24 de agosto de 2012

Trabalhos do GESME Premiados no VI CPEM

Dois trabalhos do Grupo de Estudos em Semiologia Médica (GESME) são premiados na categoria oral no VI Congresso Paraibano de Estudantes de Medicina (VI CPEM), realizado entre os dias 16 e 19 de agosto de 2012, no campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa - PB.
  (1) Busca e Adesão Terapêutica pelo Portador de Tuberculose Pulmonar: Estudo Qualitativo Baseado no Modelo Explicativo “Comportamento de Enfermo” 
Pedro Henrique Perez de Moura, Rachel Martins Candeia, Cesar Emiliano Fernandes, Sâmela Débora Guilherme de Oliveira, Rilva Lopes de Sousa-Muñoz 
Instituição: Departamento de Medicina Interna / Centro de Ciências Médicas / Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa, Paraíba, Brasil. 
Correspondência: Rilva Lopes de Sousa-Muñoz
Departamento de Medicina Interna / Centro de Ciências Médicas - Campus I, s/n - Cidade Universitária - João Pessoa - PB. E-mail: rilva@ccm.ufpb.br 

RESUMO
Objetivos: Avaliar como portadores de tuberculose pulmonar em tratamento narram suas experiências de doença, verificando-se, no seu discurso, as diferentes fases do “Comportamento de Enfermo”, interpretadas na perspectiva da análise de conteúdo proposta por Bardin. 
Métodos: Estudo qualitativo fundamentado na técnica da análise discursiva a partir de entrevistas com 16 pacientes com tuberculose pulmonar em tratamento ambulatorial no Hospital de Doenças Infecto-Contagiosas Clementino Fraga em João Pessoa, Paraíba. O referencial teórico foi o enfoque “Comportamento de Doente” (Mechanic). 
Resultados: Observou-se busca tardia de atenção médica, procura inicial de hospitais gerais da cidade com atraso no diagnóstico e limitação para o trabalho como fator determinante da aceitação do papel de doente, e da necessidade de assistência médica. Ao receber o diagnóstico, observou-se temor pela possibilidade de contágio de familiares e estigma em relação ao diagnóstico. As causas para a tuberculose foram atribuídas ao estilo de vida, condições climáticas, trabalho e problemas emocionais. Na fase de comportamento dependente, os pacientes referiram transferência do controle ao médico. 
Conclusões: Foram observadas diversas fases do “comportamento de enfermo”, desde a negação dos sintomas até a fase de ajustamento a esse papel. Após essa conformação, os pacientes manifestaram necessidade da legitimação de sua doença através do diagnóstico médico. Estes dados proporcionam uma reflexão e análise sobre a perspectiva do paciente diante da tuberculose pulmonar.
Palavras-Chave: Tuberculose. Papel do Doente. Comportamento de Doença. Pesquisa Qualitativa.

(2)  Fatores de Risco para Perda de Sensibilidade Plantar em Diabéticos: Estudo Caso-Controle em Ambulatório de Endocrinologia
    Josué Vieira da Silva, Rilva Lopes de Sousa-Muñoz, Ângela Siqueira de Figueiredo, Joyce Freire Gonçalves de Melo, Bruno Melo Fernandes

RESUMO
Introdução: Este estudo enfoca o problema da perda da sensibilidade plantar e seus fatores de risco, avaliados retrospectivamente, em pacientes atendidos ambulatorialmente no hospital universitário de João Pessoa, Paraíba, Brasil, onde muitos pacientes diabéticos são atendidos, mas não há conhecimento sobre a prevalência do risco de desenvolvimento desse quadro.  
Objetivo: Avaliar fatores de risco para perda de sensibilidade protetora plantar em pacientes diabéticos atendidos ambulatorialmente no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), e correlacionar esta perda com sintomas neuropáticos. 
Materiais e Métodos: Estudo caso-controle envolvendo pacientes com sinais de neuropatia diabética (casos), diabéticos sem neuropatia e pacientes não-diabéticos (controles) atendidos nos ambulatórios de Endocrinologia do HULW. Aplicaram-se o Escore de Sintomas Neuropáticos (ESN), a Escala Visual Analógica (EVA) e o teste do monofilamento de Semmes-Weinstein (10g). 
Resultados: A amostra foi de 90 pacientes, divididos em três grupos: 16 diabéticos tipo II neuropatas (casos; GDN), e por dois grupos-controle: grupo-controle 1 com 42 diabéticos tipo II sem ND (GDNN) e  grupo-controle 2 com 32 adultos não-diabéticos (GND). Idade, duração do DM e valores de glicemia foram estatisticamente superiores no GDN. A odds ratio de 5 entre GDN e GDNN apontou para a associação entre presença de neuropatia e tempo de diagnóstico de diabetes. Foram identificados fatores agravantes para o desenvolvimento do "pé diabético" relacionados à neuropatia. 
Conclusão: O tempo de diagnóstico e os níveis de glicemia foram fatores associados ao desenvolvimento de perda da sensibilidade plantar. O diagnóstico de NDP pelo exame do monofilamento não se relacionou com sintomas neuropáticos.
Palavras-chave: Diabetes mellitus. Neuropatias Diabéticas. Pé diabético.

22 de agosto de 2012

Melhores Evidências Científicas sobre Exame Clínico

Conforme prometemos no nosso minicurso "Semiologia Baseada em Evidências", realizado domingo passado na sexta edição do Congresso Paraibano dos Estudantes de Medicina (VI CPEM), publicamos aqui no Semioblog as indicações dos principais bancos de dados (fontes secundárias) - bancos com resultados chamados "pré-filtrados"-, com os respectivos endereços eletrônicos, para a busca das melhores evidências sobre acurácia do exame clínico.






20 de agosto de 2012

Celmo Celeno Porto, o Mestre que Encanta

O Professor Doutor Celmo Celeno Porto veio ao 6º Congresso Paraibano dos Estudantes de Medicina (VI CPEM), evento realizado pelos alunos do Centro Acadêmico Napoleão Laureano do curso de medicina da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Nós tivemos a honra e a alegria de receber um convidado muito especial no VI CPEM, congresso realizado pelos alunos do curso de medicina da UFPB, através do seu centro acadêmico no último fim de semana. O Professor Celmo Celeno Porto aceitou amavelmente o convite dos nossos estudantes e chegou a esta universidade encantando a todos que tiveram o privilégio de ouvir suas ideias inspiradoras. 
Como professora de Semiologia, quero ressaltar o contentamento em conhecer pessoalmente, recebendo na nossa escola este grande mestre do ensino de Semiologia Médica, que até então só conhecia através de seus livros. Foi estimulante, enquanto docente de Semiologia há 18 anos, e aficionada pela propedêutica médica, assistir às palestras ministradas pelo Prof. Porto no VI CPEM. É uma pena que a greve vigente na universidade há três meses tenha esvaziado o campus reduzindo o número de estudantes presentes neste evento, sobretudo pela ausência do grande contingente de alunos que mora em outras cidades e estados vizinhos.
O Prof. Porto proferiu uma palestra esplêndida sobre “A Semiologia no Século XXI” para uma plateia de jovens alunos, ávida por ouvi-lo, e com a qual  ele pareceu ter uma sintonia imediata, o que é plenamente natural pois sua vida profissional foi dedicada ao ensino e ao trabalho de orientar estudantes de medicina. Claramente vimos um professor apaixonado pelo que faz após 50 anos de docência em medicina. O prazer de ensinar e falar de Semiologia transpareciam em sua expressão.
Sua disposição em participar do evento nos cativou também. Mesmo no dia em que chegou a João Pessoa, e após uma palestra sobre ensino de Semiologia em uma mesa redonda - a qual tive a grande satisfação de integrar -, ele parecia muito receptivo e bem humorado, já às 23h00, autografando os livros enquanto os nossos estudantes, tanto daqui da UFPB, quando da Universidade Federal da Campina Grande e das faculdades particulares de medicina da Paraíba, faziam fila para falar diretamente com ele e tirar fotos ao seu lado.
Enquanto via os alunos com seus livros de Semiologia sob o braço, percebi a magnitude de sua influência sobre eles após terem cursado a iniciação ao exame clínico lendo o "Portão" e o "Portinho", como chamam carinhosamente o livro de referência "Semiologia Médica" e o livro "Exame Clínico", respectivamente.
Para nós, não é possível separar o Professor Celmo Porto de sua bibliografia. Ele é  autor do livro "Semiologia Médica", referência essencial na formação do médico brasileiro. Sua produção científica é composta por livros escritos ou organizados por ele, por artigos publicados em revistas e por conferências realizadas por todo o país. E em tudo, está sempre atento aos estudantes.
Quem ouve as lições do professor Porto – e os nossos alunos da UFPB são agora testemunhas disso – não consegue passar e seguir indiferente. É que elas têm o condão de suscitar, instigar e provocar nos alunos (inclusive nos de mais idade, como eu e o Prof. José Luis Maroja, da UFPB), o anseio do saber, o desejo de aprender mais sobre observação clínica e de aplicar em nossa prática o que ele prega. Tocados por seu entusiasmo e didática ímpares, acabamos por visualizar o que é essencial na arte clínica e na ciência médica, e na integração destas duas vertentes que compõem a vida do médico.
Breve biografia do Prof. Celmo Celeno Porto: - Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, em 1958; - Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia; - Especialista em Clínica Médica pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica; - Doutor em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), em 1963, com a tese "O Eletrocardiograma no Prognóstico da Doença de Chagas" (Arq. Bras. Cardiol. 17: 313, 1964); - Especialização em Pedagogia Médica pela Universidade Federal de Goiás (1972); - Professor Emérito da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás; - Fundador e ex-Presidente da Sociedade Goiana de Cardiologia; - Fundador e 1º Presidente da Academia Goiana de Medicina; - Fundador e Presidente da Regional Goiás da Sociedade Brasileira de Clínica Médica; - Ex-Professor Regente da Disciplina de Semiologia Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás; - Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde; - Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde; - Atualmente é Professor Voluntário da Universidade Federal de Goiás e Presidente Regional de Goiás da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. - Diretor científico da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. (Reproduzida da home page pessoal do Prof. Celmo Porto no portal da Sociedade Brasileira de Cardiologia)
Além dos livros "Exame Clínico: Bases para a Prática Médica" e "Semiologia Médica", é autor de "Doenças do Coração: Prevenção e Tratamento" e "Vademecum de Clínica Médica". Dentro desta bibliografia, sua Magnum Opus é certamente o livro "Semiologia Médica".

Além da bibliografia citada acima, o Prof. Porto escreveu o livro “O Menino e a Borboleta”, um precioso relato sobre a vida de seu pai. No prefácio deste livro, Celmo Celeno Porto afirma que, para contar a história de um homem, não se pode ficar aprisionado aos episódios de sua vida, do nascimento à morte, é preciso reconhecer a chama que alimentou seus passos.

Em suas palestras aqui no VI CPEM, ao finalizar, ele deixou a mensagem de que a arte clínica é levar para cada paciente a ciência médica, e isso só é possível ao se colocar a ética como a base do ato médico. A medicina baseada em evidências dá fortes elementos para trabalhar cientificamente, mas é a medicina baseada em vivências, aquela que só se aprende no encontro com o paciente, que caracteriza a medicina de excelência. 
O professor Dr. Celmo Celeno Porto ocupa também a Cadeira nº 21 da Academia Goiana de Medicina. 
O poeta e dramaturgo alemão Bertold Brecht escreveu que o professor é eterno: “Se não morre aquele que escreve um livro ou planta uma árvore, com mais razão não morre o educador que semeia e escreve na alma”. O Dr. Celmo Porto, mais que um professor, é um educador que encanta por seu entusiasmo e paixão pela arte clínica e também pela missão de ensinar estudantes de medicina, ou seja, ele "semeia e escreve na alma" dos futuros médicos de todo o Brasil, o que parece ser uma verdadeira missão. Pode-se, portanto, afirmar, que ele é professor de todos os estudantes de medicina desse país. 

Prof. José Luis Simões Maroja (Semiologia Médica - UFPB), Prof. Celmo Celeno Porto, Profa. Rilva Sousa-Muñoz (Semiologia Médica - UFPB) e Laís Araújo (Estudante de Medicina da UFPB e presidente da comissão organizadora do congresso VI CPEM)
Imagens: A primeira foto desta postagem foi feita por Mariah Malheiros, estudante de Medicina da UFPB; as demais são do nosso arquivo pessoal.

15 de agosto de 2012

Produtivismo Acadêmico

- A que serve a pesquisa em nossa universidade?
- Qual a política de produção científica atualmente implementada em nosso país?

- Para que serve a pós-graduação: Formação de professores? Desenvolvimento técnico dos profissionais? Formação de pesquisadores?

- Que pesquisa defendemos e para que?

Estas foram as questões norteadores da mesa de discussão realizada hoje no auditório da reitoria da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com a temática "Pós-graduação e produtivismo acadêmico: os desafios da produção do conhecimento científico na contemporaneidade", com os palestrantes convidados Prof. Ângelo Emílio da Silva Pessoa (Departamento de História da UFPB) e Prof. Fernando Cunha (Departamento de Educação Física da UFPB). A mesa de discussão foi promovida pelos pós-graduandos da UFPB e pelo comando local de greve (Sindicato dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba - Adufpb).

O Prof. Ângelo Pessoa afirmou que precisa haver produção científica na universidade, mas não produtivismo. Ele considerou que, a exemplo dos professores, muitos dos próprios alunos de graduação também já estão sendo condicionados por essa lógica do produtivismo. Exemplificou isso com o caso de um aluno da UFPB que praticamente não vinha assistindo às aulas, dedicando-se a apresentar trabalhos em vários congressos da sua disciplina, nacionais e internacionais. "Muitos alunos de graduação já estão sendo corrompidos pelo produtivismo, preocupando-se apenas com o que dá pontuação no Lattes". Comentou ainda sobre a ocorrência frequente do auto-plágio, em que se publica várias vezes o mesmo trabalho, com títulos diferentes, destacando, neste sentido, que isso não é produtividade.

O Prof. Ângelo Pessoa continuou, mas discorrendo, desta vez, sobre a falta de compromisso e seriedade de muitos docentes universitários, e que falta de compromisso ocorre de uma forma geral. Afirmou que muitos apenas recebiam seus salários, mas não trabalhavam efetivamente. Comentou exemplos conhecidos de professores que passaram pela UFPB sem nunca ter trabalhado na realidade.

O Prof. Ângelo mencionou também que é importante combater a dicotomia ensino-pesquisa, salientando o fato de que o docente é contratado através dos concursos para as universidades públicas para o cargo de Professor de Ensino Superior e, portanto, não pode querer se dedicar exclusivamente à pesquisa, e se deseja ser exclusivamente pesquisador, não deveria prestar concurso para professor. "Se alguém quer ser pesquisador, que busque realizar concurso em outras entidades  em que o foco seja a pesquisa", disse.

O professor salientou que não é contra a produtividade, mas contra o produtivismo, que se prende a critérios puramente quantitativos, e não promove avanços. Importante mesmo, segundo ele, é avaliar qual é repercussão social do conhecimento e qual é a ética que permeia a atuação do pesquisador. Afirmou ainda que a ética está banida do contexto dessa competitividade desenfreada na pesquisa nas universidades. Para ele, é importante que se discuta o rigor científico, o compromisso social da pesquisa, e que, antes de tudo, a pesquisa não se constitua apenas elemento do produtivismo para estabelecer "carreirismos". 

Concluiu afirmando que é importante que se publique, mas que se mantenha o compromisso com o ensino também, atando a ponta da ciência com o essencial da graduação, ou seja, o ensino voltado à formação profissional.

Em seguida, o Prof. Fernando Cunha passou a apresentar suas ideias, afirmando que não vivemos em uma sociedade do conhecimento, mas na "sociedade da ilusão". A ciência é realmente, segundo ele, fundamental para a humanidade. Mas também distinguiu conceitualmente produtividade de produtivismo. Diferente da produtividade, o produtivismo estaria pautado na pragmatismo e nos ditames mercadológicos.

O Prof. Fernando prosseguiu mencionando que o sistema de avaliação da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que se baseia na lógica do produtivismo, criou um novo status para a função docente. Comentou ainda a meta inalcançável representada pelas exigências da Capes, guiada pelo produtivismo, pois a produtividade tem uma validade, que atualmente é de três anos, e que considera primordialmente a dimensão  quantitativa da produção. Destacou que essa lógica fez com que o professor passasse a ser reconhecido, e a se reconhecer, pela sua produção científica. Finalizou, então, concordando com o Prof. Ângelo, que falou anteriormente, no sentido de que não se pode dicotomizar ensino e pesquisa na prática docente.

11 de agosto de 2012

Categorias Temáticas dos Trabalhos Científicos Inscritos no VI CPEM



Na sexta edição do Congresso Paraibano dos Estudantes de Medicina (VI CPEM), que tem como tema "a produção científica na Medicina e seu Papel na Sociedade", foram inscritos 179 trabalhos científicos de estudantes de medicina, não apenas das escolas federais e privadas da Paraíba, mas também do Rio Grande do Norte.
Dos 179 trabalhos inscritos, 169 o foram na forma de pôster (banner) e apenas 10 para apresentação oral. As categorias temáticas dos 169 trabalhos inscritos estão demonstradas nas figura acima, no topo da presente postagem. Medicina Interna foi a categoria com maior número de trabalhos inscritos. Após avaliação da Comissão Científica do congresso, composta por professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), foram aprovados 149 trabalhos.
Os temas livres são parte integrante das atividades científicas nos congressos e são considerados, além de um meio de participação, uma possibilidade de expor linhas de pesquisa e locais de trabalho, de gerar e trocar conhecimentos e de crescer academicamente.
Considerando, entretanto, que a apresentação de trabalhos em congressos é uma parte importante no processo de intercâmbio de informações científicas, mas não é suficiente, todos os resumos dos temas livres apresentados no VI CPEM serão publicados em um suplemento da Revista Brasileira de Ciências da Saúde, possibilitando que esses trabalhos tornem-se mais amplamente conhecidos, ao passar a fazer parte do acervo de bibliotecas e acessados pela Internet.
A produção científica a ser apresentada reflete a prática de um grupo de professores-pesquisadores que desenvolvem atividades científicas e de ensino com seus alunos, construindo, a partir de suas ações cotidianas, as sinergias necessárias à formação do profissional da Medicina da Paraíba. Quando consideradas as interações entre ensino, extensão e pesquisa, percebe-se a importância dos temas livres inscritos como rica fonte de informações, delineando-se seu potencial impacto na comunidade. 
O VI CPEM será realizado entre 16 e 19 de agosto de 2012 no campus I da UFPB, em João Pessoa – PB. 

Fonte: Comissão Científica do VI CPEM

9 de agosto de 2012

Discussão sobre a Prática da Pesquisa na Graduação Médica

Participe da discussão sobre Ensino, com enfoque na integração de Ensino e Pesquisa no VI Congresso Paraibano dos Estudantes de Medicina (VI CPEM). A mesa redonda sobre ensino ocorrerá no dia 17 de agosto de 2012, às 19h00, no campus I da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa - PB.
O VI CPEM terá ainda na sua programação ciclos de palestras nas áreas básicas da medicina, oficinas (ensino privado de medicina, ato médico e internato/lei dos estágios), mesas redondas (ensino, pesquisa, extensão), apresentação de trabalhos científicos (orais e pôsteres) e mini-cursos. 
Com o tema "A produção científica na medicina e seu papel na sociedade", o VI CPEM ressalta a necessidade de se ampliar e sistematizar a produção científica no curso de medicina e discutir a importância do tripé ensino-pesquisa-extensão.
Página para inscrições no Congresso:

Programação do Congresso: 

7 de agosto de 2012

Rastreamento de Depressão em Mulheres no Climatério

CONFIABILIDADE E VALIDADE DA ESCALA DE RASTREAMENTO DE DEPRESSÃO CES-D EM MULHERES NO CLIMATÉRIO 
Reliability and validity of the scale of screening of depression CES-D in women in the climacteric 

Resumo
Objetivo: Avaliar consistência interna, confiabilidade teste-reteste e validade concorrente da versão brasileira da Escala de Rastreamento de Depressão CES-D (Center of Epidemiologic Studies of Depression), em mulheres atendidas no Ambulatório de Climatério do Hospital Universitário Lauro Wanderley, João Pessoa, Paraíba, Brasil. Métodos: A amostra foi constituída por 106 mulheres no climatério (45 a 60 anos). A técnica de coleta de dados foi a entrevista estruturada, utilizando-se o Questionário de Auto-Avaliação da Escala de Hamilton para Depressão (QAEH-D) na avaliação da validade concorrente, o cálculo do coeficiente alfa de Cronbach para a consistência interna e a técnica teste-reteste para a confiabilidade. Os sintomas climatéricos foram avaliados através do Índice Menopausal de Blatt e Kupperman (IMBK). Na análise estatística, empregou-se a correlação linear de Pearson a 5%. Resultados: Observou-se um coeficiente de correlação de 0,81 (p=0,001) entre os escores da CES-D e do QAEH-D. O coeficiente de confiabilidade da CES-D foi de 0,87 (p=0,001), enquanto o coeficiente alfa de Cronbach foi de 0,74 (p=0,01). Houve uma correlação estatística significativa do IMBK com os escores da CES-D (p=0,001; r=0,48). Conclusão: A CES-D mostrou bom desempenho psicométrico na amostra estudada, com características satisfatórias de consistência interna, validade concorrente e confiabilidade teste-reteste, constituindo, portanto, um instrumento adequado para mensuração de sintomatologia depressiva em mulheres com síndrome climatérica atendidas ambulatorialmente no nosso meio.
Palavras-chave. Climatério; sintomas depressivos; CES-D; psicometria; escalas; diagnóstico.

Abstract
Objective: To evaluate internal consistency, test-retest reliability and concurrent validity of the Brazilian version of Center of Epidemiologic Studies of Depression (CES-D), in women in the clinic of gynecology of the University Hospital Lauro Wanderley, João Pessoa, Paraíba, Brasil. Methods: The sample was constituted by 106 climacteric women (45 60 years old). The technique of collection of data was the structured interview, using the questionnaire of Hamilton Depression Scale (QAEH-D) in the evaluation of the concurrent validity, the calculation of the alpha coefficient of Cronbach for the internal consistency and the technique test-retest reliability. The climacteric symptoms had been evaluated through the Blatt and Kupperman Menopausal Index (BKMI). In the analysis statistics, it was used linear correlation of Pearson 5%. Results: A coefficient of correlation of 0,81 was observed (p=0,001) between CES-D and QAEH-D. The coefficient of reliability of the CES-D was 0,87 (p=0,001), while the alpha coefficient of Cronbach was of 0,74 (p=0,01). It had a correlation significant statistics of the BKMI with scores of the CES-D (p=0,001; r=0,48). Conclusion: The CES-D showed good psychometric performance in the studied sample, with satisfactory characteristics of internal consistency, concurrent validity and test-retest reliability, constituting, therefore, an instrument adjusted for mensuration of self-report depressive symptomatology in outpatients climacteric women in our region.
Key-words: Climacteric; depressive symptoms; CES-D; psychometry; scales; diagnosis.


Nos últimos anos tem crescido o interesse nos aspectos psicológicos do climatério feminino, uma etapa da vida relacionada com elevada prevalência de sintomas de natureza psíquica (1, 2). Tais sintomas, sejam depressivos, ansiosos ou cognitivos, ocorrem em 30% a 50% das mulheres nessa fase (3). Os sintomas depressivos, em particular, representam um problema clinicamente relevante em 10-30% dos casos (4, 5).
Apesar do grande número de estudos que exploraram o tema depressão e sintomas depressivos no climatério, é difícil a comparação entre eles porque os instrumentos de medição utilizados diferem entre os vários trabalhos, indo desde uma simples pergunta contida nos instrumentos padronizados para sintomas climatéricos (índices menopausais), até o uso de escalas de avaliação de sintomas depressivos e/ou entrevistas psiquiátricas estruturadas, o que explica, em parte, a grande variabilidade dos resultados.
Com o objetivo de avaliar sintomas depressivos e detectar suspeitas de depressão no climatério, a Escala de Rastreamento de Depressão CES-D (Center of Epidemiologic Studies of Depression) tem sido um dos instrumentos de uso recente mais usados internacionalmente, tanto em estudos com mulheres recrutadas na comunidade (6-8), quanto em clínicas de menopausa e ambulatórios de ginecologia (9-11). Apesar de já validada no Brasil (12), há apenas um estudo com a aplicação da CES-D em pacientes climatéricas no país (13), porém sem avaliação de suas propriedades psicométricas.
Com base nessas considerações, o objetivo deste estudo foi avaliar confiabilidade e validade concorrente da escala CES-D em uma amostra de pacientes com síndrome climatérica atendidas no Ambulatório de Ginecologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Este trabalho pode ser lido na íntegra através do seguinte link: http://pt.calameo.com/read/00050759716d410bf7f96.

Referências
1- Blumel JE et al. Relationship between psychological complaints and vasomotor symptoms during climacteric. Maturitas 2004; 49 (3): 205-210.
2- Appolinário, JC et al. Associação entre traços de personalidade e sintomas depressivos em mulheres com síndrome do climatério. Arq Bras Endocrinol, 2001; 45 (4): 383-389.
3- Appolinário JC et al. Terapia hormonal e os sintomas psíquicos na menopausa. Parte 1 – Revisão da literatura. J Bras Psiq 1995; 44 (4): 169-176.
4- Rees R. Farmacoterapia de los trastornos depresivos unipolares en la mujer. Rev Chil Neuropsiquiatr, 2002; 40 (1): 96-106.
5- Illanes E et al. Factores asociados a síntomas depresivos y síntomas somáticos en mujeres climatéricas de la ciudad de Temuco. Rev Méd Chile, 2001; 130 (8): 885-891.
6- Brown WJ et al. Prospective study of physical activity and depressive symptoms in middle-aged women. Am J Prev Med 2005; 29 (4): 265-272.
7- Jasienska G et al. Body mass, depressive symptoms and menopausal status: an examination of the “Jolly Fat” hypothesis. Womens Health Issues, 2005; 15 (3): 145-151.
8- Dennerstein L et al. A population-based study of depressed mood in middle aged, Australian-born women. Menopause, 2004; 11 (5): 563-568.
9- Santoro N et al. Correlates of circulating androgens in mid-life women: The study of  Women’s Health Across the nation (SWAN). J Clin Endocrinol Metab, 2005; 90 (8): 4836-4845.
10- Schmidt PJ et al. Dehydroepiandrosterone monotherapy in midlife-onset major and minor depression. Arch Gen Psychiatry 2005; 62 (2): 154-162.
11- Kim CK et al. Depressive symptoms and rate cardiac variability in postmenopausal women. Arch Intern Med,  2005; 165 (11): 1239-1244.
12- Silveira DX, Jorge MR. Propriedades psicométricas da escala de rastreamento populacional para depressão CES-D em populações clínica e não-clínica de adolescentes e adultos jovens. Rev Psiq Clin, 1998; 25 (5): 251-261.
13- Fernandes RCL, Rozenthal M. Avaliação da sintomatologia depressiva de mulheres no climatério com a escala de rastreamento populacional para depressão CES-D. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul 2008; 30 (3): 192-200.

4 de agosto de 2012

O Papel da Pesquisa na Formação Médica: Mesa Redonda do VI CPEM

No VI Congresso Paraibano dos Estudantes de Medicina (VI CPEM), que ocorrerá no Campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa-PB, está programada Mesa Redonda sobre Ensino Médico no dia 17/08/2012, com a participação especial do Professor Dr. Celmo Celeno Porto, eminente personalidade na Educação Médica brasileira. Participam também desta Mesa Redonda sobre Ensino, as Professoras Dra. Emília Pessoa Perez, Coordenadora do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, e Dra. Rilva Lopes de Sousa-Muñoz, professora do Curso de Medicina da UFPB.
A temática da Mesa Redonda será o papel da pesquisa na formação médica.
Uma das questões norteadoras para a discussão será a seguinte reflexão: na condição de professores de Medicina, como vamos formar bons profissionais, comprometidos com o olhar aguçado da realidade, se não construímos um espaço favorável para que isso ocorra?...
Participem! 
17/08/2012
19:00 - 21:30
Mesa Redonda ENSINO:
Convidados: 
Dra. Rilva Muñoz, 
Dr. Celmo Porto
e Dra. Emília Perez