30 de julho de 2014

Orientação Geral para Registro do Exame Físico

Os alunos de Semiologia Médica geralmente comentam que gostariam de saber como registrar o exame físico dos pacientes nesta fase da graduação em que sua vivência prática ainda é incipiente.
Segue um roteiro que pode ajudá-los neste momento de iniciação à clínica, considerando o exame normal.

EXAME FÍSICO

1- Ectoscopia
Sinais vitais:
P- 88 bpm (normoesfígmico); PA- 120/80 mmHg (normotenso); T- 37oC (afebril); FR- 16 irpm (eupnéico).
Medidas antropométricas:
Peso- 53,4 kg; estatura- 1,60 cm; IMC- 20,8 kg/m2 (estado nutricional normal)                 
Paciente em bom estado geral; consciente e orientado; eupnéico, acianótico, anictérico e afebril; fácies incaracterística; postura indiferente; marcha normal; biotipo normolíneo; mucosas normocoradas e úmidas; pele de turgor e elasticidade conservados, coloração, textura, temperatura e umidade cutâneas normais; ausência de lesões de pele; pêlos em quantidade e distribuição compatíveis com idade e sexo; unhas de forma, brilho, cor, superfície e coloração normais; panículo adiposo conservado e distribuído em padrão compatível com idade e sexo; ausência de edema subcutâneo; linfonodos superficiais não palpáveis; musculatura normotrófica; ausência de deformidades osteoarticulares; linfonodos superficiais não palpáveis; extremidades com coloração, temperatura e perfusão preservadas, sem dilatações de veias superficiais.

2- Cabeça e pescoço
Cabeça em posição ortostática, sem movimentos anormais, ausência de abaulamentos ou depressões, couro cabeludo sem lesões, cabelos de implantação, quantidade e distribuição normais, ausência de pontos dolorosos. Face simétrica, expressão fisionômica aparentemente tranquila. Exame das estruturas externas do olho sem alterações, ouvido externo sem evidência de lesões ou secreção local, nariz sem deformidades ou secreções, ausência de dor à palpação dos seios da face. Lábios sem alterações, mucosa oral, orofaringe, língua e gengivas sem lesões, dentes em bom estado de conservação.
Pescoço com forma e posição normais, movimentação preservada, sem adenomegalias ou outras tumorações, tiroide não palpável.
3- Exame do tórax
Cardiovascular
Inspeção: Ausência de turgência jugular e batimentos arteriais anormais na região cervical; ausência de abaulamentos ou retrações precordiais; íctus cordis (visível?, não-visível?)
Palpação: precórdio sem frêmitos ou bulhas palpáveis; ictus cordis (não palpável? Palpável? Se palpável: registrar - quinto espaço intercostal esquerdo, linha hemiclavicular, ocupando uma polpa digital, com amplitude e mobilidade normais). Pulsos periféricos (carotídeos, axilares, braquiais, radiais, femorais, poplíteos, tibiais e pediosos) palpáveis e simétricos.
Ausculta: ritmo cardíaco regular (em 2 tempos); bulhas normofonéticas; ausência de sopros; FC=80bpm.
Ausência de sopros carotídeos.
Respiratório
Inspeção: tórax de conformação normal, sem abaulamentos e retrações; ausência de circulação colateral e cicatrizes; tipo respiratório tóraco-abdominal; ritmo regular; ausência de tiragens; expansibilidade torácica conservada.
Palpação: ausência de pontos dolorosos no tórax; sem frêmitos anormais (pleural e brônquico); expansibilidade conservada bilateralmente em projeção de ápices e bases; frêmito toracovocal normal e simétrico.
Percussão: som claro pulmonar.
Ausculta: murmúrio vesicular presente e simétrico, ausência de ruídos adventícios.
4- Exame do abdome
Inspeção: abdome plano e simétrico; ausência de cicatrizes, circulação colateral, pulsações anormais e movimentos peristáticos visíveis; cicatriz umbilical mediana e retraída.
Ausculta: ruídos hidroaéreos presentes e normoativos; ausência de sopro abdominais.
Palpação: abdome flácido e indolor à palpação superficial e profunda; ausência de tumorações de parede abdominal; ausência de tumorações intra-abdominais, fígado e baço não palpáveis; sinais de Murphy e Blumberg negativos.
Percussão: timpanismo abdominal difusamente distribuído; espaço de Traube timpânico; sinal de piparote e macicez móvel ausentes (pesquisar em caso de abdome de formato globoso na prática clínica, mas aqui em Semiologia assinalar em todos os exames do abdome), percussão limitante do fígado evidencia macicez de 6 cm (linha axilar média).
Exame Urinário
Inspeção: ausência de abaulamentos no abdome superior, hipogástrio e região lombar bilateralmente.
Palpação: rins não palpáveis. Bexiga não palpável.
Punho-percussão lombar: Sinal de Giordano negativo bilateralmente.
Ausculta: Ausência de sopros em abdome superior e posterior correspondente à projeção dos rins.

5- Exame Osteoarticular
- Exame de articulações periféricas
Inspeção: pequenas e grandes articulações homólogas sem assimetrias; ausência de edema, eritema e deformidades articulares
Palpação: ausência de calor e dor; ausência de crepitação à movimentação articular
Movimentação ativa e passiva: ausência de limitações funcionais e dor à movimentação de ombros (abdução, adução, flexão, retropulsão, rotações interna e externa), antebraços (prono-supinação), cotovelos (flexão e extensão), punhos (flexão dorsal e palmar), mãos (flexão e hiperextensão de metacarpofalangeanas, interfalangeanas proximais e distais), coxofemorais (Manobra de Fabere), joelhos (flexão e extensão), tornozelos (flexão dorsal e plantar, eversão e inversão), pés (flexão e extensão das metatarsofalangeanas e pododáctilos).
     - Exame da coluna vertebral:
Inspeção: Ausência de desvios patológicos à inspeção lateral e posterior da coluna, incluindo inspeção com a manobra de Adams; altura dos ombros simétrica e ausência de proeminência das escápulas;
Palpação: Ausência de pontos dolorosos à palpação das apófises espinhosas e da musculatura paravertebral das regiões cervical, dorsal e lombar;
Avaliação dos movimentos: ausência de limitações funcionais à movimentação ativa (extensão, flexão, movimentos de lateralização e rotação);
Manobra de Lasègue negativa. 

24 de julho de 2014

Sinais e Sintomas Demenciais - Parte 2

Por Daniel Idelfonso Dantas
Estudante de Graduação em Medicina da UFPB

Resumo
Os sinais e sintomas demenciais fazem parte de uma síndrome clínica caracterizada por comprometimento progressivo dos processos psíquicos, cognitivos e afetivos, e com interferência nas atividades sociais e ocupacionais. Acomete principalmente pessoas idosas, que apresentam perda da memória, confusão mental, dificuldade em aprender novas informações, insônia, irritabilidade e alterações do comportamento. Contudo, estes sintomas e sinais demenciais não fazem parte do envelhecimento normal. Os sintomas demenciais iniciais variam, mas a perda de memória em curto prazo costuma ser a característica fundamental e a que traz o paciente ou sua família à consulta médica. A causa mais comum da sintomatologia demencial é a demência do tipo Alzheimer, que apresenta progressão gradual.

Palavras-chave: Doença de Alzheimer. Transtornos da Memória. Sinais e Sintomas.

O termo "demencial" refere-se a demência que, etimologicamente, deriva da palavra dementia, “privação da mente”. Trata-se de uma síndrome clínica caracterizada pelo comprometimento das habilidades intelectuais, com interferência nas atividades sociais e ocupacionais. Há um empobrecimento e uma simplificação progressiva dos processos psíquicos, cognitivos e afetivos. As funções cognitivas prejudicadas incluem a inteligência geral, a percepção, a atenção e a concentração, o julgamento, as habilidades sociais e, em certos casos, a personalidade. A doença chega à fase terminal depois de um período de dois a dez anos de evolução (SADOCK, 2007).
Os sinais e sintomas demenciais acometem geralmente pessoas idosas, porém não fazem parte do envelhecimento normal. A maioria dos idosos não fica demente. A prevalência  cresce exponencialmente de 2% entre pessoas com 65 anos de idade para 20 a 40% entre aqueles com 80 anos ou mais (JACOBSON, 1997). O tipo mais comum é a demência do tipo Alzheimer que apresenta progressão gradual, mas estável. Os fatores de risco incluem ser do sexo feminino, ter parente em primeiro grau com o transtorno e apresentar história de lesão na cabeça. O segundo tipo mais comum de demência é a vascular, que tem relação causal com doenças cerebrovasculares. A hipertensão predispõe a pessoa à síndrome, e explica de 15 a 30% de todos os casos de demência, sendo mais comum em indivíduos entre as idades de 60 e 70 anos, com maior recorrência entre homens do que entre mulheres. Outras causas comuns da demência, cada uma representando de 1 a 5% de todos os casos, incluem traumatismo craniano, demências relacionadas ao álcool, deficiências vitamínicas, infecções do sistema nervoso central, endocrinopatias e causas metabólicas, além de serem associadas a transtornos do movimento, como na coréia de Huntington e na doença de Parkinson (DALGALARRONDO, 2000).
Déficits de memória estão sempre presentes entre pacientes com demência. Dificuldades para aprender novas informações são particularmente proeminentes e podem ser a alteração mais óbvia em casos leves. Em consequência, o indivíduo passa a ter problemas para lembrar-se de onde deixou certos objetos (por exemplo, carteira com documentos e dinheiro) e a repetir perguntas ou contar a mesma história inúmeras vezes. Com a progressão da doença, memórias mais antigas (por exemplo, eventos ocorridos no passado) podem desaparecer, e a pessoa apresenta dificuldades para reconhecer familiares e, por vezes, a si mesma.
O envelhecimento não está necessariamente associado a declínio cognitivo significativo, mas podem ocorrer problemas menores de memória como parte do envelhecimento normal. Essas ocorrências, às vezes, são chamadas de esquecimento benigno senescente ou perda de memória associada à idade. Ambos são distinguidos da demência por sua menor gravidade e pelo fato de que não interferem de forma tão insidiosa no comportamento social ou ocupacional da pessoa (BUSSE, 1992). Os sintomas demenciais iniciais variam, mas a perda de memória em curto prazo costuma ser a característica fundamental e que traz o paciente ou sua família à consulta médica. Perguntas cuidadosas aos pacientes e aos seus familiares podem ajudar a determinar a natureza do comprometimento cognitivo.
Os sintomas das funções corticais superiores incluem uma série de alterações de linguagem (afasia), percepção (agnosia), atividade motora (apraxia), organização e planejamento (funções executivas), além de habilidades visoespaciais. Entretanto, as dificuldades de pacientes com demência não se limitam aos déficits cognitivos. Alterações do comportamento estão presentes em até 80% dos casos e são uma fonte importante de estresse para o paciente e seus cuidadores.  Sinais e sintomas como confusão mental, insônia, depressão, problemas em trabalhar com números (como fazer um cálculo simples), mau humor, irritabilidade, ansiedade, problemas em controlar as emoções e alterações do comportamento como discutir, agredir ou gritar podem também estar presentes (NUNES FILHO, 1996).
É importante salientar que o diagnóstico dos quadros compostos por sintomas demenciais baseia-se fundamentalmente na avaliação clínica, assim como em testes neuropsicológicos e cognitivos padronizados.

Referências
BUSSE, E. W.; BLAZER, D. G. Psiquiatria geriátrica. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2000.
JACOBSON, J. L.; JACOBSON, A. M. Segredos em Psiquiatria: Respostas necessárias ao dia-a-dia: em rounds, na clínica, em exames orais e escritos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
NUNES FILHO, E. P.; BUENO, J. R; NARDI, A. E. Psiquiatria e Saúde Mental: conceitos clínicos e terapêuticos fundamentais; São Paulo: Ateneu, 1996.
SADOCK, B. J.; SADOCK, V. A. Compêndio de Psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. Porto Alegre: Artmed, 2007.

Neste blog, leia “Sinais e Sintomas Demenciais – Parte 1” em: http://semiologiamedica.blogspot.com.br/2009/07/sinais-e-sintomas-de-demencia.html

Imagem: http://www.healthline.com

23 de julho de 2014

Hoje no GESME: Satisfação do Aluno de Medicina no Hospital Universitário

O projeto de pesquisa apresentado hoje no GESME, “Satisfação do Aluno de Medicina no Hospital Universitário: Fatores Pedagógicos e Contextuais Envolvendo Aulas Práticas”, por Marina Moura Toscano e Victória Albino, tem como objetivo avaliar a apreciação do estudante de Medicina da Universidade Federal da Paraíba sobre a dimensão prática das disciplinas clínicas e cirúrgicas no Hospital Universitário Lauro Wanderley, considerando o seu grau de satisfação, a quantidade de aulas práticas, o treinamento de habilidades clínicas, os pontos positivos e negativos dos cenários de ambulatório e enfermaria, as condições físicas do hospital para o aluno em suas práticas, os espaços de estudo e a vivência de situações de risco na realização de atividades práticas.

16 de julho de 2014

Hoje no GESME: Acurácia da Percussão Limitante do Fígado

Daniel Uchoa, Flávia Bastos e Ana Tereza Pereira apresentaram hoje o projeto "Acurácia e Reprodutibilidade da Percussão Limitante do Fígado", com o objetivo de avaliar o valor semiológico da percussão digito-digital tendo como padrão-ouro a hepatimetria ultrassonográfica em pacientes atendidos no Serviço de Radiologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley, UFPB.

12 de julho de 2014

8 de julho de 2014

A Importância da História Ocupacional na Anamnese

Por Daniel Idelfonso Dantas
Estudante de Graduação em Medicina da UFPB

Resumo
A anamnese ocupacional faz parte da entrevista médica e serve para orientar o raciocínio clínico quanto à contribuição do trabalho, atual ou anterior, na determinação, na evolução ou agravamento da doença. Quando bem colhida, torna-se útil na investigação das relações de causa-efeito entre a doença e profissão, assim como auxilia a descartar qualquer hipótese de associação entre o trabalho e a enfermidade. Quando se evidencia uma estreita associação com a exposição ambiental ou ocupacional, torna-se imprescindível o detalhamento do risco.

Palavras-chave: Saúde do Trabalhador. Anamnese. Medicina do Trabalho.

A palavra anamnese origina-se de aná = "trazer de novo" e mnesis = "memória". Anamnese significa, portanto, trazer de volta à memória todos os fatos relacionados à doença e à pessoa doente. É mais do que isso, é o núcleo do qual se desenvolve a relação médico-paciente (PORTO, 2011). 
A anamnese ocupacional faz parte da entrevista médica e compreende a historia clínica atual, a investigação sobre os diversos sistemas ou aparelhos, os antecedentes pessoais e familiares, a história ocupacional, hábito e estilo de vida, o exame físico e a propedêutica complementar.
O principal instrumento para a investigação das relações saúde-trabalho-doença e, portanto, para o diagnóstico correto do dano para a saúde e da relação etiológica com o trabalho, é representado pela anamnese ocupacional. Esta é a ferramenta padrão para saber se a doença do trabalhador tem alguma relação com a atividade que exerce.
Pode-se confirmar a relação de causa-efeito entre a doença e profissão, seu agravamento, ou ainda descartar qualquer hipótese que relacione o trabalho com a enfermidade. Além disso, serve para identificar padrões epidemiológicos, já que abrange perguntas relacionadas não apenas ao paciente em questão, mas o estado de saúde de seus colegas de trabalho (MENDES, 2003).
Apesar dos avanços e da sofisticação das técnicas para o estudo dos ambientes e condições de trabalho, muitas vezes, apenas os trabalhadores sabem descrever as reais condições, circunstâncias e imprevistos que ocorrem no cotidiano e são capazes de explicar o adoecimento (MENDES, 1995).
Estima-se que até 20%das doenças intersticiais e das vias aéreas são decorrentes dessas exposições. Por outro lado, raramente encontramos nas anamneses rotineiras informações sobre eventuais exposições ambientais ou sobre o trabalho/ocupação/função dos pacientes (MENDES, 1988). 
Qual é o seu trabalho/ocupação/atividade principal e há quanto tempo vem exercendo? Quais outras ocupações exercidas e há quanto tempo? Seus sintomas relacionam-se com suas atividades no trabalho, na sua casa, no ambiente em geral, ou nas atividades paralelas, como "bicos" ou hobby? Você já esteve exposto a poeiras, fumos, gases ou vapores? Estas são perguntas que não podem faltar na anamnese. É preciso verificar a cronologia das ocupações/trabalhos, com descrição detalhada da ocupação principal e de outras ocupações mesmo que ocasionais. Quando se evidencia uma estreita associação com a exposição ambiental ou ocupacional, torna-se imprescindível o detalhamento do risco.
De forma sistemática, a realização da anamnese ocupacional deve estar incorporada à entrevista clinica e seguir uma sistematização para que nenhum aspecto relevante seja omitido, por meio de perguntas básicas (BRASIL, 2001):
- O que faz? Definir qual a ocupação do paciente; tem como objetivo saber exatamente qual é a rotina do trabalhador, para ter uma ideia de quais são as características da função que exerce.
- Como faz? Procurar saber como é realizado o trabalho, quais as posições adotadas, ou seja, o que mais é exigido do corpo.
- Com que faz?  Saber quais os instrumentos e produtos que o paciente manipula. Muitas alergias surgem de produtos químicos manipulados no trabalho, por exemplo.
- Com quem faz? Avaliar o risco em outros trabalhadores expostos aos mecanismos de aparecimento da doença, caso haja relação com o trabalho.
- Onde faz? Ter uma descrição do posto ou local de trabalho, o ambiente e seus detalhes específicos: espaço físico, condições de iluminação e ventilação.
- Quanto tempo faz? Algumas doenças têm caráter crônico e podem estar silenciosas desde o início das atividades.
- E antes disso?... Investigar as ocupações anteriores, dada a variabilidade dos períodos de latência requeridos para o surgimento de uma patologia relacionada ao trabalho: de algumas horas, como no caso de uma conjuntivite por exposição a irritantes químicos e a períodos superiores a 20 anos, como no caso da silicose e de alguns tipos de câncer. Porém, não são consideradas doenças ocupacionais, as doenças degenerativas, doenças endêmicas, doenças inerentes a grupo etário e doenças que não produzam incapacidade laborativa.
Ainda que não seja possível fazer um diagnóstico de certeza, a história ocupacional adequadamente colhida do trabalhador servirá para orientar o raciocínio clinico quanto à contribuição do trabalho, atual ou anterior, na determinação, na evolução ou agravamento da doença. Em alguns casos, a história ocupacional pode desvelar a exposição a uma situação ou fator de risco para a saúde presente no trabalho que, mesmo na ausência de qualquer manifestação clínica e laboratorial, indica a necessidade de monitoramento ou vigilância (DIAS, 1994).
Portanto, da mesma forma que uma boa anamnese é fundamental para o diagnóstico em geral, a história de exposição ambiental e ocupacional é informação basilar para o entendimento e detecção das doenças respiratórias ocupacionais.

Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. A investigação das relações saúde- trabalho, o estabelecimento do nexo causal da doença com o trabalho e as ações decorrentes. In: Manual de doenças relacionadas ao trabalho. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. p. 27-36.
DIAS, E. C. A atenção à saúde dos trabalhadores no setor saúde (SUS), no Brasil: realidade, fantasia ou utopia? Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1994.
MENDES, R. Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 2003.
MENDES, V. G.; BAHIA, G. O. M. A demanda de um serviço de Saúde do Trabalhador, no Estado de Minas Gerais no ano de 1994-1995. Belo Horizonte: Escola de Saúde de Minas Gerais, 1995.
MENDES, R. O impacto dos efeitos da ocupação sobre a saúde de trabalhadores: I. Morbidade. Rev. Saúde Pública. 22 (4): 311-326, 1988.
PORTO, C. C. Semiologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

Imagem: http://www.europeanlung.org

2 de julho de 2014

Palestra "Modelos de Engenharia de Tecidos"

PALESTRA "Modelos de Engenharia de Tecidos"
Palestrante: Prof. Dr. Showan N. Nazhat
Associate Professor and Gerald Hatch Faculty Fellow, Department of Mining and Materials Engineering, Faculty of Engineering; Associate Member, Department of Bioengineering and Faculty of DentistryMcGill University, CANADÁ.
Dia 09/07/14, 10h30; Auditório do CCM/UFPB, Campus I, João Pessoa - PB.