É fim de ano e que ano foi 2022! De novo! Para entender melhor
o que de fato aconteceu, as conquistas e os aprendizados, o final do ano é uma
ótima oportunidade para tirar um tempo para uma reflexão consciente. É um
momento também para agradecer.
Este vídeo curto é do início de uma reunião para introduzir a
pauta de uma telerreunião do minicurso "Estigma e Discriminação na Atenção
à Saúde", para estudantes do segundo período de graduação em Medicina,
especificamente sobre acesso de pessoas lésbicas, gays, bissexuais e
transgêneros (LGBT) aos serviços de saúde. Elas têm historicamente, e continuam
hoje a encontrar barreiras ao acesso à atenção à saúde. Isso foi atribuído ao
heterossexismo e à homofobia, que moldam as instituições. Os serviços de saúde
de vários países estão reconsiderando se os modelos atuais de prestação de
serviços são inclusivos e respondem adequadamente à comunidade LGBT.
Nos últimos anos, a competência cultural tornou-se um termo crescentemente aplicado para uma variedade de conhecimentos e atitudes para enfrentar o desafio da diversidade nos serviços de saúde. Os graduados em Medicina precisam ser capazes de prover cuidados em saúde culturalmente sensíveis e apropriados a pacientes de todas as origens socioculturais. Que valores culturais podem ser desenvolvidos com o estudo da diversidade cultural e étnica na medicina? A graduanda do segundo período do curso de medicina da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Marília Graziela Vieira de Macena Lima, apresenta uma síntese interpretativa sobre tópicos de competência cultural na medicina e consciência cultural crítica na área da saúde. Além disso, Marília compartilha insights e explora o significado e a influência da cultura na atenção à saúde.
Propus aos meus alunos do
segundo período de graduação em medicina (turma 114/UFPB), a situação-problema
de uma consulta médica de um paciente LGBTQIAP+ com um médico insensível
culturalmente. Em grupos, eles discutiram e escreveram sua análise de forma
reflexiva, demonstrando capacidade crítica relevante. Não existe maneira certa
ou errada de escrever reflexivamente, mas elaborei um feedback para as
respostas de um dos grupos de minha turma, pontuando aspectos significativos apontados.
Usando mapeamento conceitual, Flavia Cristina Nogueira Ribeiro
Teixeira, mestranda do #profsaude polo #ufpb, pós-graduação stricto sensu para
qualificação de trabalhadores e profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), sintetiza seu aprendizado sobre educação na saúde.
Flávia partiu do conceito geral SUS e desenvolveu o mapa conceitual derivando
um conjunto de conceitos e proposições relacionadas à educação profissional na
saúde.
Desde que a Organização Mundial da Saúde afirmou a importância
de organizar a atenção primária à saúde (APS) em torno do conjunto de ações de
saúde individuais, familiares e coletivas, correspondendo aos cuidados
essenciais à saúde, baseados em tecnologias acessíveis, como o primeiro nível
de contato com o sistema nacional de saúde e o primeiro elemento de um processo
contínuo de atenção no Brasil. Os serviços da APS são cada vez mais o coração
dos cuidados de saúde integrados e centrados nas pessoas.
O SUS é o modelo de serviço para a cobertura universal de
saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada,
realizada com equipes multiprofissionais e dirigida à população em território
definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. Essas
equipes trabalham de forma interprofissional e os esforços para melhorar sua
formação e qualificação precisam incluir a educação da força de trabalho: a
educação na saúde.
As tendências recentes na maioria das áreas da vida social têm
sido fortemente focadas na diversidade humana, mas o ageísmo (etarismo;
idadismo), ou preconceito e/ou discriminação por idade, continua sendo um
grande problema.
Como Artur Xavier Cristofoletti, estudante de graduação em
Medicina pela Universidade Federal da Paraíba, comenta neste vídeo, sob a forma
de monólogo - como ele mesmo denominou -, o problema do ageísmo está sendo
detectado até em algoritmos que priorizam candidatos jovens para refletir a
composição do mercado de trabalho, apesar das penalidades legais para essa
prática.Chamou sua atenção um artigo
sobre flagrantes de discriminação etária em sistemas de Inteligência Artificial
(IA), que são desenvolvidos usando-se dados que refletem os preconceitos
implícitos e explícitos da sociedade, e assim os modelos preditivos nos
sistemas de IA amplificam a desigualdade, o privilégio e o poder na sociedade.
Apesar de a indústria de recrutamento atual ter como foco eliminar a
discriminação nos processos de recrutamento e seleção, muitas vezes prevalecem
as práticas de recrutamento anti-idade, pois é habitual dos funcionários de uma
organização imitarem o comportamento de contratação anterior do empregador e,
ao fazer isso, perpetua preconceitos preexistentes.
Ele discorre sobre o fato de os idosos serem postos à margem
da sociedade por serem considerados improdutivos. Tal discriminação também está
presente em ambientes de assistência à saúde e nos processos de educação
profissional em saúde.
Arthur afirma que a discriminação por idade no Brasil deve ser
compreendida através da abordagem de múltiplas discriminações. Isso exige que
se considere a perspectiva da interseccionalidade, que engloba a ideia de que
as pessoas podem experimentar simultaneamente a opressão e privilégios baseados
em certas características e dependendo do contexto da situação. Em alguns
casos, motivos como sexo, gênero, orientação sexual, raça/cor, etnia, idade ou
deficiência, para citar apenas alguns, podem se entrecruzar e juntos produzem
efeitos de amplificação do preconceito e da discriminação.