30 de novembro de 2011

Breve Relato sobre o 49° Congresso Brasileiro de Educação Médica - COBEM


Por André Augusto Lemos Vidal de Negreiros e Thereza Taylanne Souza Loureiro Cavalcanti
Estudantes de Graduação em Medicina da UFPB

Resumo
O 49° Congresso Brasileiro de Educação Médica (COBEM) ocorreu de 12 a 15 de novembro de 2011, na capital mineira. “Educação Médica: O Desafio De Integrar, Humanizar E Avaliar. Dez anos de Diretrizes Curriculares Nacionais” foi o tema do evento, ao qual compareceram representantes da UFPB. O aspecto mais relevante foi a discussão dos processos avaliativos, notadamente o repúdio da categoria estudantil ao bônus proposto pelo governo.

Palavras-chave: Educação Médica. Avaliação Educacional. Políticas Públicas.

No período de 12 a 15 de novembro de 2011, ocorreu o 49° Congresso Brasileiro de Educação Médica (COBEM). O evento, que é promovido anualmente pela Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM), foi realizado em Belo Horizonte-MG, na Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Campus Pampulha.

Da Universidade Federal da Paraíba, compareceram a Profa. Tereza Helena Tavares Maurício, coordenadora docente regional da ABEM/NE e Diretora do Centro de Ciências Médicas; o Prof. Felipe Proenço, vice-coordenador do curso de medicina da UFPB; e uma delegação de nove estudantes, dentre os quais os delegados discentes André Vidal e Thereza Loureiro, que foi eleita coordenadora discente regional da ABEM no Nordeste.

O tema central do 49° COBEM foi “Educação Médica: O Desafio de Integrar, Humanizar e Avaliar. Dez anos de Diretrizes Curriculares Nacionais”. O congresso visava a discutir questões essenciais do processo ensino-aprendizagem, as quais foram distribuídas em quatro eixos verticais: formação profissional, estratégias educacionais, desenvolvimento e valorização docente, avaliação institucional e do desempenho dos estudantes. O Eixo Transversal de Cultura e Humanidades abrangeu atividades diárias de cultura, com enfoque em saúde, educação, solidariedade, responsabilidade e compromisso social.

A programação científica incluiu atividades integradas, que pretendiam a capacitação e atualização dos congressistas. Para cada dia um eixo condutor era abordado. No primeiro dia (12/11/2011), foi ocorreu o eixo “Formação profissional do médico”; nos seguintes, “Estratégias educacionais na formação médica”; “Desenvolvimento e valorização docente”; encerrando-se com o dos “Processos avaliativos nas escolas médicas”.

Cada eixo condutor vertical iniciava-se pela exposição de conferências. Na sequência, ocorriam os simpósios, que abordavam o assunto de várias perspectivas, seguidos pelos colóquios, nos quais era possível compartilhar experiências relacionadas.

Os Grandes Debates trataram de aspectos controversos ou inovadores e encerravam as atividades do dia. As discussões nos fóruns eram conduzidas por especialistas nos temas e ocorriam simultaneamente umas às outras. A sistematização desses espaços possibilitou a apresentação das discussões, aos diversos congressistas, na cerimônia de encerramento.

Apesar de a discussão sobre avaliação ser reservada ao último eixo, sem dúvida, esse foi o assunto principal nos bastidores durante todos os dias. Já no primeiro dia, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, compôs a mesa de abertura, e falou das estratégias para melhora da atenção à saúde nos próximos anos. No final de sua fala, os discentes, organizados, manifestaram o repúdio ao bônus proposto pelo Governo Federal, de até 20% na seleção para residências médicas, para quem atuar na atenção básica nos primeiros dois anos de graduado.

Em todos os dias do congresso, a Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina – DENEM promoveu espaços de formação acerca dos bônus e da conjuntura nacional. Esses momentos foram muito esclarecedores e, talvez, mais produtivos do que muitas das discussões da grade formal do evento. Assim, os estudantes puderam amadurecer o posicionamento da categoria e defendê-lo com coerência na Plenária Final.

Ao final do congresso, percebeu-se que a UFPB destaca-se como referência nacional em extensão universitária, e que, embora o currículo de seu curso médico de graduação precise de ajustes, esta universidade se adéqua às diretrizes nacionais na maioria dos aspectos, especialmente, no tange à Saúde Coletiva e à promoção da saúde.