Por Bruno Melo Fernandes
Estudante de Graduação em Medicina da UFPB
O ensino da Semiologia Médica é essencial para a formação de bons médicos e, em especial, é importante para que os médicos evoluam em sua formação com a consciência da importância da abordagem ao doente à beira do leito, e do caráter insubstituível que a clínica tem na Medicina.
A disciplina de semiologia médica precisa ser organizada de forma a manter os alunos o máximo de tempo dentro das enfermarias de clínica médica. Para isso, é preciso que se maximizem e se diversifiquem as atividades práticas dentro da disciplina.
As aulas práticas já representam a maior parte da carga horária da disciplina, mas é preciso aumentar seu aproveitamento. Uma boa proposta seria a aplicação de questionários básicos após as aulas práticas - ao menos após algumas delas- sobre o conteúdo de cada aula prática de cada dia. Seria um questionário com questões de respostas curtas, os quais não seriam passíveis de reposição e valeriam uma parcela da nota final.
Isso contribuiria para que os alunos faltassem o mínimo possível as aulas práticas, já que não haveria reposição, e também os estimulariam a prestar mais atenção naquilo que o professor fala à beira do leito, visto ser aquilo que é falado o conteúdo do teste. Além disso, os alunos já poderiam estudar desde o início da disciplina o assunto correspondente à cadeira, não deixando tudo para as vésperas das avaliações.
Quando se organiza uma cadeira é preciso entender que a maior parte dos alunos de Medicina, especialmente no quarto período, apenas se importam com aquilo que vale nota. Eles não têm ainda muita noção de que aquele aprendizado não será revisto em outro momento e que poderá ser um diferencial grande em sua carreira como médico. Por isso, é preciso que todas as atividades da disciplina sejam avaliadas, mesmo que lhe sejam alguns poucos décimos. Tudo, ou quase tudo, que ocorre na disciplina, deveria se refletir na avaliação.
Outra atividade que é já há muito tempo subvalorizada na disciplina é a monitoria. Em parte porque não vale nota e em parte porque os horários não são muito atrativos aos alunos. Seria interessante que as monitorias ocorressem logo antes ou logo após as aulas, momento em que os estudantes da disciplina já estariam nas enfermarias de qualquer modo. A presença nessas monitorias também deveria valer nota, mesmo que não se perdesse nada em não comparacer às seções de revisão.
Outra proposta para a disciplina é o aumento do número de anamneses e exames físicos que deveriam ser feitas em horários livres. Nesse caso, o aluno iria às enfermarias em um horário extra para realizar o exame clínico, e depois o entregaria revisado aos professores. Com isso, o número de casos analisados por cada estudante aumentaria muito, e não se resumiriam a apenas três ou quatro exames por período.
Imagem: uci.edu
Imagem: uci.edu