Neste vídeo, o colega Prof. José Luis Simões Maroja, professor
de nossa disciplina de Semiologia Médica da UFPB, demonstra sinteticamente
manobras da semiotécnica de palpação bimanual e percussão limitante do fígado.
O exame é realizado com o paciente em decúbito dorsal e o
examinador destro posicionado à direita do paciente. Todo esforço deve ser
feito para que o paciente relaxe e evite tencionar a musculatura abdominal.
Flexionar os joelhos ou colocar um travesseiro sob os joelhos pode facilitar o
relaxamento da musculatura da parede abdominal.
A palpação é realizada para determinar a forma, tamanho,
borda, superfície, sensibilidade e consistência do fígado. A palpação com uma
mão é usada para indivíduos magros, enquanto a técnica bimanual é melhor para
indivíduos obesos ou musculosos e também para palpação profunda. Usando
qualquer uma das técnicas, o fígado é sentido melhor na inspiração profunda.
Na maioria dos exames normais, o fígado não é palpável. Casos
em que o fígado normal é palpável incluem enfisema, derrame pleural do lado
direito, corpo magro, lobo de Riedel ou excursão diafragmática profunda.
No enfisema, os pulmões são hiperexpandidos com achatamento
diafragmático, diminuindo assim as bordas superior e inferior do fígado. Um
grande derrame pleural à direita terá o mesmo efeito de reduzir os limites do
fígado. A percussão precisa da borda superior do fígado em um paciente com
derrame pleural à direita pode ser difícil devido à densidade do fluido que
recobre o embotamento do fígado. Pessoas com excursão diafragmática profunda,
como cantores e atletas de resistência, podem ter um fígado palpável na
inspiração.
As doenças mais comuns associadas a um fígado palpável e
aumentado incluem câncer metastático, linfoma, insuficiência cardíaca
congestiva, hepatite alcoólica e esteatohepatite não alcoólica (por exemplo,
desvio jejunoileal e nutrição parenteral total). A cirrose pode estar associada
a um fígado de tamanho pequeno, normal ou aumentado.
Para palpação bimanual, a mão esquerda do examinador é mantida
posteriormente, entre a décima segunda costela e a crista ilíaca, lateralmente
aos músculos paraespinhosos, pressionando suavemente para cima para elevar a
maior parte do fígado a uma posição mais acessível, enquanto a mão direita é
mantida anterior e lateralmente à musculatura do reto. A mão direita move-se
para cima usando uma pressão suave e constante até sentir a borda do fígado.
A percussão é realizada para determinar o tamanho do fígado,
pois as margens deste órgão podem ser estimadas por esta técnica. A borda
superior é percutida, eliminando a qualidade ressonante produzida pelo segmento
sobrejacente do pulmão. A percussão leve determina melhor a borda inferior do
fígado, devido à aposição do fígado à parede abdominal anterior. A extensão
inferior pode ser subestimada se uma percussão pesada for usada. A percussão
deve ser realizada primeiro na linha hemiclavicular direita e, em seguida, nas
linhas médio esternal e axilar anterior. O nível superior normal do fígado está
ao nível do mamilo direito, enquanto a margem inferior do fígado está na margem
costal direita. O tamanho normal é variável, principalmente em relação ao
tamanho corporal, mas geralmente mede cerca de 12 cm.
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