. Aterosclerose obliterante periférica: epidemiologia, fisiopatologia, quadro clínico e diagnóstico. 3.ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2000.
Imagem ilustrativa do texto: http://findmeacure.com/