O cérebro humano é um
órgão com metabolismo intenso, mas sem nenhum mecanismo eficaz de armazenamento
de oxigênio e glicose. A atividade neuronal depende de uma intrincada rede
de vasos sanguíneos que fornecem oxigênio e nutrientes para o metabolismo
neuronal.
Duas fontes principais
de sangue arterial fornecem essa perfusão: a circulação anterior, que se
origina das artérias carótidas internas e a circulação posterior (ou
vertebrobasilar), que se origina nas artérias vertebrais. Ao entrarem no
crânio, estas artérias se ramificam de forma exuberante, fornecendo sangue a
todas as regiões profundas e superficiais do cérebro.
Portanto, a circulação
intracraniana pode ser dividida em circulação anterior e posterior, com base no
suprimento da artéria carótida interna e da artéria vertebral,
respectivamente.
O cérebro precisa de
um suprimento constante de grandes quantidades de sangue, e esse fluxo
sanguíneo é autorregulado pelo órgão. O cérebro representa 2% do peso corporal
total, porém 15% do débito cardíaco vai para este órgão, que utiliza 25% do
consumo total de oxigênio do organismo e quase 50% da glicose do corpo humano.
Isso o torna o órgão que consome mais energia do corpo humano.
Assim, o cérebro é um
dos órgãos mais perfundidos do corpo. A perturbação de qualquer parte
desse suprimento sanguíneo, seja na parte intracraniana ou extracraniana,
promove o desenvolvimento de doenças cerebrovasculares, das quais a mais comum
e evidente é o acidente vascular cerebral. Este é uma interrupção abrupta do fluxo sanguíneo constante para o
cérebro que causa a perda da função neurológica. A interrupção do fluxo
sanguíneo pode ser causada por um bloqueio, levando ao AVC isquêmico, o mais
comum, ou por sangramento no cérebro, levando ao AVC hemorrágico mais grave e
de maior mortalidade. O AVC isquêmico constitui cerca de 87% de todos os casos
de AVC.
O AVC geralmente ocorre com pouco ou nenhum aviso e os resultados podem ser devastadores. A falta de oxigênio para o cérebro pode ser devastadora, e o sistema cardiovascular tem reflexos regulatórios específicos para garantir que o suprimento de sangue não seja interrompido. Existem várias rotas para o sangue entrar no encéfalo, com especializações para proteger o suprimento de sangue e maximizar a capacidade do cérebro de obter uma perfusão ininterrupta.