Apresentação de Slides
29 de janeiro de 2013
Vítimas da Negligência em Santa Maria
Vítimas de uma tragédia anunciada e da negligência de autoridades e empresários. Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil, 27/01/13.
Os
profissionais da saúde podem oferecer trabalho voluntário pelo telefone (55)
9155-2087.
Para doar
água, luvas, máscaras e medicamentos o número é o (55) 9155-2087. O cadastro de
enfermeiros e técnicos de enfermagem deve ser feito pelo (51) 3378-5511 e pelo
e-mail: presidente@portalcoren-rs.gov.br.
23 de janeiro de 2013
GESME em Atividade do Programa “Jovens Talentos para a Ciência”
Tácia
Adriana Florentino de Lima, estudante do segundo período de
graduação em Medicina da UFPB, nossa aluna no Programa “Jovens Talentos para a
Ciência”, apresentando a Introdução e os Objetivos do projeto do qual participa
no Grupo de Estudos em Semiologia Médica (GESME): “Atitudes de Estudantes
de Ciências da Saúde da UFPB Vinculados ao Programa de Iniciação Científica em
Relação à Bioestatística”.
Como aluna do Programa Jovens Talentos para a Ciência, Tácia
Adriana Florentino de Lima, agora no segundo período de graduação, tem superado nossa expectativa docente em termos de dedicação, curiosidade
científica e capacidade de trabalho em equipe. A
princípio (entre agosto de 2012 e janeiro de 2013), ela trabalhou juntamente com o
estudante Ezemir Fernandes Júnior, do oitavo período em Medicina/UFPB, e agora
passa a acompanhar as atividades de pesquisa de Cícero Faustino
Ferreira, do nono período, ambos atuando como alunos do Programa Institucional
de Voluntários de Iniciação Científica (PIVIC) no GESME. Tácia está aprendendo os
primeiros passos da atividade de pesquisa, cumprindo o Plano de Atividades
descrito abaixo.
O “Programa
Jovens Talentos para a Ciência” é um
programa do governo federal através da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) e que tem o objetivo de inserir precocemente os estudantes universitários no
meio científico.
Plano de Atividades de Tácia
Adriana Florentino de Lima (Programa Jovens Talentos para a
Ciência/Capes/CNPq/UFPB)
- Participar
do Grupo de Estudos em Semiologia Médica (GESME), grupo de pesquisa registrado
no Diretório dos Grupos de Pesquisas do CNPq;
- Participar das reuniões semanais do GESME como ouvinte;
- Participar de uma apresentação oral de projeto de pesquisa por
semestre no GESME;
- Realizar
levantamento bibliográfico e leitura de trabalhos e textos básicos sobre
pesquisa em Medicina e Semiologia Médica;
-
Compartilhar com estudante PIVIC da vivência de realização de entrevistas
estruturadas com estudantes da UFPB bolsistas do Programa de Iniciação
Científica dos cursos da área de Saúde;
- Participar
da análise dos dados obtidos em trabalho de campo juntamente com estudante do
PIVIC, em cujo projeto enfoca-se a participação do estudante da área de saúde
da UFPB em pesquisas científicas;
- Participar
do encontro de iniciação científica da UFPB e de outros eventos científicos
durante a vigência do Programa Jovens Talentos para a Ciência;
- Habilitar-se no acesso à literatura científica através
de treinamento no uso do Portal de Periódicos da CAPES;
-
Assistir a defesas de dissertações na UFPB (cursos de Mestrado do Centro de
Ciências da Saúde / UFPB);
- Estudar
obrigatoriamente uma língua estrangeira;
- Desenvolver a capacidade/habilidade de observar, analisar,
sintetizar e aplicar conhecimento na sub-área de Semiologia Médica;
- Realizar
leitura e fichamento de resumos de publicações encontradas enfocando a
participação do estudante de medicina em pesquisa científica;
- Conhecer
pesquisas sobre Semiologia Médica, dentro de diferentes perspectivas teóricas e
práticas, por meio de projetos integrados e de grupo no GESME;
- Realizar
treinamento em análise de dados em software estatístico em
sessões promovidas pelo GESME.
21 de janeiro de 2013
Semiologia Clínica das Miopatias
Por Arthur
de Sousa Pereira Trindade
Estudante de Graduação em Medicina da UFPB
Resumo
As doenças
musculares, ou miopatias, constituem um grupo heterogêneo de enfermidades que
têm em comum o fato de afetarem os músculos esqueléticos, produzindo redução ou
perda da força muscular. O termo “miopatia” inclui as doenças que afetam a
parte distal da unidade motora, isto é, a fibra muscular propriamente dita, ou
então a junção neuromuscular. Estas doenças sempre evoluem com absoluta
preservação da sensibilidade e ausência de fasciculações.
Imagem: http://www.fotogeriatria.net
19 de janeiro de 2013
15 de janeiro de 2013
14 de janeiro de 2013
13 de janeiro de 2013
TCC: Introdução, Revisão da Literatura e Objetivos
Apresentação de Slides
TCC: Introdução, Revisão da Literatura e Objetivos - Profa. Rilva Muñoz - UFPB from Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
TCC: Trabalho de Conclusão de Curso
12 de janeiro de 2013
8 de janeiro de 2013
Envelhecer é Moderno
“A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer”, diz Arnaldo Antunes. Uma
escritora brasileira que trata de forma recorrente do tema do envelhecer e da
atitude das pessoas, sobretudo das mulheres, em relação a esse fenômeno vital, é Lya
Luft. Ela afirma que "talvez
seja utopia, mas se eu não deixar que se embote a minha sensibilidade, quando
envelhecer, em vez de estar ressequida, eu terei chegado ao máximo exercício de
meus afetos" (2004: 27). A autora retrata a escolha e a
postura do ser humano em relação ao processo de envelhecimento, e como é visto
de uma forma negativa pela maioria das pessoas, embora pudesse ser feliz e sem
desesperos. “Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um
cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não
existe plástica que resgate seu brilho” (LUFT, 2010).
"Envelhecer é apenas mais uma fase de viver, mais uma
etapa da transformação que inicia no nascimento e termina no último suspiro.
Nunca tive a visão da velhice, na qual estou quase no umbral (pra mim começa
hoje aos 80), como decadência. Não precisa ser solidão e isolamento, amargura e
inércia. Havendo suficiente saúde, sobretudo mental, pode-se sempre reatar ou
criar laços, interesses, coisas. Contemplar a natureza, o ser humano, sei lá.
Para mim, mais uma vez, é tudo natural. Para que querer ter sempre 20 anos?
Para que se desejar espírito jovem, se o espírito dos 70 ou 80 pode ser até
melhor, mais rico, mais experiente, mais elegante e mais sereno, mas nunca
desinteressado?" (LUFT, 2010)
E sobre como uma
mulher envelhece?... Nadilza Moreira, docente da Universidade Federal da Paraíba,
afirma que o medo de envelhecer impõe-se às mulheres há séculos,
evidenciando-se de várias formas, nas quais se busca um disfarce para os sinais
do tempo, particularmente após os 30 anos (MOREIRA, 2012).
O envelhecimento da mulher é
descrito por Beauvoir (1990: 595) como "a intenção de lutar contra uma
desgraça que foi misteriosamente desfigurando e deformando-a". Essa é
uma descrição muito negativa do processo de envelhecimento. Vê-se que as mulheres respondem de forma quase
compulsiva aos anúncios que são, na verdade, pressões, por parte da
indústria do envelhecimento para que compram seus produtos para lutar contra o
tempo. Simone de Beauvoir indicou, através de seus escritos
autobiográficos, que ela realmente se esforçou para chegar a um acordo com seu
corpo no processo de envelhecimento: ela gostava de roupas, de ser
considerada atraente. No entanto, como filósofa existencialista, ela foi capaz de
voltar atrás e ver que essa atitude foi devida a uma enorme pressão colocada
pela sociedade sobre recursos cosméticos efêmeros. Ela passou, então, a
aceitar "a definição de seu valor como sua própria definição, e não a da
sociedade".
Quase
meio século atrás, esta eminente filósofa francesa observou que o intervalo
entre a "maturidade" e a "velhice" é um momento
especialmente problemático para as mulheres, apesar
da profunda transformação social gerada pelo ativismo feminista da segunda
metade do século passado.
A crônica “A Mulher Madura”
(1986), do poeta Affonso Romano de Sant’anna, evidenciam-se considerações de
cunho teórico e crítico acerca dos significados do envelhecimento feminino à
luz de pressupostos históricos e feministas. O autor afirma em outro texto
(SANT’ANNA, 1987)
conheço muitas pessoas que estão
envelhecendo mal. Desconfortavelmente. Com uma infelicidade crua na alma. Estão
ficando velhas, mas não estão ficando sábias. Um rancor cobre-lhes a pele, a
escrita e o gesto. São críticos azedos, aliás estão ficando cítricos sem
nenhuma doçura nas palavras. Estão amargos. Com fel nos olhos.
Dessa forma amarga e ultrapassada, não conseguiremos envelhecer maciamente, e sim aos
solavancos, parafraseando o poeta Carlos Drummond de Andrade. Envelhecer é moderno.
Referências
BEAUVOIR, S. A Velhice. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1990.
LUFT, L. Perdas e Ganhos. São Paulo: Record, 2004.
LUFT, L. Entrevista: Lya Luft fala sobre sua busca pela
simplicidade. 2010. Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/donna/noticia/2010/07/entrevista-lya-luft-fala-sobre-sua-busca-pela-simplicidade-2967453.html. Acesso em: 08 jan. 2013.
MOREIRA, N. M. B. A poética do envelhecimento: Júlia Lopes de Almeida e Affonso Romano de Santana. 17º Encontro Nacional da Rede
Feminista Norte e Nordeste de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher e Relações de
Gênero. Disponível em: http://www.ufpb.br/evento/lti/ocs/index.php/17redor/17redor/paper/view/409.
Acesso em: 08 jan. 2013.
SANT'ANNA, A. R. Envelhecer: com mel ou fel? 1987. http://www.perspectivas.com.br/refle32.htm.
Acesso em: 08 jan. 2013.
Imagem: Atômica Studio.
6 de janeiro de 2013
A Mão na Hanseníase
Jailson Sousa de Oliveira
Médico Recém-Graduado pela
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Arthur Bastos Rocha
Estudante do Curso de
Graduação em Medicina da UFPB
Resumo
A hanseníase é uma doença infecciosa
crônica provocada pelo Mycobacterium leprae, e que
promove um acometimento neural e cutâneo em diversas formas clínicas. O
comprometimento da função nervosa pode, em combinação a traumas repetidos,
resultar em deformidades importantes e grande limitação da capacidade funcional
das mãos. Dentre as principais anormalidades das mãos em pacientes com
hanseníase, destacam-se as paralisias dos nervos cubital, mediano e
radial, "garras digitais", ausência de dedos por amputação traumática
ou espontânea, retração dos dedos por absorção das falanges, além das úlceras
palmares. A hanseníase tem no diagnóstico precoce uma das bases para seu
controle efetivo, quanto mais precoce o diagnóstico e o tratamento da
hanseníase, menores serão os riscos de sequelas e o período de contágio da
doença.
Palavras-chave: Hanseníase.
Deformidades. Mãos.
A hanseníase é uma doença infecciosa
crônica causada pelo Mycobacterium leprae, e que se
manifesta por lesões na pele e nos nervos periféricos. A predileção pela pele e
nervos periféricos confere características peculiares a esta enfermidade,
tornando o seu diagnóstico simples na maioria dos casos. O dano neurológico
leva às sequelas, muitas vezes graves, que podem surgir, no curso da hanseníase
(RODINI et al., 2010).
A hanseníase constitui um importante
problema de saúde pública no Brasil e em vários países do mundo. Ainda é
considerada como um problema mundial comum, com 750.000 novos casos
diagnosticados a cada ano, sendo endêmica no Brasil, onde se registram, em
média, 47 mil casos novos por ano; assim, o Brasil é o país que tem o segundo
maior número absoluto de casos no mundo. Cerca de 30% dos pacientes já
apresentam danos estabelecidos nos nervos ao momento do diagnóstico, e
problemas ortopédicos podem se desenvolver mesmo depois de o tratamento com
antibióticos ter sido realizado com êxito bacteriológico. Complicações
ortopédicas da lepra incluem arquitetura óssea alterada, levando a tensão
repetidas por traumas locais que, em combinação com os danos nos nervos
periféricos, causam úlceras frequentes (RODINI et al., 2010; MOONOT et al.,
2005; ARAÚJO et al., 2003).
Estimativas indicam que cerca de dois a
três milhões de indivíduos no mundo tenham algum grau de incapacidade funcional
como resultado dessa doença. A infiltração dos nervos periféricos
pelo M. leprae inicia uma cascata de eventos destrutivos com
edema intraneural e destruição de axônios por células TCD4. A função a longo
prazo do nervo afetado é determinada efetivamente pela duração da doença e do
nível de prejuízo do nervo no momento do diagnóstico e início da terapia
(RODINI et al., 2010; ANDERSON, 2006).
A infecção evolui de modos variados
conforme a resposta imunológica do hospedeiro frente ao bacilo. Esta resposta
imune constitui determina as diferentes formas clínicas da doença. Com uma
resposta imunológica competente, o indivíduo evolui para a forma clínica
localizada e não-contagiosa da doença; se esta competência não é efetiva, uma
forma difusa e contagiosa é desenvolvida. Entre estes dois extremos,
encontram-se as formas intermediárias, que refletem, também, graduais variações
da resistência ao bacilo (LOMBARDI; FERREIRA, 1990).
Apesar de hoje ser uma doença com cura
possível, a hanseníase quando não diagnosticada e tratada precocemente, pode
evoluir com diferentes tipos e graus de incapacidades físicas envolvendo mãos,
pés e face. A predileção do bacilo causador da hanseníase por instalar-se em
pele e seus anexos e nos nervos periféricos, é o que precipita todo o processo
incapacitante (GARBINO, 1991).
As neuropatias são alterações prevalentes
no quadro clínico da doença, podendo ser a única manifestação clínica, podendo
ainda ser silenciosas, nas quais o dano funcional do nervo se instala sem
quadro clínico de dor e espessamento do tronco neural. O nervo mais
comprometido nos membros superiores é o ulnar com área crítica ao redor do
cotovelo, seguindo do mediano em prevalência. Nos membros inferiores o nervo
fibular comum é o mais acometido, seguido do tibial posterior. Já no segmento
cefálico o nervo facial é o mais prevalente, acompanhado do auricular magno (AGRAWAL et al., 2005).
Os nervos dos membros superiores são
citados como os mais precocemente afetados em relação aos membros inferiores.
Nos membros superiores observa-se certa ordem de inicio do acometimento e
frequência, os nervos radial superficial e o ulnar, ramos sensitivos, vêm em
primeiro lugar seguidos do ulnar, motor e sensitivo no cotovelo, o nervo
mediano, no punho, e por último, e em menor frequência, o nervo radial no braço
(MARCIANO; GARBINO, 1994). A
apresentação clínica do acometimento dos nervos do membro superior é de
acometimento distal, com evolução gradual para déficits proximais. No exame
físico observa-se acometimento primário da mão, devendo ser alvo de
investigações na suspeita de hanseníase, para evitar o acometimento neural e sequelas
prováveis.
O acometimento primário mais prevalente é
do nervo ulnar, e na evolução temporal da patologia ocorre perda da
sensibilidade térmica dos pacientes, evoluindo então para a sensibilidade
álgica, pela espessura das fibras mielínicas mais adelgaçadas nas fibras
sensitivas. Ao exame o paciente pode apresentar-se com uma lesão
vesico-bolhosa, em geral com perda de sensibilidade nas adjacências da lesão. A
lesão do nervo periférico reduz o trofismo do órgão efetor, levando a
diminuição do controle de nutrientes e favorecendo a processos de necrose
celular no epitélio deste paciente, além da resposta inflamatória que pode
estar exacerbada, cursando com destruição dos tecidos da pele, mais
característico nas reações hansênicas.
A reação inflamatória também pode levar a
edemas, perilesionais ou em articulação de punho e cotovelo. O acometimento de
fibras álgicas pode levar a dores de intensidade elevada de acordo com o grau
de extensão, uma das queixas do paciente. Pode haver ulcerações nesta região pela
perda dos reflexos de retirada e proteção, sujeitando a região a maior
traumas. Com o avanço da doença sem tratamento, ocorre então
comprometimento das fibras motoras, que são mais espessas, ocasionando quadros
de déficit motor, entre eles o mais clássico é o da mão em garra, com paralisia
do quarto e quinto quirodáctilos. Se não houver abordagem terapêutica adequada
este paciente poderá evoluir com acometimento do nervo mediano, levando a
paralisia completa da mão, a chamada “mão simiesca”. Caso o nervo acometido
inicialmente seja o nervo mediano, o paciente desenvolve uma paralisia chamada
“mão em garra”, com plegia do terceiro, segundo e primeiro quirodáctilos. Caso
o nervo radial, mais raramente acometido, seja lesionado, o paciente cursa com
paralisia da musculatura extensora, levando a “mão caída”. Nestes casos é comum
haver ao longo do tempo espessamento do nervo e atrofia da musculatura pela
redução do trofismo celular mediado pelos nervos periféricos.
Contudo, ao exame da mão, percebe-se
geralmente que o nervo ulnar é o mais acometido pela síndrome compressiva que
ocorre resultante do edema neural associado ao processo inflamatório culminando
com o espessamento do epineuro, que é inelástico e impermeável, associado ao
ponto crítico anatômico que é a sua passagem pelo sulco ulnar do epicôndilo
medial do úmero. Este conjunto de fatores levam a aumento da pressão
intraneural que comprime o seu axônio e gera as alterações no corpo celular e
sofrimento neuronal, gerando a fisiopatologia e quadro clínico descrito. Em
casos onde a reação inflamatória é muito exacerbada, pode-se constatar a
presença de troncos nervosos espessados palpáveis e que seguem o trajeto do
nervo, especialmente o nervo ulnar por ser mais superficial em alguns
pontos (JAMBEIRO et al., 2008).
As deformidades e as incapacidades que são
encontradas nas mãos de pacientes com hanseníase decorrem de três fatores
principais: alterações de sensibilidade, alterações de motricidade e estados
imuno-inflamatórios. Ainda que a distribuição do bacilo pelos nervos seja
difusa, alguns destes se apresentam especificamente mais acometidos, e no
membro superior, estes são o cubital, mediano e radial, nesta ordem (DUERKSEN;
VIRMOND, 1997).
As principais deformidades encontradas nas
mãos de pacientes com hanseníase incluem além das paralisias dos nervos
cubital, mediano e radial; amiotrofias das regiões tenar e hipotenar e dos
interósseos; garras digitais, ausência de dedos por amputação traumática ou
espontânea; retração dos dedos por absorção das falanges e úlceras palmares
(CAMPOS-PATRONY et al., 1978).
Há comprometimento de nervos sensitivos e
autonômicos da pela nas formas precoces de hanseníase, assim como nas manchas
hipocrômicas, hipoestésicas e anidróticas. Em formas clínicas mais avançadas, a
neuropatia caracteriza-se como mononeuropatia múltipla (GARBINO, 1991).
A perda da sensibilidade térmica ocorre
inicialmente, seguida da dolorosa e terminada pela tátil. A falta de
sensibilidade protetora inicia um processo cíclico de destruição da mão, o qual
é alimentado pela perda do reflexo natural de imobilização que se segue a um
trauma. Dessa forma, o paciente se sente em condições de continuar a usar seu
segmento mesmo traumatizado, aumentando a extensão do dano, principalmente em
profundidade (DUERKSEN; VIRMOND, 1997).
A paralisia do nervo cubital tem como
principal deformidade a mão em garra, também chamada de "garra cubital”,
correspondendo à hiperextensão das articulações metacarpo falangeanas do quarto
e quinto dedos, com flexão de suas interfalangeanas. Pela falta de musculatura
intrínseca, estabilizando as articulações metacarpofalangianas, ocorre o
esgotamento do poder de tração dos tendões extensores ao nível destas
articulações, impedindo que as articulações mais distais se estenda (Op. Cit.).
A paralisia do nervo mediano ocorre após a
paralisia do nervo cubital, gerando uma paralisia cúbito-mediana, com uma garra
de todos os dedos da mão, denominada “mão em garra” completa. Além disso,
ocorre o encurtamento progressivo dos tendões flexores, promovendo contratura
da região palmar. A paralisia do nervo radial é de uma ocorrência pouco comum.
Nos casos de paralisia do nervo radial gera um quadro de mão caída (Op. Cit).
As deformidades e incapacidades das mãos
na hanseníase não fazem parte necessariamente do quadro e da evolução clínica
da doença. Mas como a hanseníase é uma doença infectocontagiosa de
evolução lenta, para um diagnóstico precoce, é necessário que os profissionais
da saúde estejam treinados e que a população esteja atenta para os sinais e
sintomas iniciais. A incapacidade tende a ocorrer quando não há
diagnóstico precoce da doença. Quanto mais precoce o
diagnóstico e o tratamento da hanseníase, menores serão os riscos de sequelas e
o período de contágio da doença.
Referências
AGRAWAL, A.;
PANDIT, L.; DALAL, M. et al. Neurological Manifestations of Hansen's disease
and their management. Clin Neurol Neurosurg. 107(6): 445-454, 2005.
ANDERSON,
G. The surgical management of deformities of the hand in leprosy. J
Bone Joint Surg Br 88(3): 290-294, 2006.
ARAÚJO, M. G. Hanseníase no Brasil. Revista da
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 36(3):373-382, 2003.
PATRONY-CAMPOS, M.; MARGARIDO, L. C.; RODRIGUEZ, L. M.
Incidência das deformidades da mão na hanseníase. Hansen. Int., 3
(1): 55-58, 1978.
DUERKSEN, F.; VIRMOND, M. Fisiopatologia da mão na
hanseníase. In: Cirurgia reparadora e reabilitação em hanseníase. Bauru: Centro de Estudos Dr.
Reynaldo Quagliato, Instituto Lauro de Souza Lima, 1997. Disponível em: http://hansen.bvs.ilsl.br/textoc/livros/DUERKSEN,%20FRANK/mao/PDF/fisiopat_mao.pdf. Acesso
em: 06 jan. 2013.
GARBINO, J. A. Neuropatia Hanseniana. Disponível em:
http://hansen.bvs.ilsl.br/textoc/livros/OPROMOLLA_DILTOR_nocoes/PDF/neuro_hansen.pdf,
1991. Acesso em: 06 jan. 2012.
JAMBEIRO, J. S.; BARBOSA, A. A.; REIS, M. G et al .
Avaliação da neurólise ulnar na neuropatia hansênica. Acta ortop. bras.,
16 (4): 207-213, 2008 .
LOMBARDI, C.; FERREIRA, J. História natural da
hanseníase. In: Hanseníase: epidemiologia e controle. São Paulo: IMESP
SASEP, p. 13-20, 1990.
MARCIANO, L. H. S. C.; GARBINO, J. A. Comparação de
técnicas de monitoração da neuropatia hanseniana: Teste de Sensibilidade e
Estudo de Condução Nervosa. Hansen.
Int., 19 (2): 5-10,
1994.
MOONOT, P.;
ASHWOOD, N.; LOCKWOOD, D. Orthopaedic complications of leprosy. J
Bone Joint Surg Br, 87 (10): 1328-32, 2005.
MOREIRA, D.; ÁLVAREZ, R. R. A. A importância da
avaliação de incapacidades em membros superiores de pacientes portadores de
hanseníase atendidos em nível ambulatorial. Fisioterapia em Movimento,
14: 21-4, 2001.
RODINI, F. C. B.; GONÇALVES, M.; BARROS, A. R. et al. Prevenção de incapacidade na hanseníase com apoio em um manual de autocuidado para pacientes. Fisioter. Pesqui. 17 (2): 157-166, 2010.
RODINI, F. C. B.; GONÇALVES, M.; BARROS, A. R. et al. Prevenção de incapacidade na hanseníase com apoio em um manual de autocuidado para pacientes. Fisioter. Pesqui. 17 (2): 157-166, 2010.
3 de janeiro de 2013
Da Medicina Medieval ao Renascimento: Parte II
Da
Medicina Medieval ao Renascimento – Parte
II: Aula ministrada na Disciplina de História da Medicina e da Bioética da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) – Profa. Rilva Lopes de Sousa-Muñoz
Da Medicina Medieval ao Renascimento - Parte I
Da
Medicina Medieval ao Renascimento - Parte I: Aula ministrada
na Disciplina de História da Medicina e da Bioética da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB) – Profa. Rilva Lopes de Sousa-Muñoz
2 de janeiro de 2013
Da Medicina Mágico-Religiosa à Hipocrática
Da Medicina Mágico-Religiosa à Hipocrática: Aula ministrada na
Disciplina de História da Medicina e da Bioética da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB).
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