Com a publicação dos resultados da seleção de monitores do Edital PRG/CEM Nº 008/2012, retificado pelo Edital PRG/CEM Nº 0021/2012, da Universidade Federal da Paraíba, verificamos que a nossa disciplina de Semiologia Médica recebeu a pontuação de 231,1, com obtenção de apenas uma vaga para monitor bolsista.
Considerando que apenas uma vaga para a monitoria acadêmica da Disciplina de Semiologia Médica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) é insuficiente, a coordenação desta disciplina protocolou requerimento junto à Comissão de Estágios e Monitoria da Pró-Reitoria de Graduação/UFPB, solicitando que nos sejam concedidas mais vagas de monitores.
Este requerimento − que se configurou como um pedido de reconsideração, embora não haja possibilidade
de recurso quanto ao resultado desta seleção −, refere-se ao número de vagas que foi destinado à
nossa disciplina de Semiologia Médica (Semiologia do Adulto,
da Criança e Obstétrica, MIV – 21 /
Departamento de Medicina Interna, Centro de Ciências Médicas) − uma vaga para bolsista −, e contém as justificativas para que a Comissão da PRG/UFPB aprecie a
possibilidade de nos conceder mais duas vagas para monitor voluntário. No nosso
Plano de Ação submetido através do último Edital desta Pró-Reitoria (Edital
PRG/CEM Nº 008/2012 - Monitoria 2012-2/2013-1, retificado pelo 021/2012),
pedimos que nos fossem cedidas quatro vagas para monitores em virtude das
necessidades particulares de nossa disciplina.
Programa
consolidado da maior importância para o ensino na UFPB, a monitoria tem sido
fundamental para a disciplina de Semiologia Médica (MIV-21), em que os alunos
têm sua iniciação à clínica médica aprendendo a examinar o doente. Os monitores
tem sido essenciais à
inserção do estudante de Medicina iniciante da observação clínica no complexo cenário
hospitalar de práticas. Com o desenvolvimento dos nossos Planos de Ação nos
últimos anos, alcançamos, com a contribuição dos monitores, a publicação de um
livro didático de Semiologia Médica, que é amplamente empregado na nossa
disciplina (“Iniciação ao Exame Clínico: Guia para o Estudante
de Medicina”, Editora Universitária da UFPB, 2010) e um capítulo de livro (“Os direitos do paciente na condição de instrumento de
aprendizado em hospitais universitários”. In: Solange Fátima Geraldo Costa.
(Org.). Os Direitos do Usuário em Serviços de Saúde. Os Direitos do Usuário em
Serviços de Saúde. João Pessoa: Editora Universitária, 2011, v. 1, p. 35-51.),
assim como o
desenvolvimento de vários materiais didáticos instrucionais, como os que estão referidos
abaixo:
1- SOUSA-MUÑOZ, R. L. ; MOREIRA,
P. A. A. ; SARAIVA, M. G. ; PEREIRA, J. V. N. ; GADELHA, C. S.; MAROJA, J. L. S. . CRIAÇÃO DE MATERIAL VISUAL PARA APOIO AO
APRENDIZADO DE SEMIOLOGIA MÉDICA. 2010. (Desenvolvimento de material
didático ou instrucional).
2- SOUSA-MUÑOZ, R. L. ; SARAIVA,
M. G. ; GADELHA, C. S. ; PEREIRA, E. H. F. ; PEREIRA, J. V. N. ; MENEZES, D. A.
; NEGRI, G. L. . EMPREGO DE RECURSOS
AUDIOVISUAIS COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZADO EM AUSCULTA PULMONAR. 2010.
(Desenvolvimento de material didático ou instrucional - Criação de material
didático).
3- SOUSA-MUÑOZ, R. L. ; SARAIVA,
M. G. ; GADELHA, C. S. ; MENEZES, D. A. ; NEGRI, G. L. ; MOREIRA, P. A. A. . PROJETO INSTRUCIONAL DA MONITORIA DE
SEMIOLOGIA MÉDICA COM ENFOQUE NA AVALIAÇÃO CLÍNICA DA DOR. 2010.
(Desenvolvimento de material didático).
4- SOUSA-MUÑOZ, R. L. ; GADELHA,
C. S. ; PEREIRA, J. V. N. ; MENEZES, D. A. ; SARAIVA, M. G.; MAROJA, J. L. S. . UTILIZAÇÃO DE RECURSOS MULTIMÍDIA NA
MONITORIA DE AUSCULTA CARDÍACA EM SEMIOLOGIA MÉDICA. 2010. (Desenvolvimento
de material didático ou instrucional).
5- SOUSA-MUÑOZ, R. L. ; BARACUHY,
L. V. ; PEREIRA, J. V. N. ; GADELHA, C. S. ; SARAIVA, M. G. ; MOREIRA, P. A. A.
; SOARES, R. M. S. ; MENEZES, D. A. . PRODUÇÃO
DE MATERIAL DIDÁTICO PARA SEMIOLOGIA MÉDICA: CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E
FISIOPATOLOGIA DE SINAIS E SINTOMAS. 2010. (Desenvolvimento de material
didático ou instrucional).
6-
SOUSA-MUÑOZ, R. L. ; DANTAS,
S. G. ; SARAIVA, M. G. ; SOARES, R. M. S. ; BARACUHY, L. V. ; MENEZES, D. A. ;
NEGRI, G. L. ; PEREIRA, J. V. N. . MATERIAL
INSTRUCIONAL DE SEMIOLOGIA CUTÂNEA PARA ALUNOS DE INICIAÇÃO AO EXAME CLÍNICO.
2010. (Desenvolvimento
de material didático ou instrucional).
Além disso,
foram publicados relatos de nossa experiência didático-pedagógica na monitoria
de Semiologia em revistas de circulação nacional na área de educação médica (Revista
Brasileira de Educação Médica) e internacional (Revista Educación Médica).
Por outro lado, os monitores estão, ao longo dos últimos seis
semestres, produzindo com apuro vídeos sobre técnicas de exame físico. Os monitores já desenvolveram
material didático audiovisual sobre exame do tórax respiratório, exame cardiovascular
e exame do abdome. Os monitores elaboraram desde o roteiro até a captura de imagens com uma câmera digital e a escolha de
sons e efeitos sonoros. Os vídeos estão disponíveis no Blog do Grupo de Estudos em Semiologia, GESME (“Semioblog”)
e na videoteca da monitoria. Ainda resta
a elaboração de vídeos sobre exame clínico dos outros sistemas.
Monitores de
Semiologia Médica elaboraram também um projeto didático-pedagógico com
utilização de recursos multimídias como áudios de ausculta cardíaca normal e
patológica, associados aos seus respectivos fonocardiogramas, além do uso de
modelos virtuais do sistema cardiovascular em funcionamento, simulando
situações reais da prática clínica. Os sons cardíacos, gravados com
estetoscópio digital, são apresentados simultaneamente à exibição de animação
tridimensional do coração e grandes vasos, demonstrando-se os eventos
hemodinâmicos e mecânicos envolvidos na gênese do som em estudo. Nas sessões de
apresentação, antes da exibição de cada simulação virtual de ausculta, o
monitor ressalta as principais características semiológicas a serem observadas.
A qualquer momento os alunos podem pedir para parar a apresentação e repetir o
som em estudo, conferindo assim um caráter interativo a esta atividade.
Os monitores
também têm produzido material com inserção explicativa de técnicas de ausculta,
achados auscultatórios normais e patológicos e seu significado clínico. A
apresentação geralmente é ministrada por um monitor aos estudantes da
disciplina, utilizando aparelhos de som, data-show
e computador, quando há dúvidas sobre os sons, uma prática que tem contribuído para
o seu aprendizado em ausculta pulmonar e cardíaca.
Por outro lado, os monitores colaboram na manutenção do Blog do GESME, o “Semioblog”, que foi criado há quatro anos para
estimular a comunicação entre os alunos de Semiologia, valorizar a produção
textual desses alunos através da publicação de seus escritos na Internet,
fomentar um apoio eletrônico para a disciplina de Semiologia da UFPB e criar um
espaço de organização da produção dos alunos, monitores e professores de Semiologia
Médica.
Voltando ao nosso Plano de Ação 2012/1013: este foi submetido
no Projeto do nosso departamento e alcançou 231,1 pontos (Plano de
Ação da disciplina de Semiologia do Adulto, da Criança e Obstétrica, MIV - 21).
Constatamos que o Plano de Ação da Disciplina de Introdução aos Estudos
Clássicos, de outro Centro, com pontuação de 247,8, recebeu duas vagas.
Pedimos, então, que em vista da comparação das demandas de nossa disciplina e
das justificativas que se seguem, seja reconsiderado o número de uma vaga
concedida à mesma.
Além
dos benefícios que traz a monitoria aos alunos que estão passando pela
disciplina, que têm monitores adequadamente supervisionados, o aluno de
Medicina monitor ganha muito com esta prática, e não são apenas curriculares os
benefícios. Ele ganha em aprendizado, em experiência, em forjar responsabilidade,
em amadurecimento acadêmico. Sabemos que 40% dos ex-monitores da nossa
universidade estão hoje atuando na atividade de docência ou estão inseridos em
programas de pós-graduação, o que foi mostrado por um estudo observacional
feito aqui na UFPB.
Em Semiologia Médica, o plano de
trabalho dos monitores tem o objetivo de proporcionar a ampliação do seu
conhecimento em exame clínico, despertando o interesse para a docência e desenvolvendo
aptidões acadêmicas. A importância da Semiologia na formação do médico é
ressaltada nas novas Diretrizes Curriculares da graduação em Medicina, no que
concerne, sobretudo, ao aprendizado de técnicas de exame clínico. Este constitui a base para toda a prática médica. Mesmo diante
de todo avanço tecnológico na área dos exames laboratoriais e de imagem, o
método clínico - anamnese e exame físico – bem executado continua sendo
imprescindível para o bom exercício da medicina. É a partir dele que os exames
complementares podem ser bem solicitados e interpretados criticamente.
Depreende-se daí a importância da Monitoria para esta disciplina, cujo foco é o
treinamento de habilidades clínicas.
A monitoria de Semiologia
apresenta diversas atividades, dentre elas destaca-se o plantão diário de
dúvidas realizado na sala de Semiologia do 5º andar do Hospital Universitário
Lauro Wanderley (HULW). No início do semestre, os monitores são orientados e
supervisionados no cumprimento das seguintes atividades: exercer atividades
semanais junto aos alunos, em horários extra-classe pré-fixados, à beira do
leito, em atendimento do tipo “plantão de revisão”; auxiliar os alunos na
abordagem dos pacientes no início de cada semestre; selecionar os pacientes
para a aula prática e a prova prática de anamnese e entregar a lista de
pacientes aptos e concordantes com a participação nas entrevistas ao professor;
comparecer ao final do horário da prova prática na sala de aula de Semiologia
para auxiliar no encaminhamento dos alunos à sala e para o recolhimento das
observações clínicas escritas; esclarecer os pacientes sobre a participação dos
alunos e dos professores, auxiliando a estabelecer um elo entre o paciente,
aluno e professor; selecionar os pacientes para as aulas práticas; auxiliar na
distribuição dos alunos para abordagem dos pacientes para realização de provas
práticas à beira-do-leito; realizar apresentações orais na programação do
semestre no Grupo de Estudos em Semiologia Médica; cumprir o cronograma de
atividades com horários fixos, assim como o horário em que o monitor atenderá
aos alunos para dirimir dúvidas dos alunos sobre obtenção da anamnese e
semiotécnica do exame físico; auxiliar os alunos no laboratório de habilidades
clínicas do CCM através da demonstração prática de técnica de exames e de
ausculta cardíaca e pulmonar; informar o professor orientador sobre eventuais
problemas observados durante a sua atividade junto aos alunos; apresentar ao
professor sugestões, planos e formas operacionais que melhor correspondam ao
funcionamento da monitoria, sempre em coerência com a expectativa
institucional, face ao seu perfil; cumprir 12 (doze) horas semanais de
atividades de monitoria, conforme horário preestabelecido com o professor
orientador, observando que o horário do exercício da monitoria não deverá
causar prejuízo ou coincidência com as horas oficiais das suas próprias
atividades curriculares; apresentar os trabalhos sobre ensino de Semiologia e
relatos de experiência realizados na vigência da monitoria no Encontro de
Iniciação à Docência (ENID) e em outros eventos acadêmicos; colaborar na
elaboração do relatório semestral final do projeto de monitoria da disciplina,
sob orientação do professor coordenador da monitoria; cumprir o Código de Ética
do Estudante de Medicina.
No horário compreendido entre
12h00 e 13h30 de segunda a sexta, os alunos interessados tem a oportunidade de
solicitar o esclarecimento de dúvidas sobre os temas abordados em sala de aula,
sendo o questionamento mais comum referente à correta realização da técnica
semiológica. Para auxiliá-los dispõe-se de duas macas na sala de aula, nas
quais é simulado o leito do paciente. Primeiro, o monitor realiza as manobras
semióticas em um voluntário presente e após observação, os próprios estudantes
treinam uns nos outros as técnicas do exame físico sob o olhar crítico dos
monitores. Em outras ocasiões, os monitores levam os alunos para o laboratório
de habilidades clínicas do CCM para demonstração prática de técnica de exames e
de ausculta cardíaca e pulmonar. Finaliza-se a sessão de monitoria indo às
enfermarias de Clínica Médica do HULW junto com os estudantes e colocando em
prática o que foi firmado na simulação.
As atividades realizadas no
semestre letivo 2011.1 (12 horas semanais foram, além das atividades semanais junto aos alunos, em
horários extraclasse pré-fixados, participação de atividades programadas para
os monitores para organização dos trabalhos da monitoria e para discussão de
temas de Semiologia Médica e Ensino (Quadro 1). Exemplificamos as atividades
no Quadro 1 com ações do semestre de 2011.1 em vista da fragmentação que sofreu
o semestre 2012.1 em virtude da greve, além do fato de ter sido a última
vigência em que recebemos um número de vagas necessário para cobrir nossas
demandas (seis).
Quadro 1 – Programação das reuniões da
Monitoria de Semiologia Médica no semestre 2011.1.
Como aulas práticas da
disciplina de Semiologia Médica consistem no ensino do exame clínico envolvendo
os pacientes internados nas enfermarias. Percebeu-se que havia desperdício de
tempo na seleção dos pacientes para as práticas e que o conhecimento prévio dos
achados semiológicos e das condições dos pacientes poderia melhorar a dinâmica
do funcionamento da disciplina.
Com esta finalidade, surgiu o
projeto “mapeamento clinico das enfermarias”, que será realizado nesta vigência
de 2012.2/2013.1, realizado pelos monitores da disciplina. O grupo de monitores
da disciplina (se tivéssemos quatro vagas, como solicitamos para atender as
demandas já citadas e esta nova que está prevista no plano de ação submetido)
será dividido em dois subgrupos para acompanhar a rotatividade de 70 leitos da
enfermaria de clínica médica. Os principais achados semiológicos são
transferidos para uma planilha eletrônica (google
docs) acessível a todos os professores e monitores da disciplina. A planilha será atualizada a cada três dias
pelos monitores com os sinais clínicos encontrados e/ou eliminação de
determinado achado inserido anteriormente (Plano de Ação 2012.2-2013.1).
Essa
iniciativa trará maior praticidade na indicação dos pacientes a serem
examinados durante as aulas práticas, facilitando na demonstração da
semiotécnica de exame físico pelos professores e, portanto, no planejamento das
aulas. O projeto permitirá ainda um melhor treinamento dos monitores,
aumentando sua aproximação com os pacientes, bem como melhora da relação
aluno-paciente. Além disso, os pacientes que não estão em condições clínicas ou
encontram-se indispostos serão identificados previamente e não serão
perturbados desnecessariamente durante as aulas práticas.
Os resultados almejados no
projeto de Monitoria na disciplina de Semiologia Médica têm sido cumpridos com
sucesso e grande êxito acadêmico. Salientamos, por fim, que o desempenho de
seus integrantes e a repercussão acadêmica do nosso Plano de Ação só poderão
ser considerados suficientes, com cumprimento dos objetivos preconizados, se
houver, no mínimo, quatro monitores na disciplina. A diversidade de atividades
cotidianas da disciplina de Semiologia pode ser mais bem operacionalizada
através de medidas atribuídas aos quatro monitores de que necessita a
disciplina. Salientamos que recebemos nesta disciplina 60 alunos por semestre.
Finalizando após justificar
as demandas didático-pedagógicas de nossa disciplina, solicitamos que fosse reavaliada a destinação de apenas uma vaga à mesma.
Assim, aguardamos a apreciação deste
pedido pela Comissão de Estágios e
Monitoria/Pró- Reitoria de Graduação/UFPB.