24 de abril de 2021

PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE

Os princípios da prática baseada em evidências (PBE) não são facilmente aplicados na atenção primária em saúde como são no contexto biomédico e mais centrado na doença da assistência hospitalar, onde a PBE foi originalmente desenvolvida. Há que ter em conta o "pensamento complexo", que enfatiza a interconexão e a imprevisibilidade, e é preciso considerar também, entre outros fatores apresentados neste vídeo, que quando se pensa em PBE na clínica ampliada da atenção primária, há em múltiplos problemas indiferenciados e um amplo espectro de interações complexas, como questões clínicas, sociais, culturais, políticas e psicológicas.

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22 de abril de 2021

SEMIOTÉCNICA DE PALPAÇÃO E PERCUSSÃO DO FÍGADO


Neste vídeo, o colega Prof. José Luis Simões Maroja, professor de nossa disciplina de Semiologia Médica da UFPB, demonstra sinteticamente manobras da semiotécnica de palpação bimanual e percussão limitante do fígado.

O exame é realizado com o paciente em decúbito dorsal e o examinador destro posicionado à direita do paciente. Todo esforço deve ser feito para que o paciente relaxe e evite tencionar a musculatura abdominal. Flexionar os joelhos ou colocar um travesseiro sob os joelhos pode facilitar o relaxamento da musculatura da parede abdominal.

A palpação é realizada para determinar a forma, tamanho, borda, superfície, sensibilidade e consistência do fígado. A palpação com uma mão é usada para indivíduos magros, enquanto a técnica bimanual é melhor para indivíduos obesos ou musculosos e também para palpação profunda. Usando qualquer uma das técnicas, o fígado é sentido melhor na inspiração profunda.

Na maioria dos exames normais, o fígado não é palpável. Casos em que o fígado normal é palpável incluem enfisema, derrame pleural do lado direito, corpo magro, lobo de Riedel ou excursão diafragmática profunda.

No enfisema, os pulmões são hiperexpandidos com achatamento diafragmático, diminuindo assim as bordas superior e inferior do fígado. Um grande derrame pleural à direita terá o mesmo efeito de reduzir os limites do fígado. A percussão precisa da borda superior do fígado em um paciente com derrame pleural à direita pode ser difícil devido à densidade do fluido que recobre o embotamento do fígado. Pessoas com excursão diafragmática profunda, como cantores e atletas de resistência, podem ter um fígado palpável na inspiração.

As doenças mais comuns associadas a um fígado palpável e aumentado incluem câncer metastático, linfoma, insuficiência cardíaca congestiva, hepatite alcoólica e esteatohepatite não alcoólica (por exemplo, desvio jejunoileal e nutrição parenteral total). A cirrose pode estar associada a um fígado de tamanho pequeno, normal ou aumentado.

Para palpação bimanual, a mão esquerda do examinador é mantida posteriormente, entre a décima segunda costela e a crista ilíaca, lateralmente aos músculos paraespinhosos, pressionando suavemente para cima para elevar a maior parte do fígado a uma posição mais acessível, enquanto a mão direita é mantida anterior e lateralmente à musculatura do reto. A mão direita move-se para cima usando uma pressão suave e constante até sentir a borda do fígado.

A percussão é realizada para determinar o tamanho do fígado, pois as margens deste órgão podem ser estimadas por esta técnica. A borda superior é percutida, eliminando a qualidade ressonante produzida pelo segmento sobrejacente do pulmão. A percussão leve determina melhor a borda inferior do fígado, devido à aposição do fígado à parede abdominal anterior. A extensão inferior pode ser subestimada se uma percussão pesada for usada. A percussão deve ser realizada primeiro na linha hemiclavicular direita e, em seguida, nas linhas médio esternal e axilar anterior. O nível superior normal do fígado está ao nível do mamilo direito, enquanto a margem inferior do fígado está na margem costal direita. O tamanho normal é variável, principalmente em relação ao tamanho corporal, mas geralmente mede cerca de 12 cm.

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3 de abril de 2021

A LEI DO INSTRUMENTO OU "O MARTELO DE MASLOW"

A “lei do instrumento”, também conhecida como “martelo de Maslow”, é um viés cognitivo que envolve uma dependência excessiva de uma ferramenta que nos é familiar. Um martelo não é a ferramenta mais apropriada para todos os fins. No entanto, uma pessoa com apenas um martelo provavelmente tentará consertar tudo usando seu martelo, sem sequer considerar outras opções. Preferimos nos contentar com o que temos em vez de buscar alternativas melhores.

Em 1966, o proeminente psicólogo Abraham Maslow publicou “The Psychology of Science: A Reconnaissance” citando essa máxima em referência ao excesso de confiança em uma ferramenta. As ferramentas que podemos aplicar aos problemas alteram a nossa percepção dos desafios que enfrentamos e das soluções adequadas. A tendência é que os trabalhos sejam adaptados às ferramentas, ao invés de se adaptarem as ferramentas ao trabalho. Se alguém tem um martelo, tende a procurar pregos.

Não é nenhuma surpresa especial descobrir que um cientista formula problemas de uma maneira que requer, para sua solução, apenas aquelas técnicas nas quais ele próprio é especialmente hábil. Temos essa tendência de formular nossos problemas de forma a dar a impressão de que as soluções para esses problemas exigem exatamente o que já temos em mãos.

Ao longo dos anos, me encontrei nessa situação, pegando as ferramentas ou abordagens que atendiam muito bem às minhas necessidades no passado e tentando forçá-las a ser a solução certa para meus desafios ou problemas mais recentes.

A verdadeira transformação de qualquer tipo deve ser feita por meio da integração das ferramentas certas e da mentalidade certa.

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1 de abril de 2021

DESAMARRANDO UM NÓ

Os nós são necessários. Sem nós, como se amarrariam os sapatos? (ainda que aí se trate de um laço e não de um nó...). Melhor exemplo é o nó em um barbante, então... E o nó duplo de pescador? Ele tem esse nome não porque seja impossível amarrar - na verdade é muito fácil - mas porque é quase impossível desamarrar. E o nó Górdio? Este foi um dos nós mais teimosos da história e não podia ser desamarrado, não importa o quanto as pessoas tentassem. No final, Alexandre, o Grande, resolveu facilmente a questão cortando-o com uma espada. Mas Alexandre estudou com Aristóteles! Aristóteles, que estudou com Platão! Sua mente teve o benefício de ter sido meticulosamente preparada por uma das maiores mentes que o mundo já conheceu.

É por isso que usamos a frase "nó górdio" para nos referir a qualquer problema que pareça complicado demais para ser resolvido.

Apesar desse mito, não é fácil desfazer certos nós. É preciso mais que uma espada.

#desfazernós #aristoteles #nogordio #maximas