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1 de agosto de 2020
APRENDER NÃO É UM ATO FINDO: UM PREFÁCIO PARA O LIVRO DO DR. MAURUS
Sinto-me honrada pelo convite para prefaciar o novo e-book do Prof. Maurus Holanda, o melhor neurocirurgião da Paraíba. Compartilho, então, este Prefácio. Aprendi lendo o draft do livro “Guia do Exame Neurológico Objetivo” e pensei várias vezes que as dicas que contém a obra serão úteis para ensinar meus alunos de Semiologia Médica a aprenderem de forma mais simples algumas manobras e interpretações do que ensina o Dr. Maurus e seus colaboradores. Sei que os estudantes que tiverem esse livro serão ajudados a aprender sobre o exame neurológico de forma mais direta e prática. Coloco aqui uma frase de Paulo Freire que me ocorre agora que, como médica generalista, aprendi com informações simples de um expert em exame neurológico: "Aprender não é um ato findo. Aprender é um exercício constante de renovação".
PREFÁCIO
O exame neurológico é geralmente considerado
intimidante por muitos estudantes de medicina e médicos residentes em clínica
médica e cirúrgica, e até mesmo para médicos não neurologistas após a fase da residência.
É uma parte do exame físico que costuma parecer complexa e altamente especializada.
Contudo, como demonstram o Prof.
Maurus Marques de Almeida Holanda e coautores no “Guia do Exame Neurológico
Objetivo”, este exame pode ser simples e acessível. O objetivo deste livro é compartilhar
um guia prático para o aprendizado e a prática do exame neurológico, com
orientações concretas para promover o aprendizado de forma prática e direta.
A maioria dos estudantes de
medicina e médicos residentes não se tornará neurologista, mas precisa saber
realizar o exame neurológico. Especialmente aqueles que se dedicarão à atenção
primária à saúde, é necessário aprender como incorporar o exame neurológico ao
exame físico geral, pois geralmente prepondera a ideia de que aquele seja um
processo separado deste.
Ao realizar o exame neurológico,
como mostra o presente trabalho, é importante manter em mente o objetivo que
esta avaliação cumpre para cada paciente, sobretudo o propósito de determinar a
localização anatômica do comprometimento funcional que ele apresenta. Portanto,
neste livro, destaca-se claramente a importância dos princípios do raciocínio
clínico e do chamado método anátomo-clínico, em que o conhecimento de
neuroanatomia é a base para a interpretação do exame. Esta correlação essencial
é vista em cada tópico de revisão anatômica mostrada de maneira bem ilustrada
nos capítulos do livro.
Além disso, conceitos importantes
são destacados com exemplos práticos, incluindo os estudos de casos clínicos
curtos que vinculam a teoria à prática, assim como roteiros e orientações
sobre o registro das observações
colhidas no exame.
Por meio da leitura do presente
trabalho, percebe-se que a chave para realizar um exame neurológico eficiente é
a observação. Grande parte do exame é realizado simplesmente observando o
paciente: como ele fala, pensa, caminha, se move e simplesmente como interage
com o examinador. Um observador que se torna habilidoso na realização do exame
já pode pensar na localização de uma lesão com base em observações
aparentemente simples.
Este livro percorre todas as
etapas desse processo e visa ajudar o leitor a realizar cada uma delas, pelo
compartilhamento de conselhos de professores e neurologistas experientes, mas
contando também com a participação de seus alunos-monitores da disciplina de
Neurologia do curso de graduação em medicina, que imprimem sua visão experiencial
como estudantes à obra, contribuindo para a apresentação dos tópicos de uma
forma centrada no aprendente.
Tais tópicos, compondo cada capítulo, fornecem indicações práticas de como memorizar as conexões anatomoclínicas, como examinar e como observar anormalidades, na construção das hipóteses diagnósticas tanto do ponto de vista sindrômico, quanto topográfico e etiológico. O raciocínio clínico assim construído permite que investigações complementares oportunas sejam solicitadas com racionalidade e respeito à relação custo-benefício para o paciente, o médico e o sistema de saúde.
Rilva Lopes de Sousa Muñoz
Docente do Departamento de
Medicina Interna / Centro de Ciências Médicas / UFPB